#DicaCultural: Congonhas realiza festa tradicional do Jubileu de Bom Jesus de Matosinhos

setembro 05, 2017

Foto: Site Viagem e Turismo / Reprodução. 

A cidade mineira de Congonhas se prepara para receber, de 07 a 14 de setembro, a maior peregrinação religiosa do estado e uma das maiores do Brasil: o Jubileu de Bom Jesus de Matosinhos

A tradição religiosa e cultural, que se mantém há mais de 250 anos, leva à Cidade dos Profetas, localizada a 75 km de Belo Horizonte, cerca de 300 mil romeiros vindos de diversas partes do país e até do exterior para prestar homenagens, fazer pedidos e agradecer ao Bom Jesus pelas graças alcançadas.

O adro do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, sítio histórico que, desde 1985, tem o título de Patrimônio Cultural Mundial, é o principal palco das celebrações, que ocorrem durante os oito dias do evento, com a participação de vários padres da Arquidiocese de Mariana. 

No dia 07, as missas aconteceram às 7h, 10h (dentro do salão da igreja), 15h (abertura oficial) e às 18h. De 8 a 13 de setembro, as celebrações acontecem às 6h, 8h, 10h, 15h e às 18h. E no dia 14, encerramento da festa, serão realizadas missas às 6h, 8h, 10h, 15h.

Passagem obrigatória dos romeiros, a Sala dos Milagres integra o Santuário de Bom Jesus, famoso mundialmente por abrigar os doze profetas em pedra-sabão e outras obras de Aleijadinho. 

Nela, os devotos depositam seus votos, objetos que representam a sua fé. São cartas, bilhetes, relatos de milagres, fotografias de feridas e pessoas acidentadas, retratos de crianças e de famílias inteiras, pinturas, velas, membros e cabeças em cera, madeira e outros materiais.

Todos os anos, novos votos se unem a milhares de outros, que materializam uma infinidade de graças atendidas. Dentre eles, estão 89 ex-votos ou "milagres" pintados, tombados em 10 de dezembro de 1980, pelo Conselho Consultivo da Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico. 

“Seja por meio da ação corporal ou da oferta material, o fiel agradece à graça alcançada e demonstra a sua gratidão por meio da fé, que lhe valeu em momento de aflição e extrema crise, constituindo-se em um dos mais belos exemplos do patrimônio imaterial de nosso povo”, afirma Sérgio Rodrigues Reis, presidente do Fundação Municipal de Cultura, Lazer e Turismo (FUMCULT).
Foto: Prefeitura de Congonhas / Reprodução. 

Desde o ano passado, os visitantes que vão à cidade comemorar o Jubileu contam com mais uma atração: o Museu de Congonhas, localizado na Alameda Cidade de matosinhos. Inaugurado em dezembro de 2015, a instituição tem como missão potencializar a percepção e a interpretação das múltiplas dimensões do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, atuando como museu de sítio, numa espécie de mediação entre o Santuário e o público. Nos dias do Jubileu, a entrada no Museu de Congonhas será gratuita.

Para o período, o museu preparou uma programação especial, começando pela mostra “Paixão e Fé”, que reúne trabalhos da fotógrafa Eliane Gouvea, produzidos durante a edição de 2016 do Jubileu, e que retratam a fé e a devoção dos romeiros. 

“Este registro traz a simplicidade da fé e o poder que ela exerce sobre todos nós. O amor infinito e confiável ao Senhor Bom Jesus, o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que não se veem. Nos registros de 2016, passei por pessoas que transmitiram muita alegria e agradecimento. Uma entrega muita intensa, uma simplicidade poderosa”, explicou Eliane Gouvea.

Estrutura e serviços

Durante o Jubileu, Congonhas abriga um público até sete vezes maior que a sua população. Para que seja mantida a ordem no período da festa, a Prefeitura oferece apoio logístico para a sua realização. 

O Abrigo dos Pobres, pertencente à Basílica, recebe parte dos romeiros. Um padre e um sacerdote ficam permanentemente no local, além de uma equipe de saúde do município.

É realizado um cuidadoso Projeto de Combate a Incêndio e Pânico e, com base nele, são disponibilizados extintores de incêndio para os comerciantes ao longo do percurso. Haverá também brigadista e faixa de indicação de rota de fuga. 
Foto: Site Viagem e Turismo / Reprodução. 

Da estrutura montada constam ainda 90 banheiros químicos e bebedouros para os romeiros. A praça de alimentação foi instalada dentro da Romaria e funciona até às 22h. O Departamento Operacional de Trânsito e Estatísticas preparou um esquema de mobilidade, para conferir maior agilidade nos trajetos.

O Jubileu

A festa popularizou-se por causa do Português Feliciano Mendes que chegou a Minas Gerais em busca de ouro e durante a sua estada no município, acabou por adoecer. 

Durante a enfermidade, fez uma promessa ao Bom Jesus, de quem era devoto, de que se conseguisse se recuperar, daria toda sua fortuna e o que fosse adquirindo em peregrinação para a construção de uma igreja igual a de sua terra natal, Portugal. 

Assim o fez e, em 1757, as obras do Santuário iniciam-se. Considerado como o maior conjunto barroco das Américas, em 1985, a Basílica, juntamente com os profetas, capelas dos passos e demais esculturas atribuídas a mestre Antônio Francisco Lisboa, o “Aleijadinho”, recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, pela UNESCO.

Turismo religioso

Durante o Jubileu, Congonhas se transforma. A chegada dos peregrinos atrai também à cidade centenas de comerciantes de outras localidades, que aproveitam a festa para vender suas mercadorias. 

Em suas barraquinhas montadas pelas ruas da cidade, eles vendem desde roupas e brinquedos até utensílios e artigos religiosos. A movimentação também aquece o comércio local e lota hotéis e pousadas.

Acostumados, os habitantes da cidade recebem com alegria os romeiros, pois reconhecem o valor da fé, que já faz parte do cotidiano da cidade. Muitos, também aproveitam o período para faturar renda extra, seja alugando suas residências para os visitantes ou se juntando aos comerciantes de fora na venda de mercadorias e alimentação.




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