#NãoVaiTerGolpe: Por que precisamos defender o SUS?

maio 20, 2016



O Sistema Único de Saúde (SUS) é uma das maiores conquistas sociais do Brasil. No continente americano, somente Cuba e Canadá dispõe de um sistema público de saúde universal, equânime e integral como o Brasil. Os outros países têm modelos de saúde pública baseados na filantropia ou de forma segregada e, em alguns casos, são completamente reféns dos Planos de Saúde (privados), como acontece com os Estados Unidos.

O SUS tem inúmeros pontos positivos que o credencia como um dos maiores sistemas de saúde do mundo, por entender que a saúde não pode e nem deve concentrar apenas na assistência médico-hospitalar, e precisa se estender a outros pontos que envolvem também o bem-estar social como o das campanhas de vacinação e promoção à saúde, além das ações da vigilância sanitária, da assistência farmacêutica, do transplante de órgãos, da doação de sangue, do banco de leite humano, entre outras tantas ações que os Planos de Saúde não cobrem e não tem interesse em oferecer.

Por isso, em um momento de golpe parlamentar e midiático, é impossível aceitar que a gestão interina de 180 dias de Michel Temer (PMDB-RJ), por meio do novo Ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), queira desmontar o SUS em benefício dos Planos de Saúde, como o próprio tem declarado na mídia. "Quanto mais gente puder ter planos, melhor, porque vai ter atendimento patrocinado por eles mesmos, o que alivia o custo do governo”, disse Barros à Folha de S. Paulo.

Certamente, o novo ministro tem uma visão privatista da saúde e desconhece os conceitos de saúde pública e saúde coletiva, principalmente por ter sido agraciado com uma doação financeira para a sua campanha eleitoral como deputado de uma das maiores operados de saúde suplementar do país. Apesar de Barros ter recuado das suas declarações, precisamos ficar atentos quanto aos passos deste novo Ministro da Saúde.

Em quase 30 anos de SUS, a saúde pública precisa avançar e não regredir. E um desses avanços é, sem dúvida, discutir o financiamento do SUS, como tem tentado o Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública Saúde Mais 10 que tem como proposta assegurar o repasse de 10% das receitas brutas da União para o SUS por meio da taxação das grandes fortunas e grandes transações financeiras. Algo que um governo retrógrado, conservador e de direita – como o de Temer, não tem interesse em discutir.

Mas, independente disso, é importante lembrar que o SUS é financiado por todos nós. Quando pagamos um Plano de Saúde estamos pagando duas vezes por um direito. Sem contar que os Planos não contemplam todos os serviços oferecidos pelo SUS. Além disso, defender o SUS não significa em tempo algum esquecer que a saúde pública tem muitos problemas que merecem e precisam ser superados. Muito pelo contrário: defender o SUS é entender que a saúde é um direito de todos, de miseráveis, de pobres e de ricos. De todos e todas, de forma igualitária, gratuita e universal.





Gostou do Café com Notícias? Então, siga-me no Twitter, curta a Fan Page no Facebook, siga a company page no LinkedIn, circule o blog no Google Plus e assine a newsletter.







Jornalista

MAIS CAFÉ, POR FAVOR!

0 comentários