Rede Minas lança novos programas sob o desafio de ser TV pública a serviço da cidadania
março 29, 2016
A Rede Minas está sendo revitalizada, e, como parte das mudanças
implantadas na TV pública, agora estruturada com os conceitos de TV cidadã e
colaborativa, foram lançados três novos programas: Mulhere-se, Sou 60 e Jornal das Crianças. Além disso, o Brasil das Gerais foi reestreado, e, em
breve, novos programas farão parte da grade.
“Estamos propondo outra lógica de produção, que envolve,
entre outras coisas, a participação de muita gente jovem e a utilização de
diversos recursos de interatividade. A ideia é trazer o modelo colaborativo e
participativo para a televisão pública”, explica o
presidente da Rede Minas, Israel do Vale. Assista o vídeo para saber mais detalhes:
Segundo o diretor de jornalismo da Rede Minas, Tulio Ottoni, uma das
frentes da revitalização da TV é a adoção da lógica de rede. “Não queremos nos limitar a fazer os
programas e esperar audiência. Vamos pegar temas latentes, fazer conexões com
diversos públicos e movimentos, provocar as pessoas. Os programas estão todos
em construção permanente, já que são voltados para as questões da sociedade,
que não são estáticas”, afirma. Além dos programas já lançados,
algumas novidades estão por vir, como a criação de uma plataforma nos moldes do NetFlix e YouTube.
Na Minas Flix, como foi batizada, serão armazenados vídeos, pelos
quais o público poderá navegar, além de um canal específico de produção
audiovisual indígena. O público também terá acesso a conteúdos extras, como
entrevistas completas, bastidores dos programas, entre outros materiais que
poderão ser utilizados, por exemplo, para aulas e palestras.
A Rede Minas também está testando o Ginga, um middleware, ou seja, um
mediador - que hoje já vem acoplado em muitos dispositivos como televisões e
celulares - que faz a interface entre a TV digital e o telespectador. “Quem está assistindo o programa aperta um
botão e acessa conteúdos extras, informações sobre o programa e opções
interativas. Estamos testando a ferramenta no Mulhere-se, ainda de forma modesta”, conta Tulio Ottoni.
Como parte das mudanças para uma TV
colaborativa, os funcionários também foram convidados a participar de todos os
processos, por meio de encontros com os gestores, que favorecem a construção
coletiva do novo perfil da Rede Minas.
Foi implantado, ainda, o colegiado de programação, formado por servidores de
todas as áreas da TV, que semanalmente opinam sobre a qualidade dos programas. “O momento é de aguçar a escuta. Não vejo
como fazer TV pública sem ouvir. Esta é uma obrigação nossa”, defende
Ottoni.
Universo feminista
Às 20h de toda quinta-feira, o
público pode conferir o Mulhere-se,
primeiro programa com temática feminista
da TV brasileira, que é o carro-chefe do novo modelo adotado pela Rede Minas. “Durante a elaboração do programa, convocamos a sociedade, por meio de
conselhos abertos, para discutir pautas, dar sugestões e ajudar a montar a
linha editorial. Ele já era colaborativo antes de ir para o ar”, conta o
diretor de jornalismo da Rede Minas, Tulio Ottoni.
Com duração de 30 minutos, o programa
é dividido em quatro quadros: Sarau, palco aberto para performances artísticas
de poesia, música, dança, entre outras; Conversações, que incentiva a discussão
de temáticas relevantes acerca do universo feminino; Público, no qual debates
itinerantes são realizados a partir de intervenções em espaços públicos; e Bio,
que traz biografias de personagens femininas, anônimas ou não, contadas por mulheres
que têm uma relação específica com a biografada.
O primeiro programa teve como tema a
relação entre a mulher e a mídia e foi ao ar no dia 17 de março. “Existe uma enorme demanda reprimida no que
diz respeito à visibilidade para as mulheres. Percebemos que este era um
momento rico para promover esta construção coletiva e incentivar a criação de
uma imagem e papel social feminino mais condizente com a realidade”,
ressalta a diretora do Mulhere-se,
Sara Ribeiro.
Sara conta que, para ouvir as
pessoas, além dos conselhos mensais abertos, que estão sendo realizados desde
janeiro, a equipe de produção também levou uma cabine de gravação para diversos
locais nos quais havia alguma reunião de grupos da sociedade civil de mulheres,
como donas de casa, movimentos feministas, entre outros, onde as pessoas eram
convidadas a falar.
A vídeo cabine esteve, por exemplo,
na 4ª Conferência Estadual de Políticas
para Mulheres, realizada em outubro de 2015 em Caeté, no Território
Metropolitano. “Ouvimos muitas ideias e
sugestões. As pessoas também foram provocadas com perguntas sobre o universo
feminino e também sobre a possível existência de um programa voltado para ele,
que ainda não existia. A partir desses retornos, fomos criando a proposta do
programa e dos quadros”, diz.
O próximo conselho aberto do Mulhere-se acontece nesta quarta-feira
(30/3), às 21h, na Rede Minas (Av. Nossa Senhora do Carmo, 931, Sion). Para
participar, é preciso fazer inscrição neste link.
Mais lançamentos
Apresentado por Roberta Zampetti, o Sou 60 aborda a temática do
envelhecimento, mas visa atingir todas as idades e promover uma interação maior
entre as gerações. Exibido aos domingos, às 9h30, o programa tem meia hora de
duração. Para elaborar o projeto, a jornalista também estabeleceu previamente
uma rede de diálogo com seu público, ouvindo suas demandas.
Por outro lado, os pequenos têm voz
no Jornal das Crianças, programa
exibido dentro do Jornal Minas 1ª Edição,
toda sexta-feira às 11h30. Feito pelas próprias crianças com um telefone
celular, a ideia é que o programa mostre suas visões de mundo. “Qualquer criança pode mandar o vídeo, de
forma bem espontânea. Queremos, também, dar voz a elas”, diz Ottoni.
O Brasil das Gerais, por sua vez, foi relançado, com apresentação de
Patrícia Pinho. Exibido às segundas e quartas-feiras, 20h, o programa foi
repaginado e traz três temas básicos: tecnologia social, patrimônio cultural e
promoção da saúde. Tudo por uma ótica inovadora, já que o programa foge do
óbvio, por exemplo, ao desmitificar que patrimônio cultural é só material e ao
mostrar, no âmbito da saúde, o lado do paciente, que, neste caso, é a fonte.
Como sintonizar?
Em grande parte da região
metropolitana de Belo Horizonte o sinal analógico da Rede Minas poderá ser
recebido no canal 9 (VHF) e o sinal digital no canal 17 (UHF). Neste link estão
disponíveis as emissoras afiliadas no interior do estado.
Fonte: Agência Minas.
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