#CaféEntrevista: Eduardo Maya fala sobre o projeto da Feirinha Aproxima em BH

outubro 11, 2014

Foto: Carol Thusek / Fan Page Projeto Aproxima / Reprodução.


Uma ideia completamente diferente de tudo que já passou por Belo Horizonte. Uma Feirinha mensal que aproxima produtores mineiros, chefes de cozinha e o público em um ambiente completamente descontraído. Esta é a síntese do projeto da Feirinha Aproxima, que vai para a sua quinta edição em novembro e acontece todo primeiro sábado do mês no Mercado Distrital do Cruzeiro (rua Ouro Fino, 452, Cruzeiro), das 10h às 17h. A entrada é gratuita.

No último final de semana, a minha timeline nas redes sociais foi invadida por fotos de amigos meus participando da Feirinha Aproxima, em BH. Fiquei curioso para saber do que se tratava. A resposta veio em forma de post no blog da amiga jornalista Kika Castro, que assim como eu, ficou encantada com fartura de cheiros, temperos e sabores que a Aproxima proporcionava.

Como sou inquieto, tinha que saber ainda mais sobre a Feirinha. Para isso, fui conversar com o chefe Eduardo Maya, criador do Projeto Aproxima. Para quem não sabe, Maya foi um dos idealizadores do Festival Comida di Buteco. Depois que se desligou do festival, ele está trabalhando ainda mais para aproximar a culinária mineira dos mineiros, do Brasil e do mundo. Gentilmente, Eduardo Maya topou conversar com o Café com Notícias e falou tudo e mais um pouco da Feirinha Aproxima. Acompanhe:

1) Como surgiu a ideia de criar o projeto da Feirinha Aproxima?

A Feirinha Aproxima surgiu quando ainda estava à frente do Comida di Buteco. Sentia falta de algo que pudesse aproximar produtores, dos bares, restaurantes e, principalmente, do público e que fosse em um outro tipo de ambiente. Depois que saí do Comida di Buteco e passei por um período sabático resolvi colocar essa ideia em prática.

A Feirinha Aproxima faz parte do Projeto Aproxima. Uma iniciativa que quer levar a gastronomia mineira para um maior número de pessoas. Com isso, o Projeto Aproxima possui três braços: uma feirinha que acontece no primeiro sábado de todo mês; um espaço para aproximar produtores do público e de chefes e, num terceiro momento, fortalecer a gastronomia mineira para os mineiros, para o Brasil e para o mundo.
Fotos: Carol Thusek / Fan Page Projeto Aproxima / Reprodução.

2) E porque o Mercado do Cruzeiro? Existe um projeto de levar a Feirinha Aproxima para outros lugares?

Pensamos no Mercado do Cruzeiro por ser um local tradicional de BH. Na verdade, a ideia veio de um amigo meu, o Kuru. Ele e outras pessoas estão nesta luta para revitalizar o Mercado e não deixa-lo que ele vire um shopping, como aconteceu com outros espaços da nossa cidade.

E a Feirinha é uma forma de chamar o público que já conhece o Mercado ou o público que nunca foi, mas que tem vontade de conhecer, para ir ao local e descobrir uma Feirinha completamente diferente de tudo que ele já viu na cidade. E acredito que o maior sucesso da Feirinha Aproxima é isso: o boca-boca, fora o fator surpresa porque toda edição da Feirinha nos preocupamos de trazer algo novo para surpreender o público.

Quanto ao levar para o outro local, se não me engano, fizemos uma edição na chegada do Rally dos Sertões, na Lagoa da Pampulha. Levamos uma feira gastronômica e o resultado foi excelente. Mas, por ora, a Feirinha Aproxima está no Mercado do Cruzeiro, todo primeiro sábado do mês. O que posso adiantar para você é que estamos procurando um local coberto para fazer a Feirinha na época das chuvas, mas ainda não temos nada definido.

3) O que um produtor precisa fazer para participar da Feirinha Aproxima e expor o seu produto para o público?

Com o sucesso da Aproxima, o nosso telefone não para com produtores, chefes e cervejeiros querendo participar. O que combinamos com eles é de fazer um rodízio com alguns expositores para que o público encontre diversidade e produtos novos.

