Museu da Moda em BH é o primeiro museu público desse segmento no Brasil
dezembro 12, 2016 |
| Foto: Blog BH Uma Foto Por Dia / Reprodução. |
Belo Horizonte acaba de ganhar seu mais novo equipamento cultural. Trata-se do Museu da Moda (MUMO), localizado no neogótico Castelinho da Bahia, no cruzamento da Avenida Augusto de Lima com a rua da Bahia. Com isso, o espaço deixa de se chamar Centro de Referência da Moda.
O prédio centenário que já foi Edifício do Conselho Deliberativo de Belo Horizonte (o equivalente a Câmara Municipal atualmente), Museu de Mineralogia e da Força Expedicionária Brasileira, é agora MUMO, o primeiro museu público desse segmento no Brasil.
Segundo o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Leônidas Oliveira, “(o Museu da Moda) deseja ser um lugar de pesquisa e experimentação, um lugar aberto, para especialistas e para reconhecer a moda como uma das vocações da cidade”.
E sendo assim, as ações já antes realizadas pelo Centro de Referência da Moda não serão alteradas, mas sim ampliadas e potencializadas, garantindo aos visitantes uma experiência muito mais ampla a respeito da importância da moda na história de Belo Horizonte.
Além disso, o MUMO passa a fazer parte do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), o que implica ter seu nome no catálogo dessa instituição, participar das suas atividades e ter abrangência nacional e internacional.
Outro diferencial é que, agora, o MUMO tem seu próprio acervo que já conta com cerca de 900 itens – e poderá adquirir mais, conforme ressalta Leônidas -, entre: objetos, vestuário, acessórios, fotografias e documentos, que antes estavam abrigados no MHAB.
Esse acervo foi todo doado por famílias tradicionais de Belo Horizonte. E dentre as doações destacam-se: as coleções de Priscila Freire, Luís Augusto de Lima, Marília Salgado, Laila Kierulff, Eny Vargas, Astrid Façanha e Alceu Penna - oferecida pela família do mineiro ilustrador da coluna “As garotas do Alceu”, na revista “O Cruzeiro”. Alguns desses itens já foram apresentados em exposição no antigo Centro de Referência, inclusive na mostra “A fala das roupas”, que inaugurou a instituição.
Ademais, no museu há, também, espaço para apresentações artísticas no Teatro de Bolso, tais quais: peças, shows e performances. E o MUMO passará a fazer parte da programação dos grandes festivais e eventos culturais da cidade como: o Festival Internacional de Teatro (FIT), a Virada Cultural e o Festival de Arte Negra (FAN).
Primeira Exposição
A exposição de inauguração do MUMO, “=33 Voltas em Torno da Terra - Memória da Indústria Têxtil de Minas Gerais”, tem o tecido como sua personagem principal e com destaque no algodão, como explica o curador Antônio Fernando, doutor em Artes Visuais e coordenador do curso de Design de Moda da Fumec: “Como o universo da indústria têxtil é muito amplo, resolvemos fazer um recorte focando o algodão. Estamos usando parte do acervo da Cedro Têxtil e do Museu de Artes e Ofícios – MAO, que foram emprestados para a montagem”.
O destaque dado a essa matéria-prima na exposição é proposital, devido a sua presença na história do país. O algodão já era utilizado no Brasil antes mesmo da chegada de Portugal à praia em Santa Cruz Cabrália, conforme relatou Pero Vaz de Caminha em sua carta que descrevia o uso de panos pelas índias nativas para carregar seus filhos.
E mais especificamente em Minas Gerais existem também os registros do botânico Saint-Hilaire que descrevem a existência de teares de fiar em casas do estado por volta do ano de 1816. Estas e outras referências históricas sobre o algodão, presentes na exposição – inclusive sua cenografia especial que transporta os visitantes para uma fábrica de tecidos, evidenciam a importância da existência de um museu público que tenha a moda como pano de fundo e coloca Belo Horizonte na vanguarda pela iniciativa.
A exposição “=33 Voltas em Torno da Terra - Memória da Indústria Têxtil de Minas Gerais” conta com parceria da Cedro Têxtil, da Interpam Iluminação e apoio institucional do Instituto Cultural Flávio Gutierrez, Sesi/Fiemg, Fumec, Una, Coreto Cultural, Formiga.
Programação
Para celebrar a inauguração deste importante equipamento cultural, o Museu da Moda terá, até o dia 15, uma programação especial. Dentre as atividades estão previstos: shows, peças, palestras e seminários. Todas as atrações serão gratuitas, exceto a oficina “Desenhos e Bordados”. A programação completa está disponível em: http://migre.me/vDfiH
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