#DicaCultural: Exposição aborda a participação do cinema nas mudanças políticas da Espanha

julho 04, 2019

Crédito: Ricardo Laf / Reprodução. 
Entre os dias 05 de julho e 1º de setembro, o MIS Santa Tereza traz à Belo Horizonte (MG) a exposição “O cinema da transição em 20 cartazes”. Com entrada franca e apoio do Instituto Cervantes de Belo Horizonte, a mostra, que tem a curadoria da historiadora Laura Gomes Vaquero, pretende retratar a participação do cinema nas mudanças que ocorreram na Espanha, durante os anos da Transição (1974-1982)

No dia 05 de julho, na abertura, serão exibidos os filmes “O Espirito da Colmeia”, às 19h e “Cria cuervos”, às 21h. A exposição já passou por Salvador, São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Recife e Brasília.  

Durante a transição, o cinema espanhol, assim como os seus próprios cartazes, dialoga sobre as intensas mudanças adotadas pela sociedade espanhola durante quase uma década e, principalmente, sobre as transformações de um meio que, mesmo tendo a televisão como um forte concorrente, ainda tinha poder para unificar um público nas salas de cinema que, segundo as críticas, chegava a responder energicamente frente ao que era mostrado na tela.

Despertar social

O cinema conseguiu captar, de forma especial, os diversos estados de uma sociedade marcada por um passado severo, um presente instável e um futuro incerto. Inúmeros filmes promoveram uma revisão do recente passado, desde perspectivas inovadoras, principalmente da Guerra Civil (1936-1939) e da Ditadura

Outros, ao contrário, abordaram questões atuais referentes à política, gênero e, claro, à recém estreada liberdade de expressão, cuja materialização mais direta (e superficial) ocorreu através dos filmes que, durante um breve período, foram classificadas como soft-core porn.

Contudo, houve espaço para as sombras neste cenário de progressiva liberdade: o desaparecimento oficial da censura cinematográfica em 1977 não impediu que determinados filmes considerados incômodos, por algum motivo, fossem “sequestrados”, impossibilitando a sua livre exibição. 
Um dos cartões postais de Barcelona, na Espanha. Crédito: Shutterstock / Reprodução. 

A permanência de atitudes antidemocráticas também foi manifestada através de ataques a algumas salas cinematográficas por parte dos ultradireitistas franquistas. E, ainda que a maioria dos produtos transmitisse um posicionamento favorável à mudança, apareceram alguns, é verdade que em número minoritário, que evidenciavam posicionamentos reacionários frente ao processo de democratização assumido pelo país.

O cinema da época foi, definitivamente, um veículo para sentir a sociedade que despertava após décadas de silenciamento e repressão. E o fez mostrando faces muito diversas: desde o conservadorismo de determinadas das chamadas “comédias sexis” até o tom punk dos primeiros filmes do Pedro Almodóvar: passando pela prática da livre expressão dos documentários e cinematografia militante, assim como pelo protagonismo que se deu a uma juventude que até então permanecia periférica, através do formato de cinema conhecido como quinqui.


Serviço

Exposição de cartazes de cinema: O cinema da transição em 20 cartazes
Data: 5 de julho a 1 de setembro // Entrada franca
Local: MIS Santa Tereza (Rua Estrela do Sul, 89 - Santa Tereza)
Horários de visitação:  de terça a sexta, das 10h às 21h; sábado e domingo, das 16h às 21h





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