#Copa2018: França ganha o Mundial, mas a sensação é de que os Africanos estavam representados

julho 16, 2018

Foto: Shaun Botterill / Getty Images / FIFA / Reprodução.  

Foram 32 dias de jogos. Uma verdadeira maratona televisa para quem curte assistir futebol. Contrariando todas as previsões dos especialistas de quem estaria nesta final, a França venceu a Croácia por 4 a 2 neste domingo (15/07), no estádio Luzhniki de Moscou, na Rússia, e se sagrou bicampeã da #Copa2018. Vinte anos depois, os franceses voltam a ganhar uma Copa, a segunda de sua história. 

Com isso, o treinador Didier Deschamps, capitão em 1998, se iguala a Zagallo e Beckenbauer como único a ser campeão mundial como treinador e jogador. Enquanto Antonie Griezmann foi eleito o melhor jogador da final, Kylian Mbappé foi eleito o melhor jogador jovem da competição. Já Luka Modric, da Croácia, ganhou o prêmio de melhor jogador do Mundial e o inglês Harry Kane, com seis gols, foi o artilheiro.

Veja também:
- O que marcou a Copa da Rússia?
- Mbappé, o menino que iguala Zidane e conquista Copa
- 15 memes essenciais para lembrar a Copa da Rússia

Quando a #Copa2018 começou, confesso que não estava muito confiante que o Brasil tinha condições de chegar à final. O 7x1 da Copa do Mundo passada foi muito traumatizante. Mas, aos poucos, com as notícias que vinham dos treinos da seleção brasileira e das mudanças propostas pelo técnico Tite, tudo foi se desenhando para que eu, assim como milhares de brasileiros, voltasse a ter fé na possibilidade de conquistar o Hexa.
Foto: Lars Baron / Getty Images / FIFA / Reprodução.  

Mas, como a #CopaDoMundo é uma oportunidade de ver os jogos dos outros países, resolvi que o meu critério de torcida nesta edição do Mundial seria histórico-social-político, muito além do futebol: não iria torcer para países colonizadores. Além do Brasil, a minha torcida é para os países da América Latina e os países Africanos.

Daí, o Brasil saiu da Copa. Não tinha mais os amigos Latinos, nem os Africanos para torcer. O que fazer? Foi aí que neste meio tempo o nome de @KMbappé começou a ganhar fama nos noticiários esportivos e o mundo viu uma seleção francesa miscigenada com brancos, negros e muçulmanos, com jogadores imigrantes e/ou filhos de pessoas que vieram do Congo, Mali, Senegal, Camarões, Angola, Togo e Argélia. 

Mesmo com um histórico tenebroso de colonização na África, resolvi torcer para a França. Porque a França que entrava em campo não era só a dos colonizadores, nem dos xenofóbicos que um dia quiseram expulsar os africanos/muçulmanos daquele país. Pelo contrário, era uma seleção unida, multirracial e com um futebol de grande qualidade. 
Foto: Judith Litvine et Frédéric de La Mure / Fotos Públicas / Reprodução. 

E foi por essa mudança de postura política social em campo, que a França foi conquistando as outras torcidas ao redor do mundo. Ver aqueles jogadores torcendo um pela conquista do outro mostrou também que o campo de futebol não tem espaço para ego, nem para a arrogância.

Não foi à toa que a França ganhou o Mundial. A sensação é de que os Africanos estavam todos representados. E pela primeira vez em anos, como torcedor, assisti a Copa do Mundo sem aquela sensação de cartas marcadas, apesar do constante esforço midiático para tal. Os heróis do Mundial foram aparecendo um a um de forma espontânea. Nesse ponto a Copa da Rússia vai deixar saudade. Que venha a Copa do Catar em 2022!









Gostou do Café com Notícias? Então, siga-me no Twitter, curta a Fan Page no Facebook, siga a company page no LinkedIn, circule o blog no Google Plus e assine a newsletter.






Jornalista

MAIS CAFÉ, POR FAVOR!

0 comentários