Globo se atrapalha na cobertura do atentado terrorista em Paris

janeiro 11, 2015

Foto: TV Globo / Reprodução. 


O atentado terrorista que matou 12 pessoas na redação da revista semanal de humor Charlie Hebdo, em Paris, na França, sem dúvida alguma é pauta nos principais noticiários. Mas, o que mais chamou atenção do público – e de muitos colegas jornalistas, foram as escorregadas da Globo na cobertura deste fato, por conta dos deslizes dos repórteres Cecília Malan e André Luiz Azevedo.

A primeira chamou atenção pelo visível nervosismo no ar, ao vivo, durante o Jornal Hoje, de sexta-feira (09/01). Cecília Malan acostumada a entrar no ar para falar de pautas de amenidades ou por comentar notícias factuais diretamente do estúdio de Londres, na Inglaterra, mostrou muita insegurança no vídeo.

Tudo bem que estar a poucos metros do local onde um terrorista fazia reféns em um mercado judeu deixaria qualquer um tenso, mas Cecília estava acima do tom: nervosa, insegura, parecia estar apurando as notícias do celular, e não no local. A situação atrapalhou inclusive o âncora do Jornal Hoje, Evaristo Costa, que também ficou visivelmente nervoso e se atrapalhou na condução da chamada do vivo.

Em outro momento, Evaristo cobrou de Cecília informações atualizadas da situação na França e ela, num ato de total sinceridade ou ingenuidade, disse que estava com dificuldade no acesso à internet, enquanto tentava traduzir as notícias do celular. Foi constrangedor. O fato fez com que o nome da jornalista fosse parar no Trending Topics do Twitter, entre os assuntos mais comentados. Entre apoios e vaias, muitos internautas pediram para que a Globo mudasse de repórter nas entradas ao vivo, já que Cecília relatou que “nunca tinha ouvido um tiro na vida”.


Já a outra escorregada aconteceu com o experiente repórter André Luiz Azevedo. Ele mostrou uma capa da edição histórica da revista Charlie Hebdo quando a publicação foi vítima do primeiro atentado, em 2011, que incendiou toda redação. Na reportagem, André mostrou a capa como se fosse da próxima edição que vai ser lançada na semana que vem. Os organizadores prometem uma tiragem histórica de 1 milhão de exemplares.

Por conta do atentado, a equipe da Charlie Hebdo está trabalhando no Jornal Liberátion e, no decorrer da semana, conversaram com jornalistas do mundo todo que acompanharam um dia de trabalho da publicação. André Luiz conta que coube a ele a tarefa de mostrar para os outros colegas, durante a coletiva, a capa de uma edição histórica da revista que ele, equivocadamente, pensou se tratar da capa da próxima semana.

A matéria foi ao ar na edição de sexta-feira (09/01) do Jornal Nacional (JN). Tempo depois, o G1, portal de notícias da Globo, admitiu o erro e emitiu uma nota pedindo desculpas pela informação. Na edição de sábado (10/01), constrangido, André Luiz pediu desculpas no ar ao vivo pelo engano.
Foto: TV Globo / Reprodução. 

Em contrapartida, na mesma sexta-feira (09/01), aconteceu um exemplo positivo de bom jornalismo. A repórter Giuliana Morrone, que estava de férias em Londres, interrompeu o seu descanso e se ofereceu ao escritório da Globo, na capital do Reino Unido, para ajudar na cobertura do atentado terrorista de Paris, uma vez que o titular do escritório, o repórter Roberto Kovalick, está de férias no Brasil e Cecília Malan havia sido bombardeada nas redes sociais por conta do nervosismo.

Giuliana apareceu no JN com uma matéria sobre uma tensão que houve no metrô londrino que parou por conta de uma suspeita de atentado terrorista. Ela aproveitou e repercutiu como a notícia do atentado em Paris tem sido tratada na Inglaterra, uma vez que os dois países são muito próximos e tem acesso muito fácil por via ferroviária.

Atualmente, Giuliana Morrone é repórter especial da Rede Globo, em Brasília-DF, e apresenta o bloco político do Bom Dia Brasil. Já trabalhou como correspondente da emissora em Nova York e, até duas semanas atrás, apresentou o telejornal ao lado de Chico Pinheiro, cobrindo a folga de fim de ano da titular Ana Paula Araújo.









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