#Copa2018: Quem ainda acredita no mito do herói que a mídia tradicional impõe?

junho 23, 2018

Foto: Lucas Figueiredo / CBF / Fotos Públicas. 

A mídia tradicional sempre trabalhou com o arquétipo do mito do herói. Isso não é de agora! E nessa Copa do Mundo não seria diferente. Na TV aberta, em especial, o mito do herói é vibrante, escancarado e bajulador...num limite quase que insuportável. 

Nesta Copa do Mundo de 2018, realizada na Rússia, um país que possui leis punitivas para o relacionamento homossexual, a Rede Globo é a única emissora a transmitir o campeonato na TV aberta. A única. E por isso, para a maioria dos brasileiros que não tem TV Paga ou acesso à internet, o discurso de eleger @NeymarJr, camisa 10 da seleção, como o herói brasileiro da Copa, é avassalador.

É pretencioso eleger Neymar como herói da Copa 2018, sendo que o Brasil teve apenas dois Jogos. É ruim para o Neymar que é exposto a todo momento nos noticiários como um mocinho de uma novela da vida real. É ruim para os outros atletas da Seleção Brasileira que, mesmo tendo talento para estar alí, não terão o mesmo destaque do atleta que namora a atriz @BrunaMarquezine. É ruim para o público que ganha uma overdose de Neymar: todo erro ou acerto do craque é motivo de notícia, de uma explicação, de uma tentativa de justificar o injustificável. E isso cansa. Cansa muito.

O 7x1 da Copa passada ainda deixou marcas na torcida brasileira. A camisa da Seleção Brasileira, politicamente, está atrelada a um movimento político fascista de direita ultraconservadora que foi escancaradamente a favor do Golpe Político que ocasionou o impeachment de Dilma Rousseff. 
Foto: Lucas Figueiredo / CBF / Fotos Públicas. 

O brasileiro custou a entrar no clima da Copa do Mundo. Parecia que ia ser uma Copa flopada, que na gíria da internet, que não vingou, não aconteceu. Porém, aos poucos, a Copa está acontecendo e despertando interesse do público. Não do mesmo jeito que foi a décadas atrás, afinal o mundo é outro. O Brasil é outro. Temos as redes sociais.

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E por falar em redes sociais é que conseguimos ver, de forma mais latente, a diferença de discurso da internet, onde o público comenta minuto a minuto e fabrica vários memes, do discurso bajulador da TV aberta, em especial da Rede Globo. É importante lembrar que  @NeymarJr fez o segundo gol que garantiu a vitória do Brasil no jogo contra a Costa Rica. O primeiro gol foi de @PhilipeCoutinho. Mas, quem ganhou o destaque, o herói colocado pela mídia, “o menino Ney”.

Na internet, Neymar Jr. ganhou o apelido de “Caio Sempre”, em um meme mostrando outros Caios (artistas) famosos, por ele sempre cair nos Jogos, fazer cena e tentar sair do jogo quando vê que o barco está afundando. Neymar tem sim os seus méritos e o seu talento como jogador. 
Foto: Lucas Figueiredo / CBF / Fotos Públicas. 

Não é à toa que ele está onde está hoje. Mas, a impressão que o público têm é que ele faz as coisas por conveniência, não só pela emoção de representar o Brasil pela Copa do Mundo: tem um tom marqueteiro aí que não precisava, de verdade.

Com a força das redes sociais, o público não fica preso ao discurso hegemônico das mídias tradicionais. As redes sociais se tornaram uma grande praça pública de debate. O povo fala. Tem voz ativa para se irritar quando o jogador está muito mais interessado em mostrar o seu novo corte de cabelo numa partida do que fazer a diferença no Jogo. 

O discurso do mito do herói é tão vazio quanto a fábula da roupa fascinante do Rei que só os inteligentes da corte conseguem ver. Ou seja, o rei está nu. Aliás, sempre esteve. Quem ainda acredita no mito do herói que a mídia tradicional impõe?





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