#Eleições2018: Entrevistas com os presidenciáveis no JN mostra fragilidade da Globo

agosto 31, 2018


Durante toda esta semana, o Jornal Nacional (JN), principal telejornal da TV Globo, exibiu durante cerca de 30 minutos, entrevistas com os quatro principais presidenciáveis que melhor se colocaram nas pesquisas de intenção de voto. 

Com um tom agressivo e que muitas vezes trazia perguntas disfarçadas de editorial da emissora, os debates pouco alteraram a audiência do noticiário em torno dos 28 pontos. Mas, em compensação, pautaram as redes sociais – sobretudo o Twitter, deixando as entrevistas entre os assuntos mais comentados na web.

Comandada por William Bonner e Renata Vasconcellos, a rodada de entrevistas do JN foi definida previamente por sorteio e contou com a presença Ciro Gomes, do PDT (segunda-feira, dia 27/08), Jair Bolsonaro, do PSL (terça-feira, dia 28/08); Geraldo Alckmin, do PSDB (quarta-feira, dia 29/08); e Marina Silva, da Rede (quinta-feira, dia 30/08). Mesmo liderando as pesquisas, o candidato do PT, Luís Inácio Lula da Silva, não pode participar, pois está preso e há decisões judiciais a respeito.

Anunciado como um espaço para que o público possa conhecer melhor os presidenciáveis, as entrevistas do JN tem uma característica dura. E até bom que seja assim para que o candidato não transforme esse momento em discurso eleitoral. Mas, no entanto, a estrela de uma entrevista deve ser sempre o entrevistado e nunca os apresentadores.

Em vários momentos, Bonner e Renata excederam no tom e roubaram para si um protagonismo desnecessário. O telespectador do JN não quer saber o que a Globo ou os apresentadores pensam da proposta dos candidatos, mas sim querem tirar as suas próprias conclusões perante as respostas ditas no decorrer da entrevista. Em vários momentos, os apresentadores pareciam querer tirar a resposta do entrevistado. E isso não é entrevista.

A entrevista mais amena – e nem por isso menos dura, foi a de Alckmin que mesmo assim foi bastante interpelado pelo envolvimento do PSDB em escândalos de corrupções. Ciro teve a entrevista mais grosseira, mas se mostrou calmo diante aos ataques por ter composto uma legenda que flerta com direita e também com a esquerda. 
Fotos: João Cotta / TV Globo / Reprodução. 

Já Bolsonoro expôs algumas fragilidades da Globo ao vivo, como a contratação de PJ’s e o fato da emissora ter apoiado o Golpe de 1964. Marina teve a sua capacidade de liderança questionada pelo fato dela preferir não se posicionar diante de temas polêmicos e acreditar que o debate coletivo possa ser a melhor saída para unir o país.

Do ponto de vista político, as entrevistas são uma janela de grande visibilidade para os presidenciáveis por ser uma audiência maior do que os debates já realizados pela Band e RedeTV!. Trata-se de um momento em que o telespectador da TV aberta tem um tempo maior para ver o seu candidato tecendo uma ideia ou uma defesa. 

Já do ponto de vista prático, os ataques gratuitos e grosseiros pouco puderam trazer para o público o plano de governo dos candidatos e as suas respectivas propostas para mudar o Brasil. Por isso, as redes sociais são um canal em ascensão, não só pela extensão do debate, como também há mais espaço para o contraditório e para apurar aquilo que é fake e o que é real. 





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Jornalista

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