MediaOn 2011 – 2º dia debate a influência das redes sociais sob o conteúdo informativo

novembro 23, 2011

A jornalista Meg Pickard, diretora de Estratégias para Mídias Sociais do
The Guardian, palestrou no MediaOn 2011. Foto: Rubens Chiri.

No segundo dia do MediaOn – Seminário Internacional de Jornalismo Online, nesta quarta-feira (23), o ciclo de debates começou com a palestra da jornalista Meg Pickard, diretora de Estratégia para Redes Sociais do jornal britânico The Guardian. O @mediaon, que está na sua 5ª edição, vai até o dia 24 de novembro, no Itaú Cultural, em São Paulo. Ao final do dia, você irá conferir aqui no @cafecnoticias os principais destaques. Fique ligado!


» Clique aqui e confira como foi o 1º dia do MediaOn 2011.


Para Meg, o diferencial que as redes sociais trouxeram para o jornalismo é a quebra do segredo de uma pauta, o que ela chama de colaboração por “mutualismo”. “É um sistema que está funcionando há alguns meses. A ideia é não manter em segredo, mas dizer: ‘nos ajude a descobrir como podemos contar essa história".  Nesse processo, o leitor ajuda a criar a notícia, e não apenas consome ou reage à notícia. “É o interesse mútuo para o benefício público”, disse a diretora de Estratégia para Redes Sociais do jornal britânico The Guardian.

No painel seguinte, Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular, e Rodrigo Flores, diretor de Conteúdo do UOL, analisaram p crescimento da Classe C e os impactos disso na internet brasileira. Durante a palestra, foram apresentados dados da consultoria comScore que revela que Brasil é o segundo país do mundo no acesso a páginas de notícias e informação, atrás apenas dos Estados Unidos. Para os convidados, o maior desafio dos produtores de conteúdo na internet brasileira, de agora em diante, é regionalizar cada vez mais a informação.

Ainda, segundo a pesquisa, 99,2% dos internautas brasileiros com 15 anos ou mais acessam sites do gênero todos os meses. Outro dado que chama atenção é sobre a presença significativa dos blogs noticiosos na mídia brasileira e na preferência dos internautas, o que supera a relevância no mercado norte-americano. No Brasil a categoria chega a 97,4% dos internautas, ante 72,6% na Suécia e 70,8% nos Estados Unidos.
Rodrigo Flores; Renato Meirelles; Alex Banks e Marcelo Coutinho, no MediaOn 2011.
Foto: Rubens Chiri.

"O número do mercado brasileiro mostra a relevância que a categoria tem entre os usuários de internet que acessam a rede da casa ou do trabalho. (...) A internet contribui mais para a ascensão social do que a escolaridade. Tão importante quanto à universalização do ensino, é o plano nacional de banda larga", disse o sócio-diretor do Data Popular, Renato Meirelles.

Dando sequência aos painéis de debate, na tarde desta quarta-feira (23), o MediaOn trouxe o gerente de expansão do Facebook no Brasil, Ricardo Sangion. Para ele, os usuários do Facebook esperam que o conteúdo postado nesta rede tenha uma maior análise, sem a característica de tempo real do Twitter. “Posts de cinco linhas costumam ter mais sucesso que posts de quatro linhas. As mensagens com foto costumam ter uma penetração e engajamento muito maiores”, disse. Sangion ainda incentivou que jornalistas usem o Facebook de maneira profissional para poderem ter uma visibilidade maior além do veículo em que eles trabalham. “Se o Fulano quer ser mais que o Fulano de tal lugar, o Facebook pode ajudar nisso”, comentou.

Dados do Facebook revelam que o jornal americano Washington Post aumentou em 280% o número de acessos entre maio e dezembro de 2010, depois que passou a utilizar a rede social como porta de entrada para as notícias. Já o Huffington Post aumentou em 22% os acessos e aumentou para 8 minutos o tempo médio de permanência no site. “A partir de 2000, as capas dos portais acabaram caindo em taxa de acesso por causa do avanço dos buscadores, como o Google. A forma de navegar na web se concentrou na busca, porque quando você faz uma busca, você acha o que quer. Agora, nesta década, o compartilhamento é o mais importante. Seu amigo mostra um link em uma rede social e você acaba acessando”, disse Sangion.
Ricardo Sangion, gerente de expansão do Facebook, responsável pelo
desenvolvimento de negócios e a gerência do produto no Brasil.
Foto: Rubens Chiri.

Para finalizar, no último painel do MediaOn desta quarta-feira (23), Andre Jung (músico e produtor); Sergio Martins (crítico revista Veja); Marcos Maynard (executivo e produtor); Cláudio Prado (produtor); Tatá Aeroplano (músico, compositor, DJ e agitador cultural), discutiram a música além da mídia, apontando como a revolução digital na indústria fonográfica mudou a distribuição musical. “As gravadoras se envolveram em processos contra o Napster ao invés de sentar com os ícones da nova tecnologia e pensar em como isso poderia ser pensado em favor”, disse o crítico musical Sérgio Martins.

Para Maynard, mesmo com a ascensão do iTunes, as gravadoras ainda estão querendo encontrar um bom modelo de negócio. “Houve um vácuo muito grande entre os que lutavam pela ‘pirataria no ar’ e deixaram muito tempo essa geração consumir o que ela queria. A indústria não está feliz, está muito mal, está enferma. O iTunes vende uma música e você gastou para gravar 10 músicas”, disse. O produtor lembrou também de novas formas de arrecadação para que os artistas que comecem a lucrar financeiramente como, por exemplo, as plataformas de streaming, como o Terra Sonora e o YouTube, que já começaram a apresentar políticas de monetização.



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Colaborou: Larissa Corrêa, de São Paulo.





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1 comentários

  1. Muito interessante esse evento, MediaOn. Não o conhecia....achei que é muito útil para que os profissionais e as empresas possam levar o jornalismo no meio digital mais a sério e com mais investimentos. Boa matéria, Wander. Parabéns pelo blog. Abraço

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