Café Literário – Livro O Oitavo Dia mistura aventura, religião e tecnologia

julho 04, 2013



Bem-vindo ao Café Literário, a sua dose semanal de literatura! Nesta temporada, a seção está sob os cuidados do escritor em formação, apaixonado por literatura e autor do blog Escriba Encapuzado, Tiago K. Pereira*, novo colunista do blog @cafecnoticias. Semanalmente, você irá conferir por aqui novidades do mundo literário, entrevistas, resenhas e, até mesmo, sorteio de livros. Acompanhe:
Saudações literárias! O Café Literário desta semana traz a resenha de O Oitavo Dia, thriller cujo mote é o poder do fanatismo religioso e da tecnologia. Uma curiosidade é que embora seja assinado por John Case, o livro foi, na verdade, escrito por um casal, cada qual aclamado pela crítica americana por obras próprias.
Casal 20

O Oitavo Dia (Editora Planeta) é um thriller de John Case, pseudônimo adotado pelo casal de escritores americanos Jim e Carolyn Hougan. Jornalista investigativo premiado, Jim foi locutor de rádio e editor da Harper’s Magazine. Ele ganhou reconhecimento na década de 80 por Secret Agenda: Watergate, Deep Throat, and the CIA, sobre os escândalos envolvendo o presidente Richard Nixon.
O casal Jim e Carolyn Hougan durante um evento literário.
Foto: Annie Chernowpics / Flickr / Reprodução.

A estreia literária de Carolyn se deu na mesma época com Shooting in the Dark. Ela publicou dois outros livros antes de se unir ao marido para escrever Código Gênesis (Planeta Internacional), bestseller do The New York Times e o primeiro de cinco thrillers produzidos pelo casal. Vítima de câncer, Carolyn faleceu em 2007.

Resenha: O Oitavo Dia


Danny Cray é um jovem e pobre artista que faz bicos como detetive. Quando é contratado para investigar uma campanha difamatória contra o cliente de um rico advogado, ele agarra esta oportunidade rara: um caso simples com uma recompensa generosa. Seguindo a pista de um professor que se enterrou vivo em sua própria casa, pouco a pouco Danny é envolvido numa conspiração internacional que pode lhe custar a vida.
A história é interessante e bem amarrada, porém, apresenta certas falhas que não condizem com o gênero. Até o leitor mais desatento é capaz de deduzir alguns mistérios e nem mesmo o vilão está livre da obviedade – é possível descobrir sua identidade sem muito esforço. Quanto ao protagonista, seu carisma é o que incentiva a continuação da leitura.
Um dos pontos altos é a abordagem dos incomuns aspectos culturais e religiosos de um povo que está intimamente ligado à trama. No entanto, o livro é pobre no tratamento dado à tecnologia: não há nada que já não tenha sido explorado exaustivamente em filmes ou outros romances.

O desfecho deixa a desejar: pelo tamanho da enrascada em que o protagonista se envolve é de se esperar uma conclusão mais elaborada, o que não acontece. Tudo é resolvido rápido demais, as soluções parecem forçadas e a salvação de Danny praticamente cai em seu colo. As últimas páginas se revelam muito melosas e o destino do vilão é ignorado.
Considerando que as principais revelações são feitas nos últimos quatro ou cinco capítulos de um total de 24, é impossível não pensar que a obra poderia ter sido bem menor. De fato, grande parte do texto parece um diário de viagem do protagonista – o que ainda levanta a seguinte questão: por que alguém com a cabeça a prêmio e um nome a limpar perderia tempo passeando por pontos turísticos?
A capa, as orelhas, e a sinopse podem dar a entender que O Oitavo Dia é um thriller com elementos sobrenaturais ou de terror, mas não é assim – infelizmente, isso só fica claro para lá do capítulo 15. Apesar dessa confusão e da conclusão fraca, bem aquém do que era esperado, o livro prende por sua escrita ágil, boas cenas, além de uma ou outra surpresa na trama.

Avaliação literária (Nota de 1 a 5):






*Perfil: Tiago K. Pereira é escritor de coração e servidor público por necessidade. Aficionado por letras, livros e curiosidades do mundo nerd, Tiago busca realizar seu sonho de se tornar um escritor profissional. Entre rascunhos de histórias e telas de programação, ele se aproxima do mundo da literatura escrevendo no Escriba Encapuzado e para a seção Café Literário do blog Café com Notícias.






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Jornalista

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5 comentários

  1. Ainda não li o livro, mas gostei da resenha. Só não entendi uma coisa: aonde está o debate de religião e tecnologia? Acho que a resenha tinha ter contado isso para a gente poder entender melhor a história.

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    1. Entendo sua confusão, xará.

      Na primeira versão da resenha eu falava sobre a relação entre religião e tecnologia na obra, mas achei melhor cortar tais trechos, pois continham muitas revelações sobre a história.

      E resenha com spoiler não rola, não é? ;)

      Abraços,
      Tiago K. Pereira – Escriba Encapuzado
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  2. Geralmente, é desse tipo de leitura que me atrai...pra deixar no criado mudo antes de dormir e ler a noite. Gostei da dica!

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    1. Que bom que gostou, Daniela. Que tal recomendar algumas de suas obras favoritas do gênero?

      Abraços,
      Tiago K. Pereira – Escriba Encapuzado
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  3. Acabei de ler e realmente o final não me agradou, muito óbvio e simples. Eu esperava mais detalhes da nanotecnologia... :( ...

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