#NãoVaiTerGolpe: Contra quem estamos lutando mesmo para um Brasil melhor?

junho 04, 2016

Foto: Fotos Públicas / Reprodução. 

É consenso geral que todo brasileiro quer um país mais justo, honesto e que trate a coisa pública com mais dignidade e respeito. E, em nome de termos um país menos corrupto e mais justo, não estamos percebendo algo importante nesse momento de tensão política e de insegurança: contra quem estamos lutando mesmo para um Brasil melhor?

Engana-se quem acreditou que a simples retirada do PT do cenário político nacional seria a solução. A direita também está perdida e ainda não sabe qual rumo irá adotar na prática. Ao mesmo tempo, é extremamente necessário que a esquerda reveja a sua representatividade e os seus apoios. Sim, houve erros da direita e da esquerda. E há um Brasil que não se sente representado por nenhum desses lados...e isso é fato!

Contra quem estamos lutando mesmo para um Brasil melhor? Foi a pergunta que me fiz ultimamente ao ver tanta agressividade nas redes sociais quando uma pessoa se manifesta politicamente. Viver na democracia não é fácil. Dar espaço para o contraditório, para opiniões divergentes é um exercício de compaixão e de amor ao próximo. Ao mesmo, quando lemos barbaridades relacionadas ao discurso de ódio e ao preconceito, é quase impossível ficar calado. Não se trata de ser politicamente correto, mas sim de não permitir mais que barbaridades sejam ditas (ou feitas) em nome da liberdade de expressão.

Particularmente, nunca curti o discurso de ódio. Não agrega. E me peguei usando desta agressividade para justificar aquilo que acredito. Não sou o dono da verdade. Porém, tenho o direito constitucional de me manifestar e de acreditar que o projeto político da esquerda – mesmo com as suas inúmeras falhas, é melhor para o Brasil neste momento porque valoriza as questões sociais e de respeito aos direitos humanos que tanto prezo.

Hoje em dia, temos uma direita reacionária, dividida e muito preocupada com as questões econômicas, privilegiando um entendimento privatista da coisa pública e das conquistas sociais. Do outro lado, há uma esquerda que valoriza as questões sociais e de inclusão, mas que pagou uma conta cara para se manter no poder e por não fazer as reformas democráticas necessárias para que o Brasil tenha de fato uma democracia ampla e inclusiva, que acolha tanto o trabalhador, quanto o empresário.
Foto: Fotos Públicas / Reprodução. 

O Brasil nasceu como nação sob o julgo da exploração de riqueza naturais e da discriminação social. É difícil de mudar uma cultura mercadológica e tão agressiva. É duro ver essa quantidade absurda de impostos virarem dinheiro público desviado de merenda escolar, de faltar saneamento básico nas comunidades, da saúde pública universal ainda ser uma realidade distante para muitos ou de verbas públicas para financiar mordomias, propinas, publicidade enganosa ou campanhas eleitorais milionárias.

Contra quem estamos lutando mesmo para um Brasil melhor? Foi uma palestra recente da jornalista Laura Capriglione, durante o 5º Encontro de Blogueiros e Ativistas Digitais, em Belo Horizonte, que me fez parar para pensar que estamos agindo errado, espalhando ódio para impor uma opinião. Deixem os fascistas, os reacionários e os extremistas com o discurso de ódio. Não precisamos disso. Precisamos de amor, de paciência, de compaixão e de dados históricos para fazer o contraponto.

Na palestra, Laura falou algo que me marcou: o grande desafio da mídia alternativa (e dos ativistas digitais) é a credibilidade, de desconstruir o discurso de ódio com argumentos históricos e de fatos jornalísticos bem apurados, de furar os algoritmos das redes e disseminar a informação que faça a diferença na vida do cidadão de maneira digna, honesta e transparente, de preferência por meio de vídeos, que é a nova sensação das redes sociais, vide Facebook, Twitter, Instagram, Snapchat e Periscope.

E eu tomo a liberdade de acrescentar as palavras empatia e afeto nesta proposta. O que vai me levar propagar um discurso de ódio? A nada. Serão, mais uma vez, dois lados antagônicos, dois lados extremistas. Para mudar, é preciso se permitir ao debate do contraditório e de ser menos radical para não ofender, mas sim agregar. O Brasil é diverso por natureza. Você já parou para pensar nisso?

Quando um amigo nas redes sociais escrever que o Brasil está passando por um golpe parlamentar midiático, por exemplo, tente entender o motivo e o contexto histórico ao invés de acreditar que a gestão interina de 180 dias de Michel Temer vai conseguir varrer toda a corrupção e exclusão que existe no país. Não, não vai. E, pelo andar da carruagem, há muitas conquistas sociais em jogo. Pare e pense: contra quem estamos lutando mesmo para um Brasil melhor? Mais amor e menos ódio nas redes sociais. Estamos todos juntos, do mesmo lado, lutando por um Brasil melhor para todas e todos. E, só para não perder o costume, um importante lembrete: #VoltaDilma e #ForaTemer.






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Jornalista

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