Michael Jackson: tributo e show além da vida

julho 07, 2009


A emoção ainda fala mais alto do que qualquer outra coisa. Não se trata de uma tentativa de querer apagar ou enaltecer. É muito, mas muito além disso. Talvez, apenas quem está livre de qualquer preconceito consiga entender para poder aplaudir e reverenciar. Nesta última terça-feira (07/07), por volta de 14h30 - horário de Brasília, o mundo parou em frente a TV.

Houve quem disse que fizeram um circo. Outros, uma homenagem. Mas, qual é o artista que não quer ser lembrado pelo seu legado no palco? Em Los Angeles, no estádio Staples Center, o mundo parou para prestar a última homenagem ao rei do pop, o cantor Michael Jackson - que faleceu há um pouco mais de duas semanas, numa tarde de quinta-feira (25/06). Clique aqui para ler o artigo: Michael Jackson - ídolo ou mito?.

Várias emissoras transmitiram o Tributo, ao vivo, praticamente para todo o planeta, em tempo real. Sofremos uma verdadeira catequese de Michael Jackson. Mas, se olharmos por um lado bom, só assim esta geração - que não só eu, mas muitos outros que possuem os seus vinte e poucos anos fazem parte, puderam ver o quão magnífica foi a vida desse artista que fez sucesso dos seis aos cinquenta anos de idade.


Só assim percebemos o quanto Michael Jackson foi um artista ímpar e que unificou a música black com o pop e o rock. Que na década de 1990 levou o axé dos tambores do Olodum, da Bahia, do Brasil para o mundo. Michael se permitiu experimentar. Bebeu de várias fontes musicais e fez um som único. Além disso, se pararmos para pensar, foi um artista que deu imagem audiovisual a indústria fonográfica com vídeos clips pra lá de especiais com um toque de cinema, dança e musicalidade.

Lembro-me, quando garoto, ficava acordado até altas horas da noite para esperar a estréia dos clips de Michael Jackson no Fantástico, da TV Globo, para ver os clips de "Black or Withe" e "They Don't get about us", por exemplo. No período do Natal, por volta da década de 1990, sempre passava o filme "Moonwalker" (1988) e o clip "Ghost" (aquele de mais de trinta de minutos), no SBT.

Naquela época, para mim, não havia nada melhor do que poder ver o rei do pop em ação. Não cheguei ver a fase negra do jovem Michael no "The Jackson Five" ou ainda alçando voo solo em "Off the Wall" (1979) e "Thriller" (1982).

Vi depois, já na fase branca, na década de 1990. Eternizei na mente, assim como milhares de brasileiros, a música "Don´t Stop Until You Get Enough", como vinheta do Vídeo Show, da TV Globo. Acompanhei as polêmicas, as excentricidades pelos noticiários, os filmes biográficos e os documentários sobre a carreira do artista.

Michael viveu em um mundo mágico. Cresceu sem saber o que é ter uma vida "normal". E por falar em mágica, fazendo uma alusão rápida ao filme "O Grande Truque" (2006), que fala sobre o mundo dos mágicos, um dos personagens que é o protagonista da história, fala que o segredo de um grande artista é viver o seu personagem 24 horas por dia.

A ilusão está em fazer com que as pessoas acreditem que a artista e o personagem são a mesma pessoa. Então, fomos iludidos? Compramos essa história do homem que não se aceita do jeito que é e que foi negro, mas morreu branco. Será? Pode soar pretensão, mas Michael Jackson foi o artista que mais valorizou a música negra no mundo e ajudou a abrir portas para a entrada de afro-descendentes no show biz de forma que nunca se viu igual.


Era excêntrico, mas também filantropo. Foi condenado a ser adulto quando era criança. Quando ficou adulto se permitiu ser criança. Criou um mundo. Se transformou em um personagem que fez música como ninguém. Se reinventou durante três décadas consecutivas.

Ia voltar aos poucos com um show sensacional para fazer a sua despedida oficial. Michael, que pena você não estar vivo para saber o quanto é amado! Esse show tributo lavaria a sua alma e lhe daria energia suficiente para arrasar nesses próximos 50 shows. Mas, valeu! Ele fez história. É pretensão descrever com qualquer adjetivo o que foi o show tributo de adeus à Michal Jackson. A emoção ainda fala alto!

