#Telejornalismo: Memória afetiva do JN na televisão ainda é o maior patrimônio da Globo

setembro 01, 2019

Crédito: TV Globo / Reprodução. 

O Jornal Nacional (JN) é uma referência de telejornalismo para vários jornalistas e, sobretudo, para o público. Por ser o jornal de maior tempo no ar, acaba que ele tem uma memória afetiva muita grande: várias notícias que impactaram a vida dos brasileiros passaram pelo JN. 

Na minha trajetória acadêmica, por exemplo, a minha monografia de conclusão de curso da faculdade de jornalismo foi sobre a edição do Jornal Nacional que, deu origem em 2004, ao novo Jornal da Record, livremente inspirado na Vênus Platinada.

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Há 10 anos, a Editora Globo lançava o livro “JN Modo de Fazer”, que inclusive foi tema de post aqui no blog. William Bonner viajou pelo país fazendo palestras sobre o livro e, naquela época, optou-se por levar à bancada do JN uma série de entrevistas com os repórteres que há mais tempo atuavam no noticiário. Outro ponto que me marcou muito na história do JN foi a Caravana JN – Desejos do Brasil, que aconteceu em 2006.

Nessa série, Pedro Bial e equipe viajavam pelas regiões do Brasil, mostrando as nossas diferenças regionais em um ano em que Lula concorria ao seu segundo mandato e o Brasil se preparava para viver o milagre econômico que teve o seu ápice em 2012, permitindo que a crise mundial de 2008 fosse chamada de “marolinha”. Também teve as entrevistas no estúdio com os presidenciáveis que sempre renderam debates em relação a postura editorial da Globo, sem contar o tradicional "boa noite" que virou uma marca registrada do noticiário. Assista ao vídeo:

Nesses 12 anos de @cafecnoticias, o Jornal Nacional foi pauta do blog em muitos momentos: quando Fátima Bernardes deixou o JN para se dedicar ao entretenimento e foi substituída por Patrícia Poeta. Também cobrimos a saída de Poeta e a entrada de Renata Vasconcellos – que permanece até hoje na bancada com Bonner. 

Também não podemos esquecer do erro na escalada do jornal que foi super comentado e a entrada de Maju Coutinho como garota do tempo e que logo foi alçada a apresentadora nos finais de semana e, mais recentemente, foi convocada para substituir Sandra Annemberg à frente do Jornal Hoje. As duas últimas mudanças de cenário do JN foram muito importantes e alteraram a forma como o telejornal passou a ser apresentado. Confira:


Maju, por ser uma mulher negra, logo no início da sua entrada do JN como "garota do tempo", foi alvo de ataques racistas nas redes sociais, que gerou a campanha #SomosTodosMaju, que naquela época ajudou a trazer o debate racial à tona e mostrar o quanto o Brasil ainda é um país racista. Com a popularidade de Maju, a Globo tem mostrado mais interesse na contratação de repórteres/apresentadores negros no âmbito regional, algo que até então era ignorado.

Regional

Com o crescimento da audiência dos telejornais populares da Record TV e a diminuição da verba de publicidade do Governo Federal, a TV Globo fez uma verdadeira mudança em seus telejornais regionais para, dessa forma, atrair cada vez mais o público local e, desse modo, abrir um espaço maior para as afiliadas poderem explorar mais a publicidade local.

Nos bastidores, comenta-se que a principal razão do Jornal Nacional investir nos âncoras regionais nos seus 50 anos é, justamente, dar essa visibilidade ao jornalismo local que, até bem pouco tempo atrás era invisibilizado com uma cobertura excessiva do eixo Rio-São Paulo para as demais praças. Não só as reportagens locais ganharam mais espaço na programação nacional, como toda a grade tem se voltado para as questões locais.

Aqui em Minas Gerais, por exemplo, o Bom dia Minas, da TV Globo Minas, apresentado por Gabriel Senna e Mara Pinheiro, passou a ter duas horas de duração, das 06h às 08h. Em seguida, entra o Bom dia Brasil, as 08h às 09h, que foi completamente descaracterizado para dar um maior espaço às notícias locais, deixando os apresentadores titulares Chico Pinheiro e Ana Paula Araújo como coadjuvantes. 

Com isso, Mara e Gabriel ficam três horas no ar por dia, praticamente. Para o telespectador que quer saber das notícias da sua cidade e do seu estado – e não só o que acontece no Rio de Janeiro ou em São Paulo, a mudança veio em boa hora. Assista a vinheta que informa essas mudanças na grade da Globo Minas:





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Jornalista

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