#CaféEntrevista: Paulistano viaja com a Família Schurmann

janeiro 20, 2015

Foto: Facebook / Reprodução. 


Em outubro do ano passado, a Família Schurmann zarpou de Itajaí, em Santa Catarina, com o novo veleiro Kat para a inédita Expedição Oriente. Os velejadores percorrerão cerca de 30 mil milhas (o equivalente a quase 50 mil quilômetros), passando por quatro oceanos, cerca de 50 portos e cinco continentes. Pela primeira vez, os Schurmann chegarão à Antártica e à China.

Se o roteiro reserva lugares desconhecidos, a nova travessia também marca a estreia da 3ª geração a bordo: em breve, o jovem Emmanuel integrará a tripulação Schurmann, formada pelo casal Vilfredo e Heloísa e os filhos Wilhem, David (líder da tripulação de terra) e Pierre – os dois últimos, em alguns trechos da aventura. Kat, a filha caçula, falecida em 2006, está simbolicamente presente ao inspirar o nome do novo veleiro da família, neste projeto que envolve inovação, tecnologia, emoção e sustentabilidade.

Com a Expedição Oriente, a Família Schurmann veleja inspirada em uma teoria que defende os chineses como os primeiros grandes navegadores e descobridores do mundo. Ou seja, os primeiros aventureiros a contornarem o globo. Mas, esta nova aventura, foi marcada por uma ação inesperada: o internauta paulistano Pedro Tokimori Nakano, de 27 anos, resolveu fazer uma campanha nas redes sociais para poder ir junto com os Schurmann, utilizando a hashtag #levaopedro.
Pedro Tokimori Nakano conseguiu realizar o sonho de viajar com a Família Schurmann. Foto: Arquivo Pessoal / Facebook / Reprodução. 

A proposta era postar nas redes sociais um motivo por dia que convenceria a Família Schurmann a leva-lo a bordo. Foi então que a campanha chegou até o Capitão e toda tripulação resolveu adotar o mais novo tripulante que abriu mão de suas atividades como coordenador web em uma agência de marketing digital em São Paulo para passar os próximos dois anos dentro de um veleiro em alto mar. Atualmente, ele está há mais de cem dias no veleiro e conhecendo lugares que já mais sonhou em ver de perto. Abaixo, confira a entrevista:

1. Por que queria integrar a tripulação da Família Schurmann?
Desde que soube da Expedição Oriente e da proposta de refazer a rota que os chineses teriam feito em 1421, me encantei pelo projeto. Li várias entrevistas, assisti ao filme da última volta ao mundo dos Schurmann, livros e também me encantei pelo espírito da Família. Queria, de alguma forma, estar a bordo dessa expedição. Poder ajudar e, ao mesmo tempo, conhecer lugares e pessoas que nunca imaginei que teria oportunidade. Era um sonho que virou realidade!

2.  Como surgiu a ideia de lançar a campanha #levaopedro?
Soube o quanto a Família Schurmann gosta de pessoas com iniciativas e criatividade. Então comecei a pensar em algo que chamasse a atenção deles, mas queria fazer algo que também me qualificasse como um tripulante – apesar de não saber velejar. Queria destacar meu bom humor, o gosto por fotografar e escrever, e a experiência com outras viagens. Tudo da maneira mais sincera e honesta possível. Pensei em 25 motivos e postei um por dia no Instagram, com imagens bacanas e pequenos textos. Foi uma espécie de candidatura/currículo online.
Tripulantes da Expedição Oriente comemoram o Natal em alto mar. Foto: Facebook / Reprodução.

3. Paralelo à campanha, como se preparou para entrar na tripulação?
Nunca havia velejado antes. Mas comecei a ler livros e a estudar a teoria. Quando o pessoal do Yacht Clube Santo Amaro viu a campanha, me ligou e me convidou para acompanhar as aulas e aprender, na prática, a velejar. Não tive muito tempo, mas deu para tirar algumas dúvidas e entender como funciona um veleiro. O dia em que subi no laser e velejei pela primeira vez foi muito especial! Para me preparar também fiz aulas de mergulho.

4. Como recebeu a informação que, sim, você era um tripulante? O que sentiu?
Estava no trabalho, na agência, e me ligaram. Foi uma imensa alegria. O pessoal do trabalho que acompanhou, torceu e me ajudou durante a campanha também vibrou muito. Todos pararam de trabalhar para comemorar. Do trabalho, fui direto contar a novidade à minha família, que ficou muito emocionada e empolgada.

5. Da notícia ao embarque, você teve poucos dias para se desapegar da vida em terra firme. Como foi esse processo?
Uma correria! Tive que tirar passaporte, tomar vacinas, check ups, dentista, empacotar tudo e me despedir da família e amigos. Não tive tempo de contar para todo mundo, muitos amigos ainda nem sabem que dando uma volta ao mundo com a Família Schurmann.
O pôr-do-sol no Atlântico Sul. Foto: Facebook / Reprodução.

6. Como está sendo esse início de atividades a bordo?
Estou adorando. O ritmo é bem intenso. Todos a bordo têm suas atividades principais, mas também desempenham outras funções, o que é muito bacana. Versatilidade é a palavra-chave. Nesse pouco tempo já vivi experiências incríveis, como a visita a Cabo Polonio, um povoado com menos de 100 habitantes. Lugar que antes nem imaginava em conhecer.

7. Quais são as suas atividades na Expedição Oriente?
Escrevo e fotógrafo para as redes sociais e site da Expedição Oriente. Tem que estar atento a todo o momento para não perder nada! Estou sempre ao lado da Heloísa, que é uma produtora de conteúdo fantástica. Já havia lido seus textos, mas aqui estou encantado com suas ideias e criatividade a todo vapor. Muito bom trabalhar com ela e poder ajudar a contar e registrar a história dessa incrível expedição.

8. O que te surpreendeu nos primeiros dias a bordo?
Conhecia o veleiro Kat pelas fotos, mas fiquei impressionado com a disposição dos espaços e toda estrutura. Minha recepção aqui também foi ótima, todos tripulantes me receberam muito bem. Já acompanhava a Expedição Oriente pelas redes sociais, então, parecia que conhecia um pouquinho de cada um. Antes, a vista do meu trabalho era uma rua cheia de carros, agora tenho o mar ao meu lado. Trocar as buzinas pelo som do vento é uma delícia.









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Jornalista


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