Respeitemos a dor da família que não perdeu o artista, mas um pai, um filho e um irmão. Respeitemos os fãs que, em quase quinze dias, mostraram para o mundo o quão querido Michael ainda é. O que se viu neste show de homenagem foi uma reverência a grandiosidade de um artista e um adeus aos fãs no palco. Palco este que o consagrou e que foi feita a despedida.

Creio que todo artista deveria ter esse tipo de homenagem ainda em vida, pois a sua obra merece ser sempre aplaudida. Michael Jackson merece muitas palmas! É eterno, pois sua música ainda vive. E viverá para sempre.

:: Acompanhe algumas fotos do Tributo à Michael Jackson:



» Créditos das Fotos: Mark J. Terrill; Monica Almeida e Carlos Osorio.
»
Clique aqui para ver mais foto do Tributo à Michal Jackson, feito em Los Angeles (EUA), no estádio Staples Center.






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Wander Veroni
Jornalista

MAIS CAFÉ, POR FAVOR!

20 comentários

  1. Olha, você sabe que quando surgiram os primeiros rumores sobre o velório do MJ ser em um ginásio com direito a ingressos eu também pensei que seria um show; uma palhaçada. Hoje vi que estive errado.

    Parei minha tarde para acompanhar o tributo ao eterno Rei do Pop e fiquei sem palavras, o público foi extremamente respeitoso com o momento, assim como todos aqueles que prestaram depoimentos e suas perfomances.

    Segundo o Jornal Nacional, a cerimonia foi vista por mais de um bilhão de pessoas e bateu récorde.

    Momento mais emocionnate: Paris Jackson ao final no microfone, ela conseguiu através do amor ao seu pai, expressar toda a dor que uma criança sente na falta do pai.


    Parabens pelo post cara.

    E mais uma vez estamos sintonizados, postei hoje sobre o meu medo sobre o futuro da música pop sem MJ.


    Um abração

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  2. Apesar dessa confusão toda que foi, onde nao definiam onde seria o enterro, os rumores de que o caixão seria simbólico entre outos boatos (chegaram até a dizer que ele poderia estar vivo), foi uma excelente cerimonia, apesar de eu só ter conseguido ver a parte do Stevie Wonder (no intervalo do trabalho) e hj de manha a Mariah Carey cantando "All Be There" e a filha fazendo aquela declaração emocionada.

    Foi lindo. A quem organizou está de parabéns. N dou os creditos á familia pq n gosto deles. Alguém que no discurso oficial da morte de filho lança uma gravadora n merece o meu respeito.

    Apesar de n ter esse direito, acho q a morte fora injusta com ele. Ele poderia pelo menos ter tido um último show, uma ultima apresentação, para depois ir. Mas quem somos nós reles mortais pra julgar isso, nao é mesmo?

    Parabens pelo post.

    Abçs!!!

    http://blogpontotres.blogspot.com

    O Sentimento da Mesa Vazia

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  3. Um cara que fez parte de nossas vidas desde nossa infância, que sempre esteve na mídia, que revolucionou com sua música, ao contrário de funkeiros, emos, e qualquer tipo de segmento que inventam e somem com o passar dos anos, by the way, vai com Deus Michael, ahhh.. parabéns pelo blog.

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  4. Michael Jackson se tornou um mito já em vida. E assim permanecerá. Seu legado para a indústria musical foi enorme, e ele não só se reiventou, como reinventou a cultura pop num todo.
    Valeu,
    All3X

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  5. O velório, ou melhor, o show que aconteceu foi grandioso. Tão grande quanto a importância do MJ pra música. Não posso falar dele sobre seus atos, mas sim pelo seu legado. Agora, o que fica na minha cabeça é, será que ele morreu mesmo ou se escondeu pra não ser mais perseguido?

    Abraços!

    Já tem o terceiro programa de rádio, Wander com direito a abraço pra vc.

    Valeu!

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  6. Acredito que foi uma grande homenagem, e não poderia faltar para relembrar a vida do artista que fez tanto pela música.
    Ele foi um dos grandes música do mundo sem sombra de duvidas.

    Também escrevi sobre ele no meu blog.
    Se puder dar uma olhada.
    http://opinioeseinformacoes.blogspot.com/

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  7. 1 bilhao de pessoas?

    Minha nossa. Realmente marcou mesmo

    Fantastico

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  8. Suas palavras são tão bonitas.
    É uma bela homenagem sua.

