Gilberto Braga sonha ganhar de "I Love Paraísopolis"
junho 01, 2015Foto: Leo Martins / O Globo / Reprodução. |
Um dos autores de novela mais
consagrados da TV brasileira, Gilberto Braga concedeu uma das entrevistas mais
sinceras da sua carreira ao jornal
O Globo, neste último domingo (01/06). Não que ao autor tenha sido
falso alguma vez. Não é isso. Braga falou sem pudor dos problemas de Babilônia, atual novela das 21h, da
Rede Globo, que amarga uma forte rejeição por parte do público.
Em algumas capitais como Salvador e
Goiânia, Babilônia dá 12 pontos de
audiência. Em São Paulo, principal Praça televisiva por conta do mercado
publicitário, a novela escrita por ele com Ricardo Linhares e João Ximenes
Braga tem sofrido para alcançar 25 pontos. E, como consequência, perdeu o
título de novela mais assistida do dia da emissora carioca para I Love Paraísopolis, trama das sete que
tem alcançado 29 pontos e picos de 31 com facilidade.
Mas, qual é o problema de Babilônia? Difícil elencar apenas um.
São vários. Não é a rejeição ao casal de idosas homossexuais, nem o excesso de personagens mau caráter. Sejamos sinceros:
a novela é sem pé, nem cabeça. A começar pelo nome confuso de Babilônia, que não remete a história
principal das três mulheres, sendo duas vilãs e uma heroína. O público não
conseguiu entender o que isso tem a ver com elas. Tudo bem, a personagem de
Camila Pitanga mora no Morro da
Babilônia, no Rio de Janeiro.
Mas, será que o telespectador que não
é do Rio vai conseguir entender esta associação? Complicado. Outro ponto que é
um ponto de reclamação: ninguém entende a abertura de Babilônia. Porque o samba na voz de Martinália? Porque as figuras
geométricas que aparecem apenas o rosto das três protagonistas? Ficou muito sem
sentido. Prova de que abertura já mudou outras vezes e, mesmo assim, não
conseguiu fazer liga com a história da novela.
Logo da novela das 9 da Rede Globo,"Babilônia". Foto: Reprodução. |
Na entrevista ao O Globo, Gilberto Braga diz que o Brasil encaretou. Talvez. Mas o
trio de roteiristas não conseguiu colocar na TV uma história redondinha que
ligasse os personagens de Camila Pitanga, Glória Pires e Adriana Esteves a
ponto do Brasil parar em frente na TV. A história central da novela é confusa.
E ficou ainda mais confusa quando os autores resolveram escutar o grupo de
discussão, mudando o rumo de alguns personagens como o de Marcos Pasquim, Bruno
Gagliasso e de Sophie Charlote.
O embate de vilãs que prometia ser o
ponto alto da novela é constrangedor. A personagem de Adriana Esteves tinha
inveja da personagem de Glória Pires. E, do nada, a inveja dela virou uma
bandeira de vingança. Sem contar na rejeição estrondosa da heroína de Camila
Pitanga, que não conseguiu dar naturalidade a moça humilde que luta por
justiça.
A impressão que tenho como
telespectador é que os autores mais veteranos da Globo, como Gilberto Braga e
Manoel Carlos, por exemplo, estão cansados. Já gastaram todos os recursos
possíveis e não sabem mais para onde correr. Só escrevem por encomenda e não
por paixão, por pesquisa, por acreditar que uma novela possa contar algo que
possa colocar temas importantes em debate.
Com a novela das 9 em baixa, a
concorrência cresce a cada dia. Os Dez
Mandamentos, da Rede Record, conseguiu se tornar o produto mais assistido
da Casa e, na semana passada, alcançou pela primeira vez os 15 pontos de
audiência. Enquanto isso, o SBT cresce a passos gigantescos com a dupla de
novelas infantis no horário nobre, sendo uma reprise e a outro um remake.
Definitivamente, a Rede Globo não é
mais a mesma.
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