#CaféLiterário: Babélica Urbe – O Rio nas crônicas dos anos 20

setembro 19, 2015



O encerramento da 17ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, que teve o maior público de sua história: 676 mil pessoas, não está desanimando os editores. Para eles, o evento carioca funciona como chamariz para o público – o chamado varejão – não só durante os dez dias da programação, mas também após o seu fechamento, quando os leitores ainda estão ávidos por novidades.

E esta semana chega ao mercado literário uma das obras mais aguardadas, devido não só aos anos de estudo, como aos nomes envolvidos em sua confecção: Babélica Urbe. Escrito pela arquiteta e pesquisadora Jane Santucci, o livro de 285 páginas tem orelha de Ruy Castro e fotos do acervo particular do novelista Aguinaldo Silva, que é um voraz colecionador de arte – principalmente do período art decó, que compreende o período entre as décadas de 20 e 40.

Em Babélica Urbe, a autora descreve justamente a década de 1920, através de cronistas como Álvaro Moreyra, Théo-Filho, Ribeiro Couto, entre outros, que descreviam a, àquela época, capital do Brasil como um lugar à frente do seu tempo.

“Com a virada dos anos 30, o Brasil entrou em uma nova etapa, e aqueles autores que representavam uma geração meio inconsequente diante da seriedade do país foram apagados, assim como a efêmera década de 20 que ficou no imaginário com apenas com melindrosas alucinadas. A proposta do livro também é jogar luz sobre esses autores geniais em seu tempo e esquecidos logo após”, justifica Jane.

Para ela, seja na cultura, no urbanismo, na moda ou nos seus costumes, ao olharmos o Rio de Janeiro dos anos 20 estamos diante de uma metrópole, não só em seu sentido conceitual, mas como a capital do país com ruas e avenidas onde circulavam milhares de automóveis e várias de linhas de bonde, um centro comercial e financeiro com bancos e companhias de navegação, hotéis internacionais, cinemas, teatros, cassinos, e vários jornais diários. Uma urbe que não ficava nada a dever as imagens cosmopolitas de qualquer outro lugar do mundo. Uma verdadeira babélica urbe.

“Estávamos a par de tudo que acontecia em Nova Iorque e Paris! Cada vapor que atracava no porto trazia na bagagem as últimas fitas de Hollywood, discos de jazz, fonógrafos, modas e revistas ilustradas. A Avenida Rio Branco completava duas décadas e em sua maioridade perdia os ares provincianos e ganhava os primeiros arranha-céus”, descreve Jane, lembrando que fora do horário comercial o Centro da cidade começava a despertar a vocação democrática que o Rio de Janeiro tem até os dias atuais.
Imagem do Rio de Janeiro na década de 1920 localizada na contra capa do livro. Foto: Reprodução. 

“O centro da cidade fervia nos finais de semana, quando reunia em suas ruas pessoas de toda parte em busca de diversão que havia para todos os gostos e bolsos. À noite, o movimento prosseguia com um público ávido por diversões que lotava os cinemas da Avenida, os bares da Galeria Cruzeiro e se estendia para os teatros e cabarés da Praça Tiradentes e Lapa”, acrescenta Jane.

No livro, a autora cita a expressão “endomingados”, para se referir aos mais pobres que tentavam se arrumar em um terno, mas andavam sem postura e porte aos domingos pelas ruas do Centro, dia em que tinham folga do trabalho. Os anos 20 também foram marcados pela conquista do sábado de meio período de trabalho, dando mais tempos para os trabalhadores irem ao Centro.

Babélica Urbe chega às livrarias nesta terça-feira (22/09). O lançamento acontece na tradicional Livraria Cultura – Cine Vitória, na Rua Senador Dantas, 45, no Centro do Rio de Janeiro (junto ao Metrô Cinelândia). O preço é R$ 49 e a editora é a Rio Books. Vale a leitura!





Gostou do Café com Notícias? Então, siga-me no Twitter, curta a Fan Page no Facebook, siga a company page no LinkedIn, circule o blog no Google Plusassine a newsletter e baixe o aplicativo do blog.





  



Jornalista



MAIS CAFÉ, POR FAVOR!

0 comentários