    (Vou terminar meu comentário aqui, pois não concordo com muito que foi dito, mas isso não desmerece a beleza de suas palavras!)

    Beijos

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  9. Eu acompanhei o velório on line e achei emocionante, confesso que lágrimas rolaram e até agoora eu não consigo acreditar que ele se foi. Eu sempre achei que fosse receber essa notícia qndo eu estivesse bem velhilha, rs...
    Beijos e sauudades, querido!!

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  10. Confesso-lhe que sou dos que acham que foi um circo.

    Poderia enumerar os motivos, mas vou citar apenas os que mais me chamar a atenção:

    1 -No meu caso, quero receber todas as homenagens em vida. Ele está desencarnado, gente. Nada no mundo material faz mais diferença para ele. Portanto, o ritual pareceu-me comprazer apenas os que ficaram.

    2 - A comoção, declarações e pompas foram dignas de um chefe de estado ou, até, de um santo.

    Não foi Ghandi que desencarnou. Foi só o Michael Jackson. Apenas um cantor e dançarino maravilhoso, que encantou o mundo com sua arte, mas que não evitou nenhuma guerra ou lutou pela libertação dos escravos. Ele sequer lutou contra o preconceito racial - que,aliás, ele alimentou muito.

    3 - Vcs repararam quantas mãos ajeitaram o microfone da filha dele. A babação de ovo da herdeira ao vivo, em rede mundial, foi patética.

    Além do mais o que tão emocionante a menina disse. Que 'o pai foi o melhor que ela poderia ter'?

    Ela conheceu outro?

    Frase normal. Pq tanto assombro???

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  11. Michael é um ícone!

    Wander to te seguindo no twitter,agora vamos poder nos comunicar melhor e trocar ideias.


    www.teoria-do-playmobil.blogspot.com

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  12. Oi Wander, quanto tempo não passava por aqui!!!!!
    Sabe, acho interessante como a morte de um artista mobiliza todo setor de marketing...não acredito que ele não tenha sido enterrado até hoje

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  13. olá wander. boa noite.
    desculpa a invasao. achei seu artigo em relação a michael e o processo de mitificação muito interessante. o meu blog é sobre minha paixao por cultura e brasil imperial. se tiver interesse pode olhar e seguir..

    abraços.

    ahh gostei muito desse espaço

    leandro.

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  14. Graças a faculdade e a minha péssima mania de deixar tudo pra última hora, nem pude acompanhar direito o velório. Mas, o pouco que vi, foi realmente interessante.
    Agora, com um pouco de culpa, me pergunto, será que ele morreu mesmo? Sei lá, o Michael era (ou é) tão excentrico e seu corpo não apareceu...

    mesmo que o choro da filhina dele é convincente demais para ser tudo uma farsa.

    Seja como for, vivo ou morto, MJ é um cara cercado de mistérios e polêmicas.

    Ah, Wander, vi que você comentou na minha foto com o Vander Lee. Dá um pulinho no Meus Pensamentos.

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  15. Pode ter sido um show-funeral, mais foi lindo e emocionante. Michael Jackson era um show-man e com certeza aprovaria essa homenagem. O que mais irrita são os irmãos e o pai dele. São muito caras de pau. Abraços.

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  16. Gostei muito do texto. Ainda estou completamente emocionada com a morte de MJ.

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  17. Olá, Wander.

    Curtia muito MJ e suas músicas para mim são inesquecíveis. Seu estilo era incomparável... levantava qualquer platéia!

    Porém, admito que eu devo ser um E.T., pois não assisti ao tributo. Nada, nada, nada... nem durante e nem depois.

    Porém, nem tudo está perdido: passando por aqui agora, deu pra ter uma noção muito boa de como tudo aconteceu, reforçando o que todos os meus amigos comentaram a respeito.

    Valeu! Bjos...

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  18. Belo post Wander. Devido às notícias que se espalharam sobre quem fica ou não fica com a herança, às vezes tenho a impressão que os irmãos e o pai perante os olhares atentos do mundo encenam muito. É difícil falar isso, mas não coloco a minha mão no fogo.

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  19. Adorei o texto. Acho que os artistas merecem mesmo ter essa homenagem em vida.
    A morte dele serviu e muito para que eu conhecesse e passasse a admirar o seu trabalho!

    =D

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