#CharlieHebdo: Revista em Paris é alvo de ataque terrorista

janeiro 07, 2015

Foto: Site Le Figaro / Reprodução. 


Na manhã desta quarta-feira (07/01), 12 pessoas morreram em um ataque terrorista aos profissionais da revista Charlie Hebdo, em Paris, na França. Ao todo, 10 funcionários da publicação e dois policiais foram assassinados. Até o fechamento desta postagem, nenhuns dos envolvidos foram presos.

Em novembro de 2011, uma bomba incendiária havia sido jogada na redação da Charlie Hebdo, o que motivou a publicação mudar de endereço. Atualmente, o veículo fica próximo a pontos turísticos importantes da “Cidade Luz”, como a Bastilha e a Praça de Vosgues. A Polícia local intensificou a guarda para evitar novos ataques e o estado de pânico entre as pessoas.

O governo da Arábia Saudita emitiu comunicado oficial afirmando que não tem nada a ver com o atentado e prestou condolências às famílias das vítimas e também ao povo francês. Nos Estados Unidos, Obama ofereceu à França o apoio do FBI para a captura dos envolvidos ao ataque terrorista.

No Brasil, a presidente Dilma Rousseff afirmou estar indignada com o ataque "terrorista e sangrento". "Esse ato de barbárie, além das lastimáveis perdas humanas, é um inaceitável ataque a um valor fundamental das sociedades democráticas - a liberdade de imprensa".
Foto: Site Zenpundit / Reprodução.

Com o atentado, vários veículos internacionais noticiaram que alguns profissionais da revista, como o editor-chefe da publicação, Stephane Charbonnier – conhecido como Charb, morto no ataque, já havia recebido ameaças de morte e andava com guarda-costas há três anos. Entre os membros da revista que foram assassinados no atentado, estão o cartunista Georges Wolinski, o colunista Bernard Maris e os colaboradores Jean Cabut e Bernard Verlhac, que assinava como Tignous.

A tensão entre os muçulmanos e a revista é antiga e deu início em 2006, quando a publicação trouxe em suas páginas charges do profeta originalmente publicadas no jornal dinamarquês Jyllands-Posten. Na época, a polícia teve de ser mobilizada para proteger a redação. Toda essa tensão acontece também por outro motivo: atualmente, a França mantém a maior comunidade islâmica na Europa.




De acordo com as autoridades francesas, há indícios de que os terroristas calcularam toda a ação, uma vez que os atirados chamaram os profissionais pelo nome e escolheram o horário das 10h, período em que se realiza a reunião de pauta da revista e há mais pessoas na redação. A revista Charlie Hebdo é publicação semanal francesa, conhecida pelo tom ácido e bem humorado das suas charges e cartuns, sempre colocando em pauta temas como política, cidadania e religião.

Opinião

Em um mundo tão diverso quanto o nosso, ainda é chocante se deparar com atos de terrorismo desta natureza por conta de um grupo discordar do posicionamento do outro. Discordar faz parte da vida em sociedade, mas isso não significa em nenhum momento que eu tenha o direito de agredir o outro que não concorda com aquilo que escrevo, penso, desenhe ou fale.
Foto: Reprodução. 

O atentado aos profissionais da revista Charlie Hebdo, em Paris, na França, abre um precedente perigoso para a liberdade de imprensa e, principalmente, para a liberdade de expressão. Entendo que para o povo muçulmano não é aceitável colocar o profeta Maomé em uma anedota, mas impor uma visão de mundo de forma violenta, definitivamente, não é a melhor resposta. Como disse no início, o mundo é diverso. E em nome desta diversidade é que devemos propor respeito e tolerância.

Porque os ofendidos não foram à redação do Charlie Hebdo e pediram uma retratação, um direito de resposta ou entraram na brincadeira? Mesmo assim, há ainda um outro contexto: trata-se de uma publicação de humor. Não é para ser levado a sério a este ponto tão trágico de ter que matar 12 pessoas por conta de uma “vingança”. Isso não é fé, mas sim fanatismo. Já passou da hora de aprendermos a rir de nós mesmos.










Gostou do Café com Notícias? Então, siga-me no Twitter, curta a Fan Page no Facebook, siga a company page no LinkedIn, circule o blog no Google Plusassine a newsletter e baixe o aplicativo do blog.











Jornalista



MAIS CAFÉ, POR FAVOR!

0 comentários