#MostraTiradentes: Festival de cinema exalta a diversidade e o protagonismo da mulher no cinema
janeiro 22, 2017 |
| Foto: Jackson Romanelli / Universo Produção. |
São 20 anos de um projeto que
colocou Minas Gerais novamente no circuito nacional de cinema. 20 anos
exaltando o cinema brasileiro. 20 anos levando o cinema para a praça e trazendo
os profissionais que fazem o cinema acontecer para perto do público. A 20ª edição da Mostra Tiradentes de Cinema
é emblemática e desafiadora, ainda mais em um momento de golpe político e de
crise econômica que o Brasil vive.
“Cinema em Reação, Cinema em Reinvenção”. Sob esta temática, o festival deu início nesta última sexta-feira (20/01) homenageando as atrizes, produtoras e diretoras Helena Ignez e Leandra Leal. Ambas com um trabalho que coloca a diversidade social como ponto de discussão de suas obras, de modo real e sensível.
Leandra Leal, conhecida do grande público como atriz de novelas e minisséries da TV Globo, se aventura como diretora no documentário “Divina Divas”, que fala sobre o primeiro grupo de artistas travestis do Brasil na década de 1960, em plena Ditadura Militar. Essas artistas de resistência da contracultura brasileira foram pioneiras no debate sobre a arte LGBTQ no país, mostrando que todos nós somos iguais nas nossas diferenças.
No sábado (21/01) o destaque foi para a exibição do documentário “Pitanga” que conta a biografia do ator baiano Antônio Pitanga, primeiro ator negro a protagonizar dezenas de filmes brasileiros. O filme é dirigido por Beto Brant pela filha dele, a atriz Camila Pitanga.
O longa é uma grande homenagem em vida a Antônio, com conversas dele com amigos e familiares e, mais do que isso, mostrando o quanto o negro ainda precisa ocupar mais espaços no audiovisual brasileiro, principalmente por uma questão de representatividade e de imprimir um olhar próprio sobre si mesmo.
“Cinema em Reação, Cinema em Reinvenção”. Sob esta temática, o festival deu início nesta última sexta-feira (20/01) homenageando as atrizes, produtoras e diretoras Helena Ignez e Leandra Leal. Ambas com um trabalho que coloca a diversidade social como ponto de discussão de suas obras, de modo real e sensível.
Leandra Leal, conhecida do grande público como atriz de novelas e minisséries da TV Globo, se aventura como diretora no documentário “Divina Divas”, que fala sobre o primeiro grupo de artistas travestis do Brasil na década de 1960, em plena Ditadura Militar. Essas artistas de resistência da contracultura brasileira foram pioneiras no debate sobre a arte LGBTQ no país, mostrando que todos nós somos iguais nas nossas diferenças.
No sábado (21/01) o destaque foi para a exibição do documentário “Pitanga” que conta a biografia do ator baiano Antônio Pitanga, primeiro ator negro a protagonizar dezenas de filmes brasileiros. O filme é dirigido por Beto Brant pela filha dele, a atriz Camila Pitanga.
O longa é uma grande homenagem em vida a Antônio, com conversas dele com amigos e familiares e, mais do que isso, mostrando o quanto o negro ainda precisa ocupar mais espaços no audiovisual brasileiro, principalmente por uma questão de representatividade e de imprimir um olhar próprio sobre si mesmo.
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| Foto: Leo Lara / Universo Produção. |
A Mostra de Cinema de Tiradentes segue gratuita para o público com a
exibição de filmes e curtas até o dia 28 de janeiro. Abaixo, confira alguns destaques:
# Tiradentes é uma cidade que sabe
acolher, tem uma programação cultural intensa e sabe como ninguém que o turismo
faz a roda da economia girar. Por isso neste ano, diferente dos outros, era
possível encontrar bares, restaurantes, vendedores de rua, pousadas/hotéis e
lojas dos mais diversos tipos praticando preços mais em conta, o que pode
deixar a sua ida à Mostra de Cinema mais acessível.
# Sim, ainda
tem lugares com preços caros e completamente fora da realidade do brasileiro
médio. Mas, se você andar bem pela cidade e se propor conversar com as pessoas,
vai encontrar preços para todos os tipos de público e de bolso.
