Biel é denunciado por assédio sexual à repórter do iG após entrevista coletiva
junho 05, 2016Foto: Instagram / Reprodução. |
Recentemente foi noticiado em vários
veículos de comunicação que o cantor Biel, de 20 anos, foi denunciado por uma
repórter do portal iG, de 21 anos, por assédio sexual, durante uma entrevista
coletiva, realizada em maio deste ano, para a divulgação do novo álbum do
artista. Para entender melhor o caso, clique
aqui.
A entrevista, que foi toda gravada em
áudio e vídeo, mostra claramente o cantor pop – que é um dos astros desta nova
geração do pop/funk brasileiro, utilizando palavras grosseiras, chamando a jornalista
de “gostosinha” e dizer que “a quebraria no meio” se mantivesse relações
sexuais com a profissional. O caso está sendo investigado pela 1ª Delegacia da Mulher
de São Paulo.
Em seu perfil
no Instagram, Biel disse que está muito triste com o ocorrido e afirmou
que tudo não tinha passado de uma brincadeira, de um momento de descontração.
Ao fazer esse tipo de declaração pública, o artista – mesmo que sem querer (ou
não), só reforça o machismo patriarcal que
muitos assediadores dão quando são encostados contra a parede: nunca pedem
desculpa, pois acreditam que o assédio é uma brincadeira, uma interpretação
equivocada da vítima.
Veja também:
Criminalizar a vítima é uma
característica machista, mas muito comum de quem pratica assédio ou violência
sexual. E isso não é uma afirmação pessoal: basta ler os relatos de pessoas que
passaram por isso. Então, que uma coisa fique bem clara: assédio não é
brincadeira, nem cantada. Assédio é crime. E, mais do que isso, assédio é uma
violação ao outro, ao direito de ser respeitado, ainda mais quando falamos de
uma jornalista que estava ali trabalhando.
O caso envolvendo o cantor e a
jornalista vem em um momento bastante delicado e, ao mesmo tempo oportuno, no
sentido de que a sociedade levou para a mesa as discussões que envolvem estupro, violência sexual e assédio sexual.
Por isso, este caso é tão emblemático e mostra que ainda precisamos falar
também sobre assédio sexual no ambiente de trabalho.
Quantas mulheres (e homens também)
passam por esse tipo de situação todos os dias? Quantas jornalistas são subjugadas
como objeto sexual por seus entrevistados? Por isso, não se calem. Denunciem e
virem o jogo. Infelizmente, estamos em uma cultura machista e que o debate de igualdade de gêneros precisa ser melhor
acolhido e discutido no âmbito familiar.
Para terminar, repito aqui no blog o
que escrevi nas redes sociais do Biel, quando ele postou uma justificativa do
ato, ao invés de um pedido de desculpas:
Oi, Biel! Admiro o seu trabalho e não
tenho dúvidas do quanto vc é um bom garoto, um bom filho. Sobre esse episódio
do assédio sexual, a melhor coisa que você e a sua assessoria podem fazer é
pedir desculpas publicamente para a jornalista que se sentiu agredida. Para
você, que ainda é um menino, as suas palavras à moça foram uma brincadeira ou
um galanteio, mas para ela não foi. A moça se sentiu invadida naquele momento,
principalmente porque ela estava trabalhando. Então, não tenha medo de pedir
desculpas. Tudo que acontece na nossa vida é aprendizado. Abraços
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