#FreeBritney: Documentário de Britney Spears resgata a história de sucesso à queda da Princesinha do Pop

março 28, 2021


It's Britney, bitch! O sample que ficou conhecido na música “Gimme More” é quase uma assinatura da Princesinha do Pop, @BritneySpears. Afastada dos palcos desde janeiro de 2019, ela luta na Justiça para que possa voltar a ter o controle da sua própria vida pessoal e artística. Tudo porque, em 2008, o pai da cantora acionou a corte norte-americana para tutelar a filha, após o polêmico episódio de surto, em que ela teve que ficar meses internada em uma clínica de reabilitação.

Todo esse imbróglio faz parte do documentário “Framing Britney Spears: A Vida de uma Estrela”, que entrou este mês no catálogo do @globoplay. Britney Spears não tem a guarda dos filhos, nem o controle da própria vida pessoal. Para você ter uma ideia, somente no final do ano passado ela conseguiu o direito na Justiça de poder escolher os advogados que a iriam defender na Justiça e a equipe que cuida dela, no âmbito da vida pessoal. Antes, tudo era decidido pelo pai, Jamie Spears. Inclusive, quais aplicativos ela teria no celular, ou se iria fazer ou não compras no cartão de crédito.

Essa “prisão de ouro” de Britney, motivou os fãs a lançarem o movimento #FreeBritney para que a cantora possa voltar a ter, pelo menos, o controle da sua vida pessoal, já que esse sistema de tutela/conservadoria, nos Estados Unidos, é aplicado apenas para pessoas incapazes com alguma doença física ou mental, o que não é o caso de Britney Spears. Claramente, ela ainda está em sua fase produtiva, aos 39 anos de idade. Até que o caso seja resolvido na Justiça, Britney resolveu dar uma pausa na carreira. E ela está certa. Abaixo, assista ao trailer do documentário:

Se por um lado, nas redes sociais, a artista se mostra fazendo atividade física, pintando quadros e visitando os filhos, Britney quase teve a vida destroçada pelas lentes dos paparazzi e da imprensa misógina, sexista e machista no início dos anos 2000. 

A cantora não tinha paz! Todas as ações dela eram marcadas por fotógrafos e videomakers que ganharam uma fortuna por fotografar todos os seus passos. O mais emblemático, aquele em que ela pega um guarda-chuva e quebra o carro do paparazzi foi só a ponta do iceberg, numa época em que a mídia não discutia tão abertamente sobre saúde mental e as redes sociais ainda estavam engatinhando.

Documentário

Lançado originalmente em 05 de fevereiro de 2021, como uma edição da série The New York Times Presents, nos canais FX e FX on Hulu, o documentário chegou no Brasil com exclusividade no Globoplay, em março deste ano. Inclusive, o filme foi exibido para os participantes do BBB 21

Dirigido por Samantha Stark e produzido por Jason Stallman, Sam Dolnick e Stephanie Priess, "Framing Britney Spears" revisita de forma cronológica a carreira da cantora que começou aos 8 anos de idade e, aos 16 anos, era uma das artistas pop com mais álbuns vendidos no planeta.

Mesmo para quem não é fã da cantora, o documentário consegue mostrar como uma garota determinada e talentosa quase se autodestruiu em frente às câmeras dos paparazzi. É triste analisar que, no momento do seu pior surto, a tutela à Britney foi a melhor coisa que a aconteceu para que ela não tivesse um fim trágico. 

Mas, o que era para ser algo temporário para que ela pudesse cuidar de si e se reestabelecer, passou a ser permanente. Não é à toa que os fãs criaram o movimento #FreeBritney, uma vez que a artista é prisioneira dessa tutela e não tem o poder de decidir nada da sua vida. 

Machismo

O documentário mostra o quanto que Britney Spears foi vítima de sexismo, machismo e misoginia por parte da imprensa e da Justiça norte-americana. Na mídia, todas as ações dela eram condenadas como vulgares e, nos episódios de surto, como uma mulher louca e desequilibrada que não queria se tratar. Em nenhum momento, os veículos de comunicação pararam para questionar a sua possível depressão pós-parto ou o fato de ser seguida, diariamente, por um mutirão de paparazzi poderia destruir a sua saúde mental.

Tem uma parte do filme em que um apresentador bem mais velho, pergunta para Britney, ainda criança, se ela tinha namorado ou se ela gostaria de namorar com ele. Em outro momento, já adolescente, um jornalista comenta, abertamente, em um programa de TV sobre o tamanho dos seios dela, dizendo que esse era um assunto muito comentando entre o público.

Britney se lançou muito nova no mundo artístico. Bem no início da sua carreira musical, com o single “Baby One More Time”, ela flertava entre a doçura de uma adolescente que estava amadurecendo e uma mulher incrivelmente sexy, dona de si. Até a sua virgindade, na coletiva de lançamento do seu primeiro álbum, foi motivo de pauta na imprensa. O fato é que para a mídia, Britney não interessava musicalmente: o negócio era transformar a sua vida pessoal em espetáculo.

Opinião

Engana-se que, ao assistir o documentário, você encontrará toda as respostas sobre essa polêmica da tutela. A proposta do filme é mais mostrar, de forma jornalística e documental – com depoimentos de pessoas importantes que trabalharam com Britney. O documentário explora seu sucesso meteórico e sua queda, que se transformou em uma batalha judicial e levantou questões urgentes sobre saúde mental e direitos individuais. 
Britney e o namorado, o personal trainer e dançarino, Sam Asghari. O casal foi proibido de casar pelo pai da cantora, mas eles mantém uma união desde 2016. Crédito: Reprodução / Instagram.

A obra percorre a vida da cantora passando por sua infância, assédio midiático até a situação atual, na qual ela está sob a tutela legal do pai concedida pela Justiça contra sua vontade. Ano passado, a cantora acionou a Suprema Corte da Califórnia com o objetivo de remover a tutela do pai, mas perdeu a ação. Desde então, seus fãs lideram o movimento #FreeBritney, defendendo a liberdade da estrela pop. 

Particularmente, tenho dúvidas se Britney tem condições de não ser mais tutelada. Ela nunca quis o pai à frente dessa tutela, mas nada impede que a Justiça dê a outra pessoa em que Britney confie, como a irmã, por exemplo, que já é a beneficiária legal, caso ela faleça. Vimos na mídia casos como de Whitney Houston e Ammy Whinehouse que, por falta de apoio familiar (e tutela), tiveram um fim trágico, imerso às drogas e a problemas emocionais.
 
Talvez, naquele momento, em que Britney teve o seu pior surto, a tutela foi o recurso encontrado para que a artista não acabasse como a personagem de “Urso Branco”, em Black Mirror, morta pelas lentes das câmeras, em um circo eletrônico midiático. Abaixo, assista a análise do youtuber Anderson Vieira:





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Jornalista

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