UFMG recebe exposição em homenagem ao centenário do poeta Manoel de Barros

outubro 30, 2016

Foto: Colégio Loyola / Reprodução.

A exposição “Manoel de Barros: das raízes crianceiras às coisas olhadas de azul” será levada, pela primeira vez, para um novo espaço em Belo Horizonte. Após o sucesso da primeira mostra, em junho deste ano no Colégio Loyola, durante a Semana da Cultura, Arte e Literatura, a exposição recebeu o convite da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para ir à Biblioteca da Faculdade de Letras. A mostra será exposta gratuitamente até o dia 31 de outubro.

Aproximadamente, 40 poemas do autor serão expostos de uma forma diversificada, abrangendo temas da infância, natureza e reflexões sobre o cotidiano e a existência, traduzindo um pouco de seu universo poético, como forma de homenagem aos seus cem anos de nascimento.

A mostra é inspirada nas raízes “crianceiras” do poeta, segundo uma das curadoras e coordenadora de projetos institucionais do Loyola, Isabel Santana: “As poesias de Manoel de Barros são capazes de recuperar, em todos nós, um pouco das memórias inventadas e daqueles quintais maiores que o mundo, onde todos fomos, um dia, apanhadores de desperdícios”.

Os poemas ficarão suspensos por fitas coloridas no teto e também distribuídos em outros espaços da biblioteca, como no café e no jardim. Os textos serão acompanhados de brinquedos, flores e outros elementos alusivos à obra do autor. As fitas coloridas traçam um caminho simbólico na exposição. Cada poema receberá uma cor de acordo com temáticas privilegiadas por Manoel de Barros na construção das obras.

De acordo com a curadora Amanda Lopes, professora e assessora de Arte, a mostra é dividida em quatro momentos. “A infância foi marcada na cor laranja madura, como aquela que cai da laranjeira quando passou do ponto de ser colhida. O fazer poético, ‘peraltagens’ com as palavras, foi sinalizado de verde. A reflexão de cunho existencial e humano, incompletudes, está presente nos textos com fitas de um vermelho profundo e intenso. Por fim, a fita azul celeste é predestinada a elevar as coisas olhadas de azul, aquelas cujos versos e poemas evocam a subjetividade, a capacidade do eu de dar novo sentido às coisas a partir do olhar”. Os textos poderão ser lidos em qualquer ordem.

A mostra ainda conta com um agrupamento especial de poemas, de acordo com Lopes. “Dedicamos um espaço para os versos inspirados nas artes, abordando desde as formas incorporantes de Picasso e Braque ao universo onírico de Chagall. Saindo do ambiente ‘Poesia e Arte’, os ‘Girassóis’, de Van Gogh, conduzem o olhar aos muitos versos alusivos a flores, pássaros e elementos da natureza, tão amados pelo poeta, convidando a um momento ‘No Jardim com Manoel’”, finaliza.

O autor

Manoel Wenceslau Leite Barros nasceu em Cuiabá/MS, no dia 19 de dezembro de 1916, e foi um dos poetas mais importantes da literatura brasileira. Sua infância foi uma de suas maiores inspirações como poeta, pois cresceu na pequena fazenda de sua família. Quando adolescente, foi morar no Rio de Janeiro para estudar.

Aos 19 anos, escreveu seu primeiro poema, não parando desde então. Paralelamente a isso, Manoel de Barros tornou-se militante político. Chegou a morar na Bolívia e em Nova York, onde estudou cinema e cultura.

Nos anos 40, voltou ao Brasil, formou-se em Direito no Rio de Janeiro, casou-se e, em seguida, mudou-se para o Pantanal, onde viveu até novembro de 2014. Formalmente, sua obra é considerada pós-modernista, mas com influências da vanguarda europeia.

Manoel de Barros detém dezenas de prêmios literários, dentre eles dois Jabutis (1989 e 2002), um da Academia Brasileira de Letras (2000) e mais dez homenagens de expressão nacional.



Exposição “Manoel de Barros: das raízes crianceiras às coisas olhadas de azul”
Data: de 20 a 31 de outubro.
Local: Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), entrada pela Avenida Antônio Carlos, 6627, campus Pampulha.
Horário: de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 21h30 / Entrada franca.




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