Documentário inédito revela o Lado B da banda "Los Hermanos"

maio 12, 2015



Um dos maiores fenômenos da música brasileira dos últimos tempos, a banda Los Hermanos ganha um registro íntimo e fiel ao seu espírito no documentário de Maria Ribeiro, Los Hermanos – Esse é só o começo do fim da nossa vida. O filme acompanha Marcelo Camelo, Rodrigo Amarante, Bruno Medina e Rodrigo Barba ao longo de uma turnê que marcou o reencontro do grupo depois de cinco anos de recesso.

O documentário alterna registros musicais das apresentações com um acompanhamento sereno dos bastidores da turnê. Quase sempre, a câmera está próxima, observando Los Hermanos nos intervalos dos shows, nas viagens entre uma cidade de outra, ou na saída das apresentações, quando, invariavelmente, uma aglomeração de fãs aguarda ansiosa por um registro fotográfico ou um autógrafo. Assista o trailer, abaixo:



“A primeira vez que vi os meninos tocarem foi na PUC. Eles foram meus contemporâneos”, conta Maria Ribeiro. “Não nos conhecíamos, mas Marcelo e Rodrigo também estudavam na universidade. Gostei do som, achei uma graça. Era pesado e romântico ao mesmo tempo”.

Pouco tempo depois, com o sucesso de “Anna Julia”, Los Hermanos explodiram como um fenômeno nacional. Mas foi em 2001, quando lançaram O Bloco do Eu Sozinho, que Maria se apaixonou definitivamente pelo som da banda. “Pirei com esse disco”, ela diz.

No ano seguinte, quando dirigiu o curta-metragem 25, Maria achou que as músicas do “Bloco” seriam a trilha sonora perfeita para o filme. “Elas falam exatamente o que quero dizer. São canções sobre a passagem do tempo, o amor, a amizade”. Maria encontrou Rodrigo Amarante no Baixo Gávea, e, mesmo sem conhecê-lo pessoalmente, se aproximou e contou que gostaria de usar as músicas no curta. “Eles toparam, e a trilha do 25 é toda do Bloco”.

Com o lançamento do álbum Ventura, a paixão de Maria se consolidou. “Realmente virei fã deles, ia a todos os shows. O que foi uma coisa inédita na minha vida, porque nunca fui disso”. Uma aproximação maior aconteceu quando ela conheceu Karine Carvalho, que na época namorava Rodrigo Amarante.
A atriz e diretora Maria Ribeiro, durante a filmagem do documentários do "Los Hermanos". Foto: Revista Rolling Stonne / Reprodução. 

Karine sugeriu que Maria filmasse o show de Los Hermanos na Marina da Glória. “Nesse dia, fui com eles na van e fiquei impressionada com a antibanda que eram. Paramos para pegar a avó do Marcelo e depois o pai do Bruno. Era tudo o que eu não imaginava. Nenhuma afetação. E nesse momento eles já estavam muito famosos”, relembra.

Desde esse primeiro contato, foram várias tentativas para fazer um documentário sobre o grupo, sem sucesso. “Acho que meu maior mérito foi ter insistido durante muito tempo. Em 2012, quando eles anunciaram a turnê do reencontro, comemorativa dos 15 anos da banda, resolvi tentar de novo. E quando já não tinha mais nenhuma esperança, eles toparam”.

Maria então formou uma equipe pequena e se preparou para acompanhá-los por cinco cidades. “Foi uma aventura”, define. “Era uma banda que não era banda. O modo como eles fazem tudo é muito interessante. E a questão do filme que me comovia de alguma forma diz muito respeito a mim. É a questão do amadurecimento, da passagem do tempo, de ficar mais velho e manter suas amizades, seu grupo”.

Maria evitou fazer entrevistas. “Fiz apenas duas, porque o momento pedia. Como ficaram boas, acabaram entrando no filme. Mas eu queria fazer ‘cinema direto’, não interferir, passar pelos perrengues junto com eles”. Ela também fez questão que a plateia tivesse no filme a mesma presença que tem nos shows – em quase todos os números musicais, é possível ouvir o público cantando junto.

Esse fenômeno se repetiu quando Los Hermanos – Esse é só o começo do fim da nossa vida passou por seu primeiro teste. O filme foi selecionado para o festival de documentários É Tudo Verdade e ganhou suas primeiras exibições em abril de 2014. A fila começava a se formar na porta dos cinemas ainda de manhã e, próximo ao horário das sessões, dobrava esquinas.
Registro de diversos momentos da banda "Los Hermanos". Fotos: Divulgação.

Os sortudos que conseguiram ver o filme reproduziam a situação dos shows, cantando juntos todas as músicas. “As canções deles têm um discurso muito amoroso, muito romântico. É uma coisa impressionante. As pessoas se identificam muito”, diz Maria Ribeiro.

Lançamento

Los Hermanos – Esse é só o começo do fim da nossa vida será distribuído nos cinemas pela Copacabana Filmes, de Carla Camurati. “Aqui na Copacabana gostamos muito do que vimos. O filme mostra alguma coisa que ninguém antes tinha visto. Eles são saborosos como grupo. Gosto da pegada deles, dessa vontade de procurar coisas novas, de escapar do mesmo. Acho que Maria conseguiu penetrar nesse caminho de forma muito delicada, e acaba proporcionando momentos únicos”.

O lançamento terá um formato diferenciado. “Esse é um filme muito especial como produto cinematográfico. Por conta disso, resolvemos fazer um recorte também especial para a estreia nos cinemas. Será um lançamento totalmente Los Hermanos. Um grande evento, com sessões limitadas”, conta Carla.

O filme estreia no dia 14 de maio em dez cidades do país, com exibições na quinta, no sábado e no domingo, sempre às 21h. Depois disso, poderá ser exibido em outras cidades, conforme a demanda dos fãs. Em Belo Horizonte, o filme entra em cartaz no Cinemark do BH Shopping, com sessões nos dias 14, 16 e 17 de maio, às 21h.

“O cinema está vivendo um novo momento com a tecnologia digital. É uma grande revolução artística, de uma maneira geral. Precisamos aproveitar esse momento. É muito bom ver essa grande variedade de produtos audiovisuais que temos hoje. Você pode ter conteúdos diferentes ocupando uma mesma sala, por exemplo. É uma oportunidade fascinante que a tecnologia está oferecendo, e nós planejamos o lançamento com isso em mente”, finaliza.







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