Belo Horizonte
#Diversidade: Após dois anos de pandemia, Belo Horizonte recebe a 23ª Parada do Orgulho LGBT+
novembro 03, 2022
"Orgulho de ser. Resistir para vencer". Este é o tema da 23ª edição da Parada do Orgulho LGBT+, que acontece neste domingo, dia 06 de novembro, em Belo Horizonte (MG). O evento retorna para colorir as ruas da capital mineira após dois anos de pandemia.
Para a escolha do tema deste ano, o Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (CELLOS-MG) contou com a participação em massa do público através de enquetes nas redes sociais. Além disso, o tema escolhido marcará a comemoração de 20 anos da entidade que é a idealizadora da @paradabh.
Em entrevista ao jornal Estado de Minas, o tradutor e intérprete de Libras, coordenador artístico da Parada LGBT+ e vice-presidente do Cellos, Gilberth Santos, disse que a Parada é uma manifestação política, embora tenha a estrutura de um evento artístico. Para ele, a Parada é um momento em que a comunidade reforça a necessidade de direitos que possam protegê-los como cidadãos, de acordo com o que prevê a Constituição Federal.
"É uma manifestação política em que reafirmamos o orgulho de ser e de resistir. A comunidade sofre no dia a dia várias formas de preconceito, como a dificuldade de empregabilidade de mulher e homem trans, por exemplo. É preciso avançar na criação de leis que protejam à comunidade, uma vez que os direitos foram garantidos por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e não por leis aprovadas nas casas legislativas. O direito à união civil, adoção, doação de sangue não estão na legislação. Tudo foi por determinação do Supremo", avalia.
As paradas LGBT+, geralmente, ocorrem entre os meses de junho e julho pela proximidade com a data da Rebelião de Stonewall, que também marca o Dia Internacional do Orgulho LGBT+ (28 de junho). Em Belo Horizonte, entretanto, a data ficou marcada para novembro por conta das preocupações em relação ao possível aumento dos índices de transmissão da COVID-19 e da gripe.
Para o subsecretário de Direitos de Cidadania da Prefeitura de Belo Horizonte, Thiago Alves, o compromisso do município no apoio à Parada LGBT+ considera que eventos como este buscam garantir direitos desta população. “Queremos que a Parada, após dois anos sem acontecer em função das medidas de contenção da pandemia, seja realizada da melhor forma possível. Estamos investindo em diversas frentes para que seja um momento de reafirmação e de orgulho para a população LGBT+ da cidade e para os turistas que vêm de suas cidades para o evento”, explicou.
"A Belotur é, mais uma vez, parceira da Parada do Orgulho LGBT+ de Belo Horizonte, trazendo toda a sua expertise na realização de grandes eventos da cidade. Neste ano, a empresa municipal trabalhou prestando uma consultoria para a organização e operação do evento, além de apoiá-lo institucionalmente. Nós entendemos que a Parada é uma manifestação muito importante para o incremento do turismo LGBT na cidade. Por isso, a Belotur realiza, também, uma pesquisa para traçar o perfil dos participantes e auxiliar na melhoria das edições futuras", afirma Nathália Coelho, gerente de Produção da Diretoria de Eventos da Belotur.
É importante destacar que Belo Horizonte conta com um local de atendimento especializado à população LGBT+. Trata-se do Centro de Referência LGBT+, que fica na rua Curitiba, nº 481, na área central da capital mineira.
O local tem como objetivo acolher, contribuir para a defesa e promoção dos direitos humanos e da cidadania desta população, por meio de ações de enfrentamento da violência e discriminação por orientação sexual e identidade de gênero.
De acordo com a Prefeitura de BH, o Centro busca fortalecer individual e coletivamente com ações de orientação, defesa, promoção dos direitos humanos e cidadania, mitigação de vulnerabilidades e enfrentamento de violências LGBTfóbicas. Nos vídeos abaixo, relembre as últimas edições da Parada LGBT+ em Belo Horizonte:
Orgulho
A edição anterior à pandemia ocorreu em julho de 2019, quando também bateu um recorde de público e contou com a presença do então prefeito de BH, Alexandre Kalil. Com o tema "Não aos Retrocessos! Revivendo Stonewall", o evento levou cerca de 250 mil pessoas, segundo os organizadores, superando a expectativa que era de 200 mil. A @paradabh é uma realização da CELLOS-MG, com coorganização da Prefeitura de Belo Horizonte e está sendo realizado em parceria com a Belotur e com os órgãos de segurança do estado.
A parada traz ainda em sua identidade visual uma homenagem às saudosas companheiras de militância Anyky Lima e Rhanny Mercês, que faleceram recentemente. Anyky morreu em 14 de abril de 2021, vítima de um câncer. Ela nasceu no Rio de Janeiro, mas exerceu parte da militância em Belo Horizonte.
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| Anyky Lima e Rhanny Mercês são homenageadas na 23ª Parada do Orgulho LGBT+, em BH. Crédito: Reprodução / Redes Sociais. |
Anyky atuou em várias frentes de defesa aos direitos das pessoas LGBT+. Foi presidente do CELLOS-MG e representante de Minas na Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). O ambulatório de tratamento de pessoas trans, da Rede Fhemig, foi homenageado com o nome dela. Rhanny era ativista na periferia. Também era atriz e cantora. Faleceu vítima da COVID-19.
A concentração começará às 11h, na Praça da Estação, em Belo Horizonte (MG). Por volta de 16h, a festa seguirá até a Praça Raul Soares com muita música e ocupação pela cidadania. No palco da Parada, se apresentarão artistas da cena da capital e região metropolitana, tais como: Absurda, Dança Pose, Eleganza, Rafael Ventura e o bloco Samba do Queixinho. Veja a lista completa:
Evellyn Loren
Amanda Parllatory
Angel San
Aysla Pirv
Becky
Dança Pose
DJ Eloá Procópio
DJ WLouis
DJ Marcelo Loop
Eleganza
Gabe Freitas
Gabriel Fernadez e Angels Heels
Jéssica Teles
Joana, Kharen
Moore
Loo-pez
Mellody Queen
Nathally Melnick
Richard Santos
Nickary Aycker
Nega Jackie
Paola Venturyni
Power Dance
Priscylla Klum
Rafael Ventura
Samba do Queixinho
Safira e Polaris
Skato
Spencer
Belucci
Sthephanny di Monaco
Suburbia Freedon
Thawanny Spancer
Wandera Jones
Well Esteves
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Jornalista
