#CaféEntrevista: Cristiano Santos desvenda os mistérios do LinkedIn

dezembro 05, 2014

Foto: Blog Blackboard / Reprodução. 


Quando pensamos em uma rede social que mistura network, empreendedorismo e oportunidade de negócios na internet, logo vem à cabeça o LinkedIn. Trata-se de uma rede social criada em maio de 2003, mas o seu “boom” aqui no Brasil se deu em 2010. A proposta é ser uma rede segmentada para o ambiente profissional e para o compartilhamento de conteúdo entre os seus usuários.

Muita gente pensa no LinkedIn como um currículo online, uma forma de fazer conexões somente para conquistar um novo emprego ou uma oportunidade de negócio, mas a rede social é muito mais que isso. E quem foi que me abriu os olhos para estas particularidades foi o jornalista, social media e palestrante, Cristiano Santos, durante a 3ª edição do BH Social Media. Inclusive, ele foi o motivador da criação da company page do Café com Notícias.

Para falar mais sobre o LinkedIn, o Café com Notícias conversou com o Cristiano, um dos maiores especialistas sobre esta rede social no Brasil. Na entrevista, ele falou, entre outras coisas, sobre a importância de se ter um perfil bem atualizado e que interaja com outros usuários. “O LinkedIn não é um banco de currículos. Ele é um banco de profissionais em movimento”, afirma. Abaixo, confira a entrevista completa:

1) Como surgiu o seu interesse pelo LinkedIn? Você acredita que ela pode mudar (ou já está mudando) a forma como o brasileiro faz as suas conexões profissionais?

Trabalho como social media na Editora Globo em São Paulo. E uma das atribuições desse cargo é, justamente, criar estratégias para a presença das marcas da empresa nas mídias sociais. Como a editora é uma empresa de conteúdo, vimos no LinkedIn uma grande oportunidade através das company pages.

Estudando essa rede para pensarmos em ações bacanas, passei a desenvolver um interesse enorme por toda a mecânica dessa rede social profissional e decidi estudar mais de perto as possibilidades, tanto para perfis pessoas, quanto para empresas.

E, acompanhando todo esse movimento que o LinkedIn está tendo no Brasil, é visível o quanto recrutadores e profissionais têm intensificado, nos últimos meses, o uso dessa rede e cada vez mais entendem o principal propósito da plataforma, conforme dito pelo CEO da empresa Jeff Weiner, é ser uma fonte de conteúdo profissional de qualidade para seus usuários.

Dessa forma, os brasileiros têm percebido que mais importante que ter uma rede com muitas conexões, mas sem relacionamento, acaba não sendo a fórmula do sucesso. É necessário aliar o contato com uma troca de conhecimentos onde todos possam se beneficiar.
Cristiano Santos se tornou uma referência brasileira sobre o LinkedIn e ministra uma oficina sobre esta rede social na Faculdade Cásper Líbero. Foto: Arquivo Pessoal.

2) Qual é a principal dica que você dá para uma pessoa que quer construir um perfil no LinkedIn?

Poderia listar aqui diversas dicas, do tipo: colocar uma foto profissional, criar uma URL personalizada, utilizar vídeos e fotos pra incrementar seu perfil, etc. Mas, como a pergunta fala de uma principal dica, creio que o mais importante hoje é construir um perfil no LinkedIn com sua história.

Você pode ter um perfil campeão, preencher todos os campos, colocar todas as palavras-chave possíveis, mas, se após tudo isso você não compartilhar conteúdo, não mostrar sua evolução profissional para sua rede ou mesmo não utilizar a plataforma pra aprender e ensinar, diria que há um desperdício enorme de oportunidades.

Quem quer construir um perfil bacana no LinkedIn tem que lembrar que por trás de cada perfil há pessoas. Então, é hora de humanizar seu perfil. É a dica n° 1, na minha opinião.

3) Muitos recrutadores estão de olho não só no currículo de possíveis profissionais a serem contratados, mas também na presença que este profissional tem nas redes. Na sua avaliação, qual é o principal erro que as pessoas cometem ao fazer um perfil profissional no LinkedIn?

O principal erro, na minha opinião, é justamente, o que citei acima: criar um perfil e não deixá-lo lá, paralisado, sem vida. O LinkedIn não é um banco de currículos. Ele é um banco de profissionais em movimento. Uma vez ouvi dizer em um evento que participei que 90% do movimento que é visto no LinkedIn é causado por apenas 10% de seus usuários.

