Cine Café – Filme O Artista mostra a história do cinema hollywoodiano

fevereiro 21, 2012


Um filme mudo em preto e branco que dá um show de criatividade ao resgatar a história do cinema hollywoodiano de forma universal. Trata-se do filme O Artista (2012), uma produção franco-americana, distribuída pela Paris Filmes, que mistura romance, comédia e drama. Dirigido por Michel Hazanavicius e com um orçamento modesto de US$ 15 milhões, O Artista é uma homenagem ao cinema, além de colecionar inúmeros prêmios ao redor do mundo.

O filme possui 11 indicações ao Oscar 2012, incluindo o Melhor Filme e vencedor de sete BAFTAs. Além disso, foi a primeira vez na história do Globo de Ouro que um longa francês conquista prêmios nas categorias melhor filme de comédia, de melhor ator nessa categoria para Jean Dujardin, e a de melhor trilha sonora. Alguém duvida que ele é capaz de levar mais estatuetas para casa? Eu não.

De longe, é o filme mais simples e criativo que vi em anos. Para mim, já é um clássico, um filme que faz a diferença por conta do seu apelo atemporal. No elenco, Jean Dujardin, Bérénice Bejo, John Goodman, James Cromwell, Penelope Ann Miller, Missi Pyle, Beth Grant, Ed Lauter, Joel Murray, Bitsie Tulloch. Confira o trailer:



A trama se passa entre 1927 e 1932, época em que o cinema mudo dá lugar ao cinema falado, mostrando o quanto esta nova tecnologia modificou a indústria cinematográfica e ajudou a construir uma nova história. Uma curiosidade é que O Artista é o primeiro longa-metragem mudo e em preto e branco lançado comercialmente, desde Silent Movie (1976), de Mel Brooks.

O filme conta a história da ascensão e queda do ator George Valentin, ícone do cinema mudo no final da década de 1920. Em meio disso, a jovem Peppy Miller, uma dançarina que busca o sucesso, se vê apadrinhada por Valentin de forma espontânea e acaba se tornando um fenômeno do cinema falado. Talvez seja aí a universalidade de O Artista que consegue criticar de forma tão humana, a indústria da fama e do mundo das celebridades, a gratidão, a amizade e o amor.

Não é difícil se apaixonar por O Artista logo nas primeiras cenas, principalmente se você for fã da história do cinema. O filme é um exercício de criatividade e volta no tempo. Dificilmente ele poderia ter sido feito de outra maneira, senão preto e branco e mudo, por conta deste resgate histórico. Mas isso o deixa incompreensível? De modo algum. O Artista é um filme universal, cuja história consegue ser compreendida pelos olhares e expressões dos personagens.

Me encantei com O Artista quando vi os indicados ao Oscar 2012. Achei uma ótima sacada da academia este ano ter voltado o olhar para outros tipos de produções, principalmente a ousadia de colocar comercialmente um filme mudo em preto e branco. O que sinto do Oscar deste ano é uma retomada à linguagem cinematográfica e a filmes que, de certa forma, fazem uma homenagem aos clássicos, como no caso de Cavalo de Guerra.

O que é aquele cachorrinho em O Artista? O que é a atuação de Jean Dujardin e Bérénice Bejo? Aliás, ninguém no filme destona. Tudo é tão perfeito que o telespectador embarca na história, viaja no tempo e torce por um final feliz. É comovente a história de amor à primeira vista dos dois protagonistas que se fortalece através da amizade e da gratidão ao longo dos anos. 


O mais bacana desta volta no tempo proporcionada pelo filme é poder brincar com as linguagens, com as marcações de cena, com a trilha sonora, de uma maneira tão envolvente que cada item se soma ao roteiro de um jeito seguro como há muito tempo não se via. Creio também que o filme pode ser visto como uma crítica à criatividade atual dos roteiristas e aos pseudo-atores que cada novo sucesso de bilheteria, interpreta sempre eles mesmos, e nunca um personagem diferente. Mais do que um filme, O Artista é um sopro de vida inteligente, um resgate cultural em forma de entretenimento. Uma obra de arte na telona. Vale a pena assistir!


Fotos: Divulgação.



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Jornalista

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3 comentários

  1. Ei Wander! Assisti O Artista neste final de semana e sai do cinema maravilhada. O filme é tudo isso mesmo que você falou, um show de criatividade. Tomara que ganhe todas as indicações ao Oscar....valeu cada cena. Tô apaixonada por aquele cachorrinho, gente. Ele rouba a cena. Parabéns pela crítica, querido. Arrasou como sempre. Beijos

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  2. Fui ver esse filme outro dia e fiquei com o pé atrás. Pensei que se tratava de algo culti e de difícil compreensão. Me enganei. Como vc disse é um filme universal e muito bem executado. Merece todos os prêmios que concorrer.

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  3. Ainda não assisti o filme, mas assim que der o farei. Pela sua resenha parece ser muito bom. Gosto dos clássicos do cinema e, principalmente, aqueles que sabem homenageá-los.

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