Livre de qualquer preconceito para que os leitores possam entender a fundo a vida de Assange, as autoras viajaram dos Estados Unidos para a Austrália, Islândia, Suécia e Inglaterra colhendo material e entrevistando pessoas próximas que fizeram ou fazem parte da vida do jornalista criador do Wikileaks.

Ao conversar com familiares, amigos e inimigos, Valérie e Sophie trouxeram novas e reveladoras informações a respeito do homem que é visto por alguns como o “guerreiro da verdade” e da transparência governamental e, por outros, como uma ameaça à segurança nacional. As autoras deixam o leitor decidir se é possível conceder a Julian Assange a posição de herói ou vilão.

Valerie e Sophie esmiúçam detalhes da vida de Assange, as experiências de uma infância conturbada ao mistério que envolve a vida dele. Filho de um pai ausente, uma mãe artista e ativista, um padrasto que preferia considerá-lo como adulto. Julian Assange teve incessantes mudanças de casa, uma união que fracassou ao fim de dois anos em uma peleja judicial que durou mais de cinco anos, além de um filho perdido e depois reencontrado, e as mudanças repentinas de direção, os acordos pessoais com novos aliados, suas reações problemáticas e a tendência a querer controlar tudo.

No livro, o leitor encontrará informações que levaram Assange a escolher determinados parceiros de imprensa para vazamento dos documentos extra-oficiais, a evolução do site e os bastidores dos casos mais polêmicos, sem contar nas controvérsias que existia nos bastidores do Wikileaks, como por exemplo o fato de que os próprios parceiros, que tiveram muita dificuldade para compreender algumas decisões de Assange. Daniel Domscheit-Berg, seu ex-sócio no Wikileaks, declarou ao deixar a organização: “Havia gargalos demais no projeto...existe demasiada concentração de poder em uma só organização, responsabilidades demais”.

Valerie Guichaoua vive em Los Angeles (EUA) e encontrou no jornalismo sua vocação. O conhecido estilo literário dela confere uma cadência envolvente à biografia de Julian Assange, cativando o leitor do começo ao fim. Já Sophie Radermecker, que também vive em Los Angeles, possui técnicas apuradas de jornalismo investigativo que ajudaram a construir um perfil autêntico e aprofundado de Julian Assange.