Modelo de publicidade do Facebook expõe usuários em anúncios sem autorização

outubro 22, 2013

Foto: Site PGN9 / Reprodução.

Uma das formas do #Facebook fazer publicidade é utilizar a foto do usuário recomendando uma Fan Page ou post de uma empresa, site ou organização no Feed de Notícias, como se aquilo fosse feito pelo próprio usuário, quando na verdade não é.

O que acontece é que o usuário nem sabe que tem a sua imagem veiculada a alguma publicidade, pois a rede social de Mark Zuckerberg não faz uma notificação prévia para o consentimento do uso de imagem.

O usuário só fica sabendo por conta de amigos que, geralmente, começam a questionar porque fulano ou cicrano estão recomendando isso ou aquilo.

Em entrevista para o site Rede Brasil Atual, a coordenadora institucional da associação de defesa dos consumidores, Proteste, Maria Inês Dolci, acredita que este tipo de publicidade pode ser enquadrada por meio do Código de Defesa do Consumidor.

“Consideramos que essa é uma prática abusiva. Portanto, quem se sentir lesado por uma associação de sua imagem a um produto ou oferta deve reclamar nos órgãos de defesa do consumidor. (...) O usuário, ao curtir, tem de saber que ele pode ser associado à publicidade daquela empresa. E tem de ter o direito de não aceitar", diz.

Maria Inês explica ainda que, uma vez que o internauta, ao curtir uma página, não tem atualmente a opção nas configurações que o informe que não quer ter sua imagem associada a publicidade daquela empresa ou entidade. E, por conta disso, este tipo de prática pode ser uma violação grave, segundo as leis brasileiras.
Foto: Site Proxxima / Reprodução.

Se no Brasil ainda não há um caso em que haja decisão favorável ao internauta – pelo menos até o fechamento desta matéria, nos Estados Unidos, uma determinação judicial pode servir de precedente para o nosso país.

Segundo o site G1, em agosto deste ano, um grupo de cinco internautas nos Estados Unidos ganhou um processo contra o Facebook por ter usado de forma indevida a foto de perfil deles recomendando um anuncio.

O processo foi aberto em 2011 e, na época, o Facebook utilizava o termo de “Histórias Patrocinadas” no Feed de Notícias. O juiz norte-americano ordenou o pagamento de U$ 20 milhões como indenização ao grupo.

Privacidade

De acordo com o Facebook, é importante que o usuário da rede social defina as suas Configurações de Privacidade, restringindo ao máximo que os seus dados sejam vistos ou utilizados por terceiros. Para isso, ele deve seguir alguns passos:

# Clique em Configurações de Privacidade;

# Em Privacidade, haverá uma série de questões como "Quem pode ver meus itens?", "Quem pode entrar em contato comigo?" e "Quem pode me procurar?". Redefina de acordo com os seus gostos pessoais, limitando que pessoas que você não conhece possam ter acesso aos seus dados.

# Ainda na coluna da esquerda, clique em Anúncios. Vai aparecer três enunciados em Anúncios do Facebook. Nos dois primeiros, clique em editar. Tanto em "Sites de terceiros" e "Anúncios e amigos", marque a opção "Ninguém". Isso irá deixar claro que você não quer ter a sua imagem associada a nenhum anuncio.

Opinião

Particularmente, não concordo com esse modelo de publicidade do Facebook. Acho muito invasivo. Para mim, usar a minha imagem sem o meu consentimento prévio para induzir os meus amigos/seguidores a curtir ou comprar ou determinado produto é malicioso.

Não é a primeira vez que vejo meu nome relacionado a publicidade de alguma empresa ou induzindo os meus amigos/seguidores a curtir determinada fan page ou post. Das outras vezes, pedi aos amigos para denunciar a propaganda abusiva. E tenho feito o mesmo quando vejo um anuncio no meu Feed.
Foto: Site Os Marshmallow / Reprodução.

Na manhã desta terça-feira (22/10), em especial, me irritou o fato do Facebook me utilizar como “garoto propaganda” para um anuncio e, com isso, gerar constrangimento. Achei uma falta de respeito tremenda não só comigo, mas com as pessoas que acompanham o que escrevo. Foi desleal!

Confesso que só estou no Facebook por trabalhar com produção de conteúdo e análise de mídias sociais. Não gosto desta rede. Acho ela invasiva e um convite para que os usuários fiquem de fofoca ou desabafando coisas que deveriam ser ditas apenas no “mundo real” e na “esfera pessoal”, e não para qualquer um ver, comentar e julgar.

Até pensei em deletar o meu perfil. Tenho conta no Facebook desde meados de 2004, numa época em que a rede social tinha outra proposta. Graças a uma conversa com uma amiga, resolvi ponderar e não “chutar mais o balde”. Afinal, trabalho com redes sociais e, por enquanto, o Facebook é uma das redes sociais de maior audiência no Brasil.

É por essas e outras que prefiro o Twitter. Muito mais prático e simples, pelo menos por lá, não tenho o meu perfil associado a nenhuma publicidade sem o meu consentimento.
Foto: Site Techtudo / Reprodução.

Além disso, as conversas mudam durante o dia no Twitter, mesmo que haja um “assunto quente” no Trending Topics. Ninguém fica remoendo o mesmo post o dia inteiro como acontece no Facebook

No Twitter, tudo é em tempo real.

É por essas e outras que resolvi escrever este post como um alerta. Acredito que se o Facebook continuar invasivo desse jeito terá o mesmo fim do Orkut por falta de credibilidade e transparência.

Claro, isso é a minha opinião pessoal. Cada um tem a sua. Mas este alerta é real: não permita que o Facebook lucre com a sua imagem. #cuidado





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Jornalista

MAIS CAFÉ, POR FAVOR!

3 comentários

  1. Francisco Bertoletta2 de nov. de 2013, 10:20:00

    Minhas netas tem Facebook, Wander. Por mim elas não teriam isso. Também não gosto desta rede social. Muita fofoca e futilidade. Já tive conta uma vez para nunca mais. Acho legal saber o que anda acontecendo na internet, mas há outros meios mais instrutivos como os blogs, por exemplo.

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  2. Tenho Facebook e nem sabia desse modelo de publicidade. Estou assustado e não quero ver o meu nome envolvido em nenhuma publicidade. Bem que já ouvi um ditado que fala que não existe nada de graça nessa vida....e o Facebook faz isso muito bem, pelo visto.

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  3. No meu ver, o grande problema deste modelo de publicidade é o consentimento do internauta. Imagina se o Facebook pagasse o internauta uma quantia pela publicidade, acho que ninguém se importaria. Ou ainda, que a opção de participar ou não desse modelo fosse mais clara poderia dar mais credibilidade. Li uma pesquisa que fala que a recomendação no Facebook é melhor do que anunciar no Adsense, por exemplo. Por que ali a certeza que alguém que você é amigo é que está recomendando e não um estranho. Você tocou num ponto importante: a publicidade na internet não evolui. Os modelos são injustos. Muita coisa precisa ser revista.

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