Pampulha recebe título de patrimônio cultural da humanidade da UNESCO

julho 18, 2016

Foto: PBH / Reprodução. 

O Comitê do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), anunciou, no último domingo (17/07), que o Conjunto Moderno da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte (MG), passa a figurar na Lista do Patrimônio Cultural da Humanidade. O local passa a ser o vigésimo bem brasileiro a fazer parte da lista, sendo Minas Gerais o estado do país com mais sítios inscritos.

Desse modo, o Conjunto Moderno da Pampulha se une à Cidade Histórica de Ouro Preto, ao Centro Histórico da Cidade de Diamantina e ao Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, localizado em Congonhas (MG). Segundo a UNESCO, o conjunto da Pampulha tem importante significado para as gerações presentes e futuras da humanidade, pois representa um marco da história da arquitetura mundial e da história brasileira e das Américas.

Ele é composto por quatro edifícios, pelo espelho d’água do lago urbano artificial e pela orla trabalhada com paisagismo. O lago e a orla funcionam como elementos articuladores dos edifícios e reforçam as relações que eles estabelecem entre si.

Os edifícios da Pampulha, construídos entre 1942 e 1943, abrigam a Igreja de São Francisco de Assis, o Cassino (atual Museu da Pampulha), a Casa do Baile (atual Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte) e o Iate Clube. O projeto original foi desenvolvido pelo arquiteto Oscar Niemeyer e o paisagista Roberto Burle Marx. Outros grandes artistas também deram a sua contribuição para o conjunto, entre eles, o pintor Cândido Portinari.

"É com muita alegria que recebemos mais este reconhecimento da Unesco, que reafirma a posição de Minas Gerais como um berço da cultura e do patrimônio histórico no Brasil. O título concedido ao conjunto aquitetônico da Pampulha é a celebração do importante legado modernista deixado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e evidencia a diversidade cultural existente em nosso estado", diz o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel.

Patrimônio

O processo de candidatura da Pampulha a Patrimônio Mundial foi muito rico do ponto de vista técnico, já que ela é protegida nas três esferas, segundo avalia a presidente do Iepha, Michele Arroyo. “Agora, município, estado e união têm o compromisso de fazer uma gestão compartilhada desse importante bem cultural a partir dos valores que a elevaram à categoria de Patrimônio Mundial e, ao mesmo tempo, garantir uma ressignificação para as novas gerações que irão se apropriar do local. A vitalidade desse patrimônio depende da articulação entre seus valores originais e os novos valores a ele atribuídos”.
Foto: PBH / Reprodução. 

Para Arroyo, a experiência arquitetônica da Pampulha inaugura a arquitetura moderna brasileira que torna-se referência para a produção nacional e internacional. “O conjunto reúne as referências da cultura nacional, em especial, o barroco mineiro, através das formas do concreto armado e da integração da natureza por meio dos projetos de paisagismo do Burle Max e as obras de arte integradas aos jardins”, ressalta a presidente.

Entras as várias obras assinadas por Niemeyer situadas em Minas Gerais, merecem destaque o Grande Hotel de Ouro Preto, construído em 1939; a casa do poeta Francisco Inácio Peixoto, construída em Cataguases no ano de 1940; a Catedral Metropolitana de Belo Horizonte, atualmente em fase de construção; e a Escola Estadual Governador Milton Campos (Estadual Central), de 1954, que foi recentemente restaurada pelo Governo do Estado.

Em Diamantina constam o Hotel Tijuco e um clube esportivo, além da escola Julia Kubitschek. As linhas de Niemeyer aparecem ainda no altar para missa campal no Santuário do Bom Jesus de Conceição do Mato Dentro, e num edifício situado na avenida Getúlio Vargas, em Juiz de Fora.

As belas construções do arquiteto Oscar Niemeyer que compõem a Pampulha  –  citada entre as obras mais importantes de seu repertório - surgiram no período de 1940 a 1945, quando o complexo arquitetônico foi implantado pelo então prefeito Juscelino Kubitschek.




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*Com informações da ONU e Agência Minas.




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