Ou seja: temos 90% de pessoas paralisadas, mudas e sem perspectiva na rede. Parece trágio e pesado, mas é a realidade. E pense no recrutador que, ao visitar um perfil de um profissional nesses moldes, não encontra nenhuma atualização recente. Em um mundo tão digitalizado, é provável que, para esse recrutador, você passe a ser alguém invisível.

4) Você também possui um grupo no Facebook, o "LinkedIn de A a Z". Como surgiu a ideia do grupo e qual tem sido a repercussão dele?

Eu já vinha estudando o LinkedIn há um tempo, porém sentia falta de um espaço onde pudesse compartilhar o que vinho aprendendo e, principalmente, aprender com as experiências de outros colegas. E assim, em fevereiro de 2014, resolvi criar o grupo no Facebook para debater exclusivamente sobre essa rede.

Alguns me perguntam: porque no Facebook? Na minha concepção, é nessa rede que nossos amigos, família, parceiros de trabalho estão. Mas, muito além disso, é nessa rede que estão os usuários que muitas vezes não conhecem ou não se familiarizam com o LinkedIn.

Portanto, o grupo tem quase que uma função evangelizadora de converter usuários do Facebook em fiéis usuários do LinkedIn também. De fevereiro pra cá, crescemos bastante (e rápido) e no momento já estamos chegando a 2.300 membros no grupo, com a participação de profissionais de diversas áreas e, inclusive, funcionários do LinkedIn que estão por lá participando e acompanhando os debates.

O LinkedIn Brasil - De A a Z já é hoje o maior grupo do Brasil sobre o tema e o 4° maior do mundo em número de usuários. Quando a questão é a qualidade do conteúdo compartilhado e dos debates que rolam ali, já arrisco dizer podemos ser considerados um dos melhores grupos do mundo sobre LinkedIn. E deixo aqui o convite: pra quem quiser participar, segue o link: http://www.facebook.com/groups/linkedinbrasildeaaz
Foto: Blog Job Hunting / Reprodução.

5) Além de palestrante sobre o LinkedIn você também ministra uma oficina sobre esta rede social na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo. Fale um pouco sobre este curso, quando será a próxima edição e se há uma previsão para que a oficina venha para BH?

Esta oficina tem como função ensinar aos usuários, na prática, como fazer a Gestão do Perfil e Conteúdo no LinkedIn. Indicado tanto para profissionais em busca de recolocação, profissionais do mercado de comunicação ou mesmo de gestores de empresas, o foco é testar, utilizar e aplicar, direto no computador, as principais funções disponíveis hoje aos usuários dessa rede.

A 4° turma desta oficina será no próximo sábado, dia 06 de dezembro, com vagas já esgotadas, enquanto a 5° turma já está prevista para fevereiro/2015. E a novidade é que após a minha palestra no Belo Horizonte Social Media, no dia 29 de novembro, houve uma grande procura dos profissionais do mercado mineiro pela oficina e, por isso, já estou organizando uma edição exclusiva para BH, que será em janeiro ou fevereiro de 2015. Em breve, novidades.

6) Para finalizar, gostaria que você falasse da importância de "recomendar" o trabalho de alguém no LinkedIn. De que maneira esta ação pode fortalecer um perfil profissional?

Sabemos que indicações para uma vaga de emprego sempre acontecem no mercado profissional e, dependendo do nível dessa indicação, a mesma pode resultar em boas chances de se conquistar essa vaga oferecida. Isso não é diferente no LinkedIn.

Profissionais bem recomendados são, geralmente, mais bem vistos pelos recrutadores e pela rede como um todo. E só ser recomendado não basta: o importante é recomendar também, valorizar o trabalho dos superiores, subordinados, parceiros e descrever isso em palavras, contando um pouco da experiência de trabalhar com fulano ou beltrano em projetos, eventos, etc. Ou mesmo votar nas competências e habilidades de suas conexões. 

É importante lembrar que estamos falando de uma rede profissional onde a base é o networking. Então, o relacionamento e a interação são as melhores ações que um usuário pode ter no LinkedIn. Portanto, resumindo, um bom profissional não é apenas aquele que é bem recomendado pelas pessoas: ele também recomenda, indica e fortalece, dessa forma, a sua conexão com outros usuários.









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