#NãoVaiTerGolpe: Imprensa brasileira é desmascarada sobre a cobertura da crise política

junho 25, 2016

Foto: Divulgação. 

Durante Brazil Forum, jornalista Sue Branford dedicou a sua fala para denunciar internacionalmente a imparcialidade e a manipulação da grande mídia brasileira na cobertura crise política que culminou o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

Baseado em pesquisas e análises de organizações que discutem de forma crítica a mídia no Brasil, Sue Branford mostrou o quanto a TV Globo, Folha de São Paulo, Veja – entre outros tantos veículos liderados por famílias que comandam verdadeiros oligopólios de mídia, distorcem a realidade de forma intencional em sua cobertura jornalística, privilegiando um determinado grupo político de direita ultraconservadora que também está envolvida com processos de corrupção (e também teme os desdobramentos da Operação Lava Jato, da Polícia Federal).

Sue Branford participou de um painel sobre Mídia, Percepção e a Consolidação da Democracia Brasileira na Brazil Forum, conferência de um dia para discutir temas ligados à atual crise política brasileira, e dividiu a mesa com Otávio Frias Filho, diretor de redação da Folha de São Paulo, e Silvia Salek, da BBC Brasil em Londres. Na oportunidade, de forma mesquinha, Frias se limitou a acusar Brandford de “militante do PT” pelo fato dela ter desmascarado internacionalmente a mídia golpista brasileira. Assista o vídeo do debate:
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“A cobertura da mídia brasileira sobre a atual crise política do país tem enfatizado o problema. De maneira pouco velada, os principais veículos da mídia nacional têm estimulado o público a ajudar na derrubada da Presidenta Dilma Rousseff. Os jornalistas que trabalham para esses grupos de mídia estão claramente sujeitos à influência de interesses privados e enviesados, e esses conflitos de interesse permanentes são visivelmente muito prejudiciais à qualidade de sua reportagem”, disse Brandford.

Em outro momento da sua fala, Sue Branford comenta sobre o quão pode ser prejudicial para uma sociedade quando a sua imprensa resolve se posicionar de forma orquestrada para uma dada cobertura. "No mundo todo, os jornais têm posições – basta pensar na Grã-Bretanha no momento e nas posições muito firmes que a nossa imprensa está tomando em relação ao referendo sobre a UE. Pessoalmente, não acho que isso seja importante. Talvez seja uma responsabilidade do jornalista tomar posições. O que importa é quando a posição editorial tomada pela mídia distorce o modo como ela cobra o noticiário. Em outras palavras, quando isso interfere na cobertura clara e honesta do noticiário", avalia.

De acordo com o site Jornalistas Livres, o Brazil Forum foi uma conferência de dois dias que aconteceu em 17 e 18 de junho e propunha um debate sobre a atual crise política do Brasil. O evento foi organizado por estudantes brasileiros de várias universidades britânicas e contou com a participação de dezenas de especialistas e acadêmicos de várias áreas, entre eles o ex-ministro Celso Amorim, o ministro do STF Luis Roberto Barroso e o procurador do MPF Deltan Dallagnol.

Reflexão

Você pode até ser contra a política adotada pelo PT nos últimos anos, mas é impossível negar que o Brasil vive uma tentativa golpe político liderado pela direita ultraconservadora. E esse golpe usa meios legais para se sustentar por meio do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e que possui apoio parlamentar, midiático e jurídico, sob o argumento de que se quer tirar a corrupção do país quando vemos a gestão interina de Michel Temer se valer de meios tão ou mais corruptos para se manter, como por exemplo, querer desmantelar de forma impositiva e totalitária a TV Brasil e, consequentemente, a EBC, por serem empresas públicas de comunicação, e não estatais.

Mas, o mais curioso desta história é que golpe está sendo denunciado de forma muito mais enfática na mídia estrangeira e pela mídia alternativa brasileira (blogs, sites e perfis nas redes sociais de jornalistas e formadores de opinião), uma vez que os grandes oligopólios de mídia se uniram de forma unissônica para tentar colocar na conta do PT todos os problemas de corrupção, quando na verdade boa parte dos partidos estão envolvidos com alguma esquema fraudulento de desvio de dinheiro público e de permanência no poder a qualquer custo.

Todo esse processo deixa claro o quanto o Brasil precisa de uma reforma política urgente que permita a participação popular mais próxima e que retire do legislativo e do judiciário algumas mordomias históricas que não há mais necessidade de existir. Além disso, não dá mais deixarmos para o executivo este “cheque em branco” que permite nomeações de secretários e ministros que não tem nenhuma responsabilidade com a gestão da coisa pública. Já passou da hora do povo, por meio dos conselhos populares, interferirem de forma mais participativa das decisões políticas.




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Jornalista

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