Filme "Selma" retrata a luta de Martin Luther King por igualdade
fevereiro 23, 2015![]() |
Foto: Disney / Buena Vista / Reprodução. |
*Por Silvia Amâncio
“Selma ainda existe, pois as lutas ainda existem. Sabemos
que tudo que fez parte daquela luta ainda está em risco hoje em dia". Esse foi um trecho do discurso do músico John Legend ao receber o
#Oscar2015 de melhor canção original
por "Glory", um potente hino que faz parte da trilha sonora do filme Selma. Para ver a cobertura completa do
Oscar, clique
aqui.
Com uma plateia recheada de artistas
negros, mas sem nenhuma indicação aos principais prêmios da Academia, o tom
político fez com que a premiação, em raras vezes, atingisse o coro em defesa
dos movimentos pela igualdade de direitos humanos nos Estados Unidos.
Selma é um filme produzido por Brad Pitt e
Oprah Winfrey (que também atua no longa). Poderoso e com uma história honrosa
em que negros, brancos, ateus, protestantes, católicos e ortodoxos marcharam
contra o preconceito racial em um dos estados norte-americano mais intolerantes,
o Alabama. Abaixo, assista o trailer de
Selma:
Em 1964, o pastor protestante Martin
Luther King Jr., interpretado pelo ator inglês de origem nigeriana David
Oyelowo, se tornou a pessoa mais jovem a receber o Prêmio Nobel da Paz, fato que valeu uma intensa perseguição por
parte do FBI.
Ainda sem direitos a voto e a participação
nas decisões do lar dos bravos e livres, King e seus seguidores escolheram a
cidade de Selma, por ter uma
população de 98% de negros para chamar a atenção do presidente Lyndon Johnson
para a urgência da aprovação das leis de Direitos Civis e Direitos Eleitorais
que excluíam os cidadãos negros.
Uma marcha formada por centenas de
pessoas com o objetivo de conseguir o direito ao voto, o fim da segregação
racial, das discriminações no trabalho e outros direitos civis básicos, saiu de
Selma rumo à capital do estado,
Montgomery, onde sofreu forte resistência por parte dos cidadãos brancos e deu
seu governador (interpretado por Tim Roth).
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Foto: Disney / Buena Vista / Reprodução. |
A angústia de King por colocar vidas
em risco e o distanciamento de sua família é interpretada com maestria por
Oyelowo que, em um ato de fé, abriu caminho com sangue e determinação para
mobilizar e conscientizar, não só os negros de seus direitos, como também os
brancos para que não haja supremacia racial e sim uma única raça, a humana, que
deve permanecer unida em prol de direitos.
O elenco é esplêndido com atuações
marcantes de Lorraine Toussant, que nasceu em Trinidad e Tobago (Amelia
Boynton,) e Stephan James (Jonh Lewis), todos esquecidos pela maior premiação
do cinema.
Além disso, não podemos deixar de
fazer um paralelo que em 1965, enquanto o Brasil convivia com a truculência da
Ditadura Militar, apoiada pelo então presidente norte-americano, os Estados
Unidos sangravam com a Guerra do Vietnã e com o massacre de negros que lutavam
pelo direito de votar e terem sua representação como verdadeiros cidadãos.
O hino libertário “Glory” relembra a
morte de um jovem negro em Ferguson, no Missouri, no ano passado, mostrando que
a tensão racial nos Estados Unidos ainda persiste, com ódio e impunidade, assim
como em todos os países com um passado de escravidão. Abaixo, assista o clipe da música "Glory", ganhadora do #Oscar2015:
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