Reaças neoliberalistas que pedem o impeachment de Dilma e a volta da Ditadura Militar se esqueceram da história do Brasil

novembro 02, 2014

Foto: Site Brasil Livre / Reprodução.


Chega a ser difícil de acreditar que, em pleno século XXI, ainda existam pessoas que se agarram à liberdade de expressão como direito de pregar bobagens, incentivar o preconceito e o crime contra a liberdade individual. Mas, infelizmente, estas #eleições2014 afloraram um Brasil reaça que estava adormecido: uma minoria que não quer a Democracia, muito menos a distribuição de renda e a participação popular via movimento ou conselhos.

Fico sem saber se é ignorância extrema como a história política do Brasil ou maldade no sentido mais literal que a palavra conota. Uma coisa é certa: milhares de brasileiros morreram ou foram torturados por lutar por um Brasil democrático durante a Ditadura Militar.

O Brasil hoje é respeitado no mundo por consolidar de forma plena a sua Democracia. Ainda estamos longe de ter uma democracia perfeita em que todos nós nos sentimos representados e acolhidos, mas é aquilo que conseguimos construir e ainda estamos construindo.

Confesso que estou em estado de choque ao ler a notícia de que um grupo de pessoas foram às ruas pedir o impeachment de Dilma Rousseff (PT) – que foi democraticamente reeleita, e a volta da Ditadura Militar, sob o argumento de que o PT quer transformar o Brasil em Cuba ou em uma Venezuela. Será mesmo que, na cabeça deles, uma ditadura é melhor que a outra? Onde que o socialismo ou o comunismo virou ofensa?

Não consigo entender, de verdade. Longe de querer ser sarcástico ou debochado, mas parece que os reaças neoliberalistas se esqueceram da história do Brasil. Ou melhor, nunca a leram. Porque se a conhecessem saberiam das inúmeras “sacanagens” que aconteceram no período da Ditadura Militar, só para usar um eufemismo. Pessoas foram espancadas, estupradas e mortas por não concordarem com a política vigente. Isso é sério. Se você tem o direito de ir para às ruas e falar todas essas bobagens é porque teve gente que pagou com a vida por isso.

“Não queria morrer pelo Brasil”. Foi o que disse a atriz Claudia Alencar ao ser entrevistada por Rafinha Bastos, no programa Agora é Tarde, na Band. De uma sensibilidade sem tamanho, Rafinha conseguiu mostrar para o público o real motivo do choro da atriz diante da urna sem fazer disso uma chacota. Descobri a entrevista por meio de um post no Brasil Post do filho de Claudia. Abaixo, assista a entrevista:

Me sensibilizei com o testemunho de Claudia Alencar. Creio que falta mais humanidade nas pessoas que não aceitam que a Democracia é um meio político que está em constante processo de transformação, do mesmo jeito que a sociedade está. De que maneira uma sociedade mais justa e com uma maior distribuição de renda pode ser uma ameaça?

Mais do que lutar pela ideologia do Partido X ou Y, eu luto pela democracia. Luto para que consigamos ter o direito de protestar, de ir às ruas reivindicar uma sociedade mais justa e menos desigual. Cobrar dos nossos políticos mais compromisso com o povo e que possamos ter os nossos direitos civis respeitados e assegurados. O que sinto depois destas eleições é que existe um pequeno grupo querendo dar um Golpe Político sem necessidade por puro recalque.

Chega de #mimimi. É hora de aprender a ser oposição e saber se articular dentro do regime democrático sem incitar o ódio ou preconceito. Lutar por aquilo que acredita de forma adulta e equilibrada. Ler a história do Brasil e reconhecer as inúmeras conquistas sociais e políticas que conseguimos ao longo dos anos e lutar por tantas outras que ainda merecem ser alcançadas. Isto sim é revolução!











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Jornalista




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5 comentários

  1. Muito bom o texto, meu caro Wander.
    É triste e lamentável ver pessoas ainda com esses pensamentos arcaicos e antidemocráticos na cabeça. Perder uma eleição é do jogo e não diminui ninguém, mas não saber perder não merece nenhum respeito. É o jus esperneandi em estado bruto.
    O PSDB desta vez não conheceu limites e protagonizou um vexame sem precedentes na história da república ao dar guarida a boatos na internet e, malandramente, entrar no TSE com pedido de recontagem de votos. A atitude além de denotar apelação em não aceitar o resultado das urnas ainda revela uma covardia do PSDB ao querer terceirizar a ação a internautas ensandecidos em redes sociais. Simplesmente ridículo.
    Sobre as manifestações: também difícil mensurar o grau de insensatez nessa ação. Vi faixas na manifestação com os dizeres "imprensa livre" e logo adiante outra "golpe militar". Hein??? Como é possível o cara querer imprensa livre e ditadura ao mesmo tempo???
    Para além dessas queixas incoerentes e ridículas o que vejo é um PSDB desesperado sem rumo, que não consegue vislumbrar o retorno ao poder no horizonte. 2018 está logo ali e no meio do caminho tem um Lula, tem um Lula no meio do caminho...
    Partiram para o desespero total e vão se afundar cada vez mais e mais na lama que eles próprios criaram. Abrtaços

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    1. Oi, Ary! Obrigado pelo comentário. O senso comum e o oportunismo político tomaram conta destas pessoas que acreditam que estão fazendo um bem para o Brasil quando na verdade não sabem nada da nossa própria história. Um forte abraço.

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  2. Oi, Wander! Creio que o seu sentimento é o de milhares de brasileiros espalhados pelo país. Também levei um susto quando ontem me deparei com esse pseudo movimento liderado por alguns que não aceitam a decisão democrática do último domingo. Fiquei especialmente assustada por ver ali mesmo, pessoas ditas esclarecidas e que estavam marchando em prol do retorno da Ditadura Militar. Quem são essa pessoas? O que elas querem? Conhecem de fato a História do Brasil? A História da Ditadura ocorrida em vários países do mundo? Fiquei estarrecida com o que vi. Desde que o processo eleitoral se encerrou no último domingo, disse que nós Historiadores temos o dever de contar em sala de aula e em nossas palestras o que foi o período FHC e a Ditadura militar. hoje, aqui, corroboro o que disse naquela oportunidade. É preciso contar a História aos mais novos e aos que por ventura não conheçam. É preciso promover discussões e fazer comparativos. É urgente meus amigos. Não estamos a defender o Partido dos Trabalhadores, mas a nossa tão preciosa democracia.

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    1. Oi, Sil! Obrigado pelo comentário e compartilho da mesma visão que você. Cheguei a conclusão que algumas pessoas não sabem (ou não querem saber) da história do Brasil porque isso jogaria um balde de água fria no argumento deles. Mas enfim, vamos continuar colocando o dedo na ferida, falando da história e lutando pela plenitude da nossa democracia que está em constante processo de construção. Um forte abraço.

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