#DicaCultural: Festa da Luz 2025 iluminou com arte, música e tecnologia o hipercentro de Belo Horizonte
agosto 15, 2025Belo Horizonte se acostumou, em agosto, a ganhar um novo brilho. Não era apenas a iluminação pública que reluzia nas noites frias da capital mineira, mas um espetáculo de cores, sons e experiências que transformou o hipercentro de BH em uma verdadeira galeria a céu aberto.
De quinta-feira (14/08) a domingo (17/08), a Festa da Luz 2025, em Belo Horizonte, trouxe um legado de encantamento, impacto cultural e econômico. Quem passou pela Praça da Estação, pelo Viaduto Santa Tereza, pela Rua Sapucaí e pelas redondezas do edifício Sulacap/Sulamérica sabe bem: a cidade respirou arte, tecnologia e música como poucas vezes ao longo do ano.
A história desse festival, que nasceu em 2019, inspirado em modelos internacionais como o Festival de Luzes de Lyon, já conquistava a identidade belo-horizontina. O que começou como uma iniciativa tímida, buscando aproximar a população das artes digitais e do videomapping, rapidamente se consolidou como uma das experiências culturais mais aguardadas do calendário da capital mineira.
A cada edição, o evento mostra como o espaço público pode ser palco de novas linguagens. E, em 2025, com o tema “Culturas Urbanas”, a festa reafirmou a potência criativa que pulsa nos becos, viadutos e praças da cidade. Do ponto de vista cultural, a Festa da Luz mostrou-se um encontro plural. Ao exaltar o hip-hop, o graffiti, o funk e a dança de rua como protagonistas, colocou na vitrine manifestações, muitas vezes, marginalizadas.
Ao mesmo tempo, trouxe para o debate a importância da democratização do espaço público, lembrando que a cidade é de todos e deve ser ocupada com arte, memória e resistência. Juliana Flores, diretora artística e curadora do festival, resumiu bem o espírito da edição ao dizer que o espaço urbano é um “terreno fértil para a convivência e o futuro”.
Economicamente, o festival brilhou também em números. De acordo com estimativas da Prefeitura de Belo Horizonte e de parceiros do evento, a Festa da Luz movimentou milhões em receita, entre turismo, bares, restaurantes, transportes e hospedagens. Hotéis do entorno do centro registraram alta ocupação, e comerciantes relataram vendas acima do esperado.
Não era difícil encontrar turistas de São Paulo, Rio e até de fora do Brasil se impressionando com a programação gratuita e acessível. A Festa da Luz já não era apenas um programa cultural: era também um motor econômico para o coração da capital.
E se o bolso agradeceu, os olhos não ficaram para trás. Entre as 13 instalações espalhadas pelo hipercentro, uma delas ganhou status de “queridinha do público”: “FOCO”, do artista e arquiteto Ricardo Bizafra.
O túnel de dez grandes arcos infláveis iluminados, montado sob os arcos do Viaduto Santa Tereza, criou um efeito quase hipnótico, guiando o olhar dos visitantes para o horizonte da cidade. Filas se formaram para garantir uma boa foto ou, simplesmente, para apreciar o jogo de luz e sombra que fez muita gente suspirar.
Para quem buscava um roteiro certeiro, a dica de ouro era começar pela Praça da Estação, ponto central da festa, seguir pela Rua Aarão Reis e encerrar a noite no Viaduto Santa Tereza. Ali, não só “FOCO” brilhava, mas também projeções visuais que dialogavam com o grafite da região e performances de dança urbana que surgiam de repente, criando a sensação de que a arte podia saltar das paredes.
O edifício Sulacap/Sulamérica, com sua arquitetura histórica, também recebeu instalações que chamaram atenção pelo contraste entre o passado e a tecnologia. Mas a Festa da Luz 2025 não foi feita apenas de instalações. Os shows deram ritmo às quatro noites. O palco montado na Praça da Estação recebeu nomes como Djonga, MC Hariel, Marina Sena e DJs locais que levaram o público a dançar até a meia-noite.
A mistura de luz e música fez com que a experiência fosse completa: quem ia para apreciar a arte visual, saía embalado pelo som; quem ia para curtir o show, acabava se encantando com a explosão de cores nas fachadas dos prédios.
Mas, qual melhor instalação de 2025? Difícil eleger sem cometer injustiça, mas críticos e público pareceram concordar: além de “FOCO”, o destaque ficou com a projeção interativa montada na Rua Sapucaí.
Ali, os visitantes podiam interagir com sensores de movimento que alteravam as cores e formas projetadas nos prédios, transformando qualquer passante em parte da obra. Crianças e adultos brincaram como se fosse um videogame coletivo ao ar livre, gerando filas, gargalhadas e vídeos que inundaram as redes sociais.
No fim das contas, a Festa da Luz 2025 reafirmou-se como um evento que vai além da estética. Foi uma experiência de pertencimento, de ver a cidade sob nova perspectiva, de trazer orgulho para quem mora em BH e de despertar a curiosidade de quem visitava. Mostrou que a arte pode ser popular, acessível e, ao mesmo tempo, sofisticada. Que o centro da cidade pode, sim, ser ocupado com alegria, criatividade e segurança.
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Jornalista
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