#Merlí: Série catalã aborda filosofia e a discute relações humanas com genialidade

março 12, 2017

Foto: Netflix / Reprodução. 

De todas as surpresas que tive esse ano com as novas temporadas de séries da Netflix, talvez “Merlí” tenha sido um dos melhores programas já exibido no serviço de streaming, se analisarmos do ponto de vista de uma produção fora do eixo norte-americano. Falar de educação, filosofia e discutir relações humanas com genialidade é algo que precisa ser enaltecido e não se encontra todo dia por aí. 

“Merlí” é um programa catalão. Não é um blockbuster, nem teve todo o oba-oba que as produções originais - ou até mesmo as grandes séries têm quando chegam ao serviço, mas mesmo assim tem arrancado elogios e aplausos em quem se aventura a conhecer um pouco mais de perto esta saga pelo descobrimento pessoal de alunos e professores sobre a vida, de como é importante ouvir e estender a mão para si e para o outro.

O professor Merlí Bergeron (Francesc Orella) é um professor de Filosofia que foi despejado do seu apartamento e tem que voltar a morar com a mãe, a atriz Carmina Calduch (Anna M. Barbany), uma artista bastante respeitada, mas que começa a questionar estar fazendo sempre os mesmos papeis depois que envelheceu. Nesse meio tempo, Merlí se vê a voltar a morar com o filho adolescente Bruno (David Solans), depois que a mãe resolve aceitar uma proposta de emprego em outro país para acompanhar o atual namorado.

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Merlí não tem uma boa relação com o filho, mas ao ser convidado para trabalhar na mesma escola que Bruno estuda essa relação começa a mudar não só em seu próprio núcleo familiar, mas principalmente com os alunos que veem no professor de filosofia uma pessoa disposta a ouvi-los e a fazerem questionar a sociedade e o mundo a sua volta.

Merlí não é um professor convencional. Muito pelo contrário: é sagaz, reflexivo e bastante sincero com o que quer. Ao mesmo tempo é manipulador, pois sabe conduzir com a maestria as mais diversas histórias que vão aparecendo em seu caminho seja com muito jogo de cintura, seja com muito bom humor. Aliás, o ator Francesc Orella é incrível em cena. Consegue dar a Merlí o charme e o carisma da personagem sem parecer canastrão.
Foto: Netflix / Reprodução. 

Como não amar professores subversivos? Todo mundo, ao menos uma vez na vida – senão mais, já teve esse tipo de professor revolucionário que não se encaixa nos padrões ou que propõe que os alunos pensem mais, ao invés de apenas decorar conteúdo. Merlí consegue algo fascinante do ponto de vista didático: de atrair a atenção dos alunos por mostrarem o quanto a filosofia está presente no nosso cotidiano e como ela é importante para nos ajudar a trilhar as nossas próprias descobertas pessoais.

Cada episódio tem um filósofo como tema. Mas a série vai muito além disso, ao mostrar que os conflitos familiares e pessoais são universais. Que adultos e adolescentes passam por descobertas o tempo todo e que precisamos nos permitir a nos conhecer para poder conhecer as diferenças do outro. Por ora, a Netflix liberou apenas a primeira temporada. 

A segunda já foi exibida no final do ano passado pela TV catalã e, nesse primeiro semestre, já foi confirmada a terceira temporada. Agora, é aguardar que a Netflix libere a segunda temporada. Se você ainda não assistiu, vale a pena conferir! Deixe se incomodar pelo mosquitinho da filosofia. 




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