#SambaNoPé: Brasileiros levam a energia contagiante do samba para a terra do Canguru
dezembro 14, 2022
Há poucos meses do carnaval, Belo Horizonte (MG) espera receber 5 milhões de foliões para a festa em 2023. Não é para menos: são dois anos de espera pela folia que não aconteceu devido à pandemia. Seja nos blocos de rua, nas festas nos clubes ou nos desfiles das Escolas de Samba, o certo é que não só o mineiro está ansioso para cair na folia.
Aliás, o carnaval e o samba vêm fazendo sucesso também do outro lado do mundo. Em Sidney, na Austrália, o grupo “Bateria 61”, formado por brasileiros e pessoas de diversas nacionalidades, leva o ritmo e a nossa cultura aos australianos.
“Nosso objetivo é espalhar a alegria do samba em Sydney. Fazemos isso realizando, acolhendo e encorajando os recém-chegados ao nosso grupo sempre que possível. Você não precisa ser percussionista para participar, basta ter vontade de aprender e se divertir!”, explica a banda em seu site.
Do batuque ao samba no pé
Para a festa momesca ser completa é preciso aprender a dançar o ritmo característico do nosso carnaval. Uma das brasileiras que tem colocado os australianos para sambar é a coreógrafa, dançarina e professora de dança brasileira, Ana Lúcia Pereira da Silva, de 38 anos. Nascida no Rio de Janeiro, filha de pais paraibanos, carrega no sangue a paixão pela dança.
Incentivada pela irmã, ainda adolescente foi aprender a dançar. Tomou gosto e com muito estudo e dedicação iniciou sua carreira na Escola de Dança Jaime Aroxa, em 2001, uma das maiores escola de dança do Rio de Janeiro, onde lecionou por mais de 14 anos, ensinando pessoas de todas as idades.
A paixão por ensinar acompanhou Ana Lúcia para o outro lado do mundo. Em 2018, mudou-se para a cidade de Perth, na Austrália, e logo se tornou co-diretora do “Perth Forró / Perth Samba”, onde criou eventos, performances e ministrou aulas de danças.
A professora também ensina crianças no "Projeto Cabana", que busca conectar os filhos de brasileiros nascidos na Austrália com a cultura brasileira, mantendo assim a conexão e o laço familiar.
Para a coreógrafa, a dança vai além de aprender os passos de um determinado ritmo, se tornando uma ferramenta que permite o autoconhecimento e a autoconfiança. “Quando começamos a ensinar a dança para as crianças, por exemplo, trabalhamos também toda a questão da autoconfiança, autoestima, coordenação motora e todas as partes sensoriais. É muito incrível a mudança que a dança traz para a vida da criança”, explica Ana Lúcia.
Essa filosofia é aplicada na prática em suas aulas, como nas ministradas no College Park Gymnastics Academy, onde prepara crianças para competições de ginástica, através da dança, por meio da conscientização corporal e do autoconhecimento.
O público adulto também aprende e se encanta com o gingado da carioca. Ana Lúcia da Silva já atuou na peça “A Girl From Rio”, encenada no “Fringe Festival”, em Perth, com ótima avaliação da crítica do festival.
Além disso, a bailarina foi convidada para fazer parte do videoclipe da banda "Randa and The Soul Kingdom", e se apresentou várias vezes nos shows de Juliana Areias, e também fez parte da equipe de professores do “Forroz Festival”, em Sydney. A coreógrafa vem ensinando os australianos não só a ter o samba no pé, mas também o gingado do forró, samba de gafieira, bolero, entre outros estilos.
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Observação: *Texto feito pelo jornalista Diego Alvarenga.
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Jornalista
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