#Reflexão: Seminário em Belo Horizonte discute os novos desafios da Comunicação Pública

março 25, 2019

Por Sílvia Amâncio*
O jornalista e vereador Álvaro Damião abriu os trabalhos do Seminário de Comunicação Pública. Crédito: Abraão Bruck / CMBH. 

Na última sexta-feira (22/03), a Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) realizou o II Seminário de Comunicação Pública: possibilidades, formatos e desafios na era digital. Na atividade, foram discutidos o futuro do diálogo com o cidadão na internet, bem como a apropriação das assessorias de comunicação e veículos públicos das ferramentas digitais para a disseminação de conteúdo informativo na web. 

Em sua 2ª edição, o seminário contou com a presença do cientista político e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Bruno Reis, que fez um apanhado sobre as novas estratégias de campanhas políticas, como a do ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama, que utilizou as redes sociais para arrecadação de verbas. 

“Esse fenômeno de uso das redes não é novo, o que é novo e preocupante são os novos mecanismos de emissão e recepção de notícias sem critério, veracidade e qualidade, as fake news. Isso também contribuiu para a perda de espaço dos veículos de comunicação tradicional. Os blogs trazem um novo olhar sobre diversos temas e às vezes com mais aprofundamento", destacou. 

Ainda sobre o tema “presença nas redes sociais”, o jornalista e diretor da Central de Imprensa da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH), Vitor Colares, destacou a importância do uso das novas mídias pelo poder público, mas ressaltou o que pode dar certo e o que pode dar muito errado. “É importante ser ousado e ter presença. Mas mais do que isso, off-line as pessoas também têm opiniões e isso deve ser considerado um termômetro para as redes”, disse.

Sobre o futuro da internet, os palestrantes prefeririam apostar na observação dos novos fenômenos e da reação dos usuários. “A internet é muito experimental. Vamos descobrir juntos até onde vamos”, concluiu Colares. 

Ausência

Com apenas falas institucionais, o II Seminário de Comunicação Pública da CMBH não cedeu espaço aos movimentos sociais, coletivos organizados e sociedade civil que debatem o tema com propriedade, como avalia Florence Poznanski, cientista política, coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Mídia (FNDC-MG) e diretora no Brasil da ONG francesa, Internet Sem Fronteiras (ISF)
Durante todo o dia, o plenário da Câmara Municipal de BH foi palco do Seminário de Comunicação Pública na CMBH. Crédito: Abraão Bruck / CMBH. 
“Percebi a presença de poucas mulheres nos debates e como a CMBH é um espaço de legislação deveria ter orientações, propostas para esse desafio que se apresenta. O que o município e seus representantes podem fazer nesse cenário?”, questionou Florence Poznanski. 

Ela destaca ainda que #ComunicaçãoPública não é apenas publicação de memes e se adaptar aos algoritmos das redes sociais, e sim refletir sobre elas, ter compromisso e procurar soluções sempre pensando no cidadão e no modo como as ações da administração pública podem impactar a vida de todas e todos.

O evento

Ainda na atividade, os presentes participaram de exposições sobre Conteúdo audiovisual no setor público, perspectivas da TV Pública no Brasil e potencialidades da Rede Legislativa de Rádio e TV, com destaque para pouca ou nenhuma ênfase no desmonte da comunicação pública que acontece desde o Governo Temer com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e que se intensifica a cada dia com o novo Governo eleito em outubro de 2018.




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*Perfil: Sílvia Amâncio é jornalista especializada em "Comunicação em Projetos Ambientais" e em "Comunicação e Saúde". Costuma escrever sobre relações viróticas de trabalho, saúde, direitos humanos e mídia, sempre levando para o lado latino-americano e socialista da vida ao sul da fronteira.











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