Para que isso aconteça, nós contamos com o apoio do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral de Minas Gerais (SindBebidas), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura de MG (Fetaemg).

Estes parceiros são muito importantes porque eles treinam os produtores e dão toda consultoria necessária para que eles possam expandir os seus negócios. Acabava que, até então, esses produtores não tinham experiência de venda direta para o público na rua, num ambiente descontraído, então o Aproxima não só dá esta experiência como possibilita que estes produtores se aproximem mais do cliente, que consigam fazer mais e mais negócios.
Foto: Blog Kika Castro / Reprodução.

4) O fato da Feirinha Aproxima conter produtores de cervejas locais chamou muito a atenção do público. Na sua opinião, faltava um espaço na cidade que pudesse dar a chance para os produtores de cervejas locais fossem também para as ruas?

Sem dúvida. Minas Gerais conta com excelentes cervejarias locais e artesanais. Dentro da Feirinha Aproxima criamos o Largo das Artesanais justamente para dar espaço para que o público possa conhecer estas cervejarias e estas cervejarias possam também conhecer o público que, muitas vezes, não teve ainda a oportunidade de apreciar uma cerveja artesanal.

Mas o Largo também vai abrir espaço para vinícolas, cachaçarias e outras bebidas. Minas tem um leque super interessante de bebidas artesanais e, inclusive, de licores, de cachaças, de azeites, de temperos, de uma infinidade de sabores que são diferentes por conta das particularidades de cada região do Estado. E esta é a proposta da Aproxima: aproximar todos esses interessados pela valorização da gastronomia mineira.

5) Recentemente, um jornal publicou que a Feirinha Aproxima iria ganhar uma edição em São Paulo e no Rio de Janeiro. Como se dará isso? A característica mineira da feirinha será mantida?

Estamos negociando no mês de novembro uma edição da Aproxima em São Paulo com todas as particularidades dos sabores mineiros. A ideia é levar estes produtores para que os chefes paulistanos possam descobrir ou se encantar ainda mais com a gastronomia mineira. É algo muito parecido que iremos levai para o Rio de Janeiro ano que vem.

Nós queremos fazer o seguinte: valorizar os nossos produtores para o público paulista, carioca e porque não dizer de todo o Brasil. Nós queremos levar os produtos e produtores mineiros para expandir os seus negócios e que comecem gerar mais negócio e um canal de venda, levando Minas para o Brasil. E do Brasil para o mundo. Inclusive, Portugal já está no nosso radar.

A ideia é mostrar para o público – seja ele mineiro, de outros estados e até mesmo de outros países, que a comida mineira não é só feijão tropeiro e pão de queijo. É uma culinária muito rica e cheia de detalhes regionais, o que a torna única.
Fotos: Carol Thusek / Fan Page Projeto Aproxima / Reprodução.

6) Eduardo, você está sempre envolvido com projetos que misturam cultura e gastronomia. O que a Feirinha Aproxima representa para você neste momento e o que o público pode esperar de novidades em relações às próximas edições?

A Feirinha em si, o Projeto Aproxima como um todo, é a realização de um sonho. Uma vontade enorme de fazer com que a cozinha mineira ganhe os mineiros, o Brasil e o Mundo. Temos muitas coisas que iremos implantar ainda, mas o céu é o limite. E esta adesão do público de forma tão positiva tem sido um presente e tanto.

O que posso falar é que cada edição da Feirinha Aproxima é uma experiência única. Quem já foi em mais de uma sabe do que estou falando. Quem não foi ainda, tem que ir por que tenho certeza que não vai se arrepender. O ambiente é muito gostoso. Para você ter uma ideia, todos os produtos expostos na última edição que fizemos em outubro foram vendidas. Todos. Isso é muito bacana!

Na próxima edição, o público vai ver novas cervejarias, ver famílias inteiras trabalhando com um produto, ver famílias redescobrindo produtos mineiros e novos sabores por meio de chefes convidados. O que fazemos é trabalhar com uma base de 20% de novidade, pelo menos, para dar chance de trazer coisas diferentes a cada edição. É Minas redescobrindo Minas.







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