Carnaval perde cada vez mais espaço na cobertura televisiva

fevereiro 16, 2015



Com a audiência em queda a cada ano, a transmissão do carnaval vem perdendo cada vez mais espaço na cobertura televisiva. Dona dos direitos da Liga das Escolas de Samba de São Paulo e Rio de Janeiro, a Rede Globo optou por jogar o desfile para o final da noite, assim como SBT e Band que dividem a transmissão do carnaval de Salvador, na Bahia.

Até mesmo a RedeTV! que há anos faz a pitoresca cobertura dos Bastidores do Carnaval optou por colocar o seu programa que mistura momentos de humor com o que há de mais trash no carnaval para o final da noite. O motivo não poderia ser outro: a falta de interesse do telespectador em ficar horas e horas acompanhando ao vivo o carnaval.

Foi-se o tempo em que a Band, por exemplo, dedicava mais de dez horas por dia com a transmissão ao vivo dos trios elétricos de Salvador. Em 2015, a transmissão não soma nem quatro horas por dia e se resume a flashs, recuperação de shows previamente gravados e o ao vivo, que já foi o forte da cobertura, tem cada vez menos espaço.

Já o SBT também tem usado o mesmo expediente da Band, mas desta vez encontrou uma alternativa bastante interessante: optou por transmitir boa parte da folia ao vivo pela internet, o que não deixa de ser um ponto de apoio importante para quem gosta de ver o que acontece ao vivo no carnaval da capital baiana que, este ano, comemora 30 anos do axé music.


Na Globo, a coisa ainda é mais complicada e virou alvo de críticas nas redes sociais. O carnaval carioca, por exemplo, começou a ser transmitido ao vivo no portal G1 com cerca de 20 minutos de atraso em relação ao horário oficial do evento. E, mesmo na internet, a Globo custou a publicar imagens do que acontecia na Marques de Sapucaí. Quando começou a transmissão pela TV, houve o uso de boa parte dos desfiles de material gravado.

Além disso, este ano o canal Viva não transmitiu o carnaval, muito menos outro canal da Globosat, como o Multishow ou o BIS, por exemplo, especializados em eventos musicais. A justificativa é que o contrato com a Liga das Escolas de Samba não obriga a emissora exibir todo o desfile e isso inclui deixar como opcional o Desfile do Grupo de Acesso e o Desfile das Campeãs. A Globo disse ainda que no caso do desfile das campeãs há uma negociação em andamento com outro canal na TV aberta.

A pergunta que fica é porque o carnaval soteropolitano, paulista e o carioca, mesmo com grandes patrocinadores, ainda não criaram a opção de cobertura ao vivo e na íntegra em um canal na TV Paga, como se fosse um pay-per-view. Ou ainda, criar um site em que o público decidisse se quer ver o desfile das escolas ou dos trios com comentários ou só com o áudio original. Opções existem, só falta boa vontade.

Parece o caminho mais natural para dar uma sobrevida a festa popular que, a cada ano, é cada vez menos prestigiada na TV aberta, inclusive com cortes grosseiros na cobertura que não deixa o telespectador ver o desfile na íntegra sem a interferência constante de apresentadores e comentaristas. Mesmo com a audiência em queda é preciso respeitar o público que curte e, principalmente, as pessoas e patrocinadores envolvidos.







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