# Se você vai à Tiradentes e não sabe onde
ficar, a sugestão do blog é a Pousada das Artes,
localizada no centro, bem atrás da rodoviária. O atendimento de toda equipe é
maravilhoso e o espaço ainda conta com Piscina, um jardim aconchegante e
quartos com ar condicionado. E o mais bacana: quem se hospeda lá tem o
privilégio de comer o melhor pão de queijo e geleia de maracujá do mundo. Vale
a pena conferir! Recomendo.
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| Foto: Wander Veroni / Arquivo Pessoal. |
# A Mostra de Cinema de Tiradentes vai
muito além dos filmes e tem uma programação cultural intensa com debates,
exibição de curtas e de filmes, além de atividades culturais que vão desde o
cortejo – que lembra muito um bloco de carnaval, até shows musicais. Neste ano,
a banda As Baianas e a Cozinha Mineira
passaram por lá. O grupo conta com duas vocalistas transexuais, Açucena e
Raquel Virgínia, que se conheceram na Faculdade de História da USP. Clique
aqui para ouvir na íntegra as músicas do álbum.
# Na última sexta-feira
(20/01), a abertura da Mostra contou com a presença do Governador de Minas
Gerais, Fernando Pimentel, que foi
homenageado com uma placa em reconhecimento ao apoio à realização do evento.
Neste ano, a Mostra conta com o patrocínio de três empresas estatais: a
Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) e as
Companhias Energética de Minas Gerais (Cemig) e a de Saneamento de Minas Gerais
(Copasa).
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| Foto: Beto Staino / Universo Produção. |
# Nos
primeiros debates de sábado (21/01), o curador da Mostra de Cinema de Tiradentes, Cléber Eduardo, exaltou a forte
presença feminina entre as diretoras de filmes selecionados para o evento neste
ano. “Tivemos pouco mais de 20% de longas dirigidos por mulheres nas
inscrições, mas ficamos com 40% entre todos os selecionados. Existe um dado
importante nisso”, comentou.
# Nos
primeiros debates da Mostra em 2017, realizados no sábado, discussões de
curadoria, temática e representatividade vieram à tona, além do tributo às
atrizes homenageadas Helena Ignez e Leandra Leal.
# Durante o
debate de sábado (21/01), a pesquisadora Patrícia Mourão reivindicou a
necessidade de se vencer as barreiras impostas pelo machismo em muitos estudos
de cinema do passado. Ela contou reconhecer a presença de algumas poucas
mulheres na produção experimental norte-americana analisada por ela na
universidade, mas que essa história foi contada pelos homens, e estes omitiram
várias daquelas realizadoras.
# Leandra
Leal, que emulou Helena Ignez num projeto coletivo de 2013 intitulado Operação
Sônia Silk (o nome é referência à personagem de Helena em Copacabana Mon Amour,
em 1970), disse que a ideia era revalorizar a liberdade de pensamento e de
atitude característicos dos trabalhos daquela época.
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| Foto: Jackson Romanelli / Universo Produção. |
# Sobre "Divinas Divas", sua primeira experiência
na direção, Leandra contou ter sido uma experiência de redescoberta de si
mesma. “Eu sempre tive desejo de dirigir
e esse filme me deu oportunidade de falar sobre como cada um tem que ser aquilo
que tem vontade de ser”. Para ver o trailer do filme, clique aqui.
# Na
segunda-feira (23/01) começam as sessões da Mostra Aurora na 20ª Mostra de
Cinema de Tiradentes. Às 19h30, no Cine-Tenda, o longa-metragem "Baronesa",
de Juliana Antunes, abre a série de sete filmes inéditos de cineastas em começo
de carreira que competem no Júri da Crítica.
# Também na
programação de filmes, a Sessão-Debate começa igualmente nesta segunda, com a
exibição de Precisamos Falar do Assédio (SP), de Paula Sacchetta, seguido de
bate-papo com a diretora no Cine-Teatro Sesi.
# Outra atração
imperdível é o Encontro de Cinema com Ney Matogrosso e Helena Ignez, que
participam de uma roda de conversa com o público do Sesc Cine-Lounge às 21h. A
mediação será de Pedro Maciel Guimarães.
# Abaixo,
confira duas reportagens em vídeo da jornalista Daniela Vargas sobre os dois
primeiros dias da 20ª Mostra de Cinema
de Tiradentes:
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