#ProtagonismoFeminino: Mulheres dominam mais de 70% da produção científica nacional

março 08, 2020

Crédito: i Stock / Reprodução. 
No Dia Internacional da Mulher (08/03), o Brasil tem algo de se orgulhar. Segundo a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), somos o país com maior porcentagem de artigos científicos assinados por mulheres na América Latina e na comunidade íbero-americana. Entre 2014 e 2017, o Brasil publicou cerca de 53,3 mil artigos, dos quais 72% são assinados por pesquisadoras mulheres.

A pesquisadora e CEO da MagicScience Brasil, Jackeline Alecrim, é uma das cientistas que endossam esses números. Pioneira no mundo ao desenvolver através de seu trabalho científico uma formulação realmente efetiva contra a alopecia, sendo reconhecida internacionalmente, ela conta que isto é resultado da capacidade, resiliência e da força das mulheres. 

“É maravilhoso ver como nós mulheres podemos fazer a diferença em todas as áreas, não apenas dentro daquilo que é estereotipo ou clichê. Isto é resultado direto da luta que temos assumindo desde gerações anteriores em busca de igualdade de gênero e de mostrar à sociedade que podemos fazer muito mais do que cuidar da casa e dos filhos, mas também contribuir para o desenvolvimento científico e fazer descobertas que mudam o mundo”, comenta Jackeline.
Crédito: Divulgação. 
No entanto, os dados mostram que apesar de assinar a maior parte dos artigos, quando levado em conta o número de mulheres pesquisadoras, ele é menor que o dos homens. No Brasil, elas representam 49% dos autores. Para Jackeline Alecrim conta que nas universidades geralmente o número de mulheres é menor em cadeiras relacionadas a cursos como engenharia, medicina e ciências exatas.

“O que se observa nas salas de aula é que as mulheres representam apenas cerca de 5% a 10% dos estudantes em alguns cursos, o que também acontece quando olhamos para o quadro de professores. Vemos isto também em congressos e afins. Mas apesar disto, somos nós mulheres que mais produzimos em diversas áreas do conhecimento", explica a pesquisadora. A seguir, assista uma reportagem da TV Brasil sobre o protagonismo feminino na ciência. Confira:


Ela lembra ainda da relevância de produção científica feminina nos países ibero-americanos. Atrás do Brasil, aparecem a Argentina, Guatemala e Portugal com participação de mulheres em 67%, 66% e 64% dos artigos publicados, respectivamente. No extremo oposto estão El Salvador, Nicarágua e Chile, com mulheres participando em menos de 48% dos artigos publicados por cada país.

Além desses países, a OEI analisou a produção científica da Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Cuba, República Dominicana, Equador, Espanha, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Os dados fazem parte do estudo "As desigualdades de gênero na produção científica ibero-americana", do Observatório Ibero-americano de Ciência, Tecnologia e Sociedade (OCTS), instituição da OEI.

Destaque

Duas pesquisadoras brasileiras lideram a pesquisa mundial que sequenciou o genoma do coronavírus em tempo recorde. São elas: Ester Sabino, diretora do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da Universidade de São Paulo (USP). Ela coordena o Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (Cadde), que estuda em tempo real epidemias de arboviroses, como Dengue e Zika. 

E Jaqueline Goes de Jesus, pós-doutoranda na Faculdade de Medicina da USP e bolsista da agência de fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Ela desenvolve pesquisas sobre o mapeamento do Zika no Brasil. Elas realizaram a pesquisa em apenas dois dias após a confirmação do primeiro caso da doença no Brasil, sendo que a média dos outros laboratórios internacionais é de 15 dias.

Em homenagem a esse feito, o estúdio Maurício de Sousa Produções presentou, recentemente, as duas pesquisadoras como duas personagens da Turma da Mônica. Ester aparece como Magali e Jaqueline como Milena, a primeira protagonista negra da franquia. A arte compõe o projeto Donas da Rua, que tem apoio da ONU Mulheres e foi desenvolvido pela filha de Maurício de Sousa, Mônica.






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