Atentado terrorista na boate gay dos EUA é uma oportunidade de levantar debate sobre LGBTfobia

junho 13, 2016



No último domingo (12/06), cerca de 50 pessoas morreram e 53 ficaram feridas depois que um atirador entrou na boate Pulse – conhecida boate gay em Orlando, nos Estados Unidos, deferindo tiros de fuzil e pistola. Os relatos da tragédia puderam ser visto nas redes sociais, em especial no Twitter

O atentado terrorista chocou o mundo e, especial o Brasil que, na data em questão, comemorava o Dia dos Namorados – uma data que, pelo menos na publicidade do nosso país, é excessivamente excludente, uma vez que não contempla todas as formas de amor existentes na sociedade. Você já parou para pensar sobre isso?

De acordo com a imprensa norte-americana, o atirador era Omar Mateen, tinha 29 anos, era americano filho de afegãos e tinha repulsa a homossexuais. Em 2013, ele havia sido investigado pelo FBI por terrorismo ou associação com grupos fundamentalistas islâmicos que promovam ações terroristas, mas não foi encontrada nenhuma prova contra ele naquela época.

Se por um lado a imprensa mundial noticia a tragédia como o “maior atentado a tiros da história dos Estados Unidos”, por outro lado perdemos a chance de discutir LGBTfobia que tem matado milhares de homossexuais, transexuais, travestis e lésbicas ao redor do mundo por intolerância e preconceito. Além disso, pela questão local norte-americana a outro fator: a facilidade que qualquer cidadão daquele país tem em comprar uma arma de fogo.
Ilustração: Portal O Tempo / Reprodução. 

A grosso modo, LGBTfobia diz respeito a hostilidade (física,social ou psicológica) que algumas pessoas tem ao se deparar com outras pessoas que sentem desejo ou praticam relações afetivas com o mesmo sexo. E quando uma pessoa se sente no direito de ir a uma boate gay atirar em um grupo de pessoas por não concordar com o comportamento social delas ele está sendo LGBTfóbico e, mais do que isso, se utilizando de uma prerrogativa cultural ou religiosa para impor um determinado comportamento.

Do mesmo jeito que o sexismo e machismo matam mulheres todos os dias ao redor do mundo, a LGBTfobia também. Por isso, por mais triste que este caso de Orlando possa ser, não deixa de ser uma oportunidade para que a mídia – e principalmente os nossos grupos sociais discutam LGBTfobia – e não só homofobia ou a misoginia, que discutamos também o preconceito nosso de cada dia que, infelizmente, tem se calçado de bandeiras tradicionalistas, como a religião, por exemplo.

Neste sentido, os líderes religiosos tem um papel importante de posicionamento neste caso e em tantos outros que já ocorreram. Não dá mais para as religiões inflamarem os seus fiéis contra outros grupos por, simplesmente, não concordarem com um comportamento que diz respeito à liberdade individual de cada um. Ou seja, o que qualquer pessoa faz entre quatro paredes diz respeito a somente ela e ao seu parceiro (ou parceria) e não a sociedade. 

Que valorizemos mais o caráter, a empatia e a solidariedade, ao invés de se preocupar que o outro pensa (ou haja) diferente do que eu acredito, do que eu amo. Como diria o poeta, “toda forma de amor vale a pena”. Então, vamos praticar o respeito e a tolerância? Somos todos iguais nas nossas diferenças.





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Jornalista

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