#Crônica: Não vá para Miami agora baby, pois o Brasil precisa valorizar mais o Brasil

novembro 09, 2014

Foto: Blog Vigilantes do Povo / Reprodução.


Este texto poderia ser um ato de manifesto, mas na verdade é um desabafo. Não adianta “chorar pelo leite derramado”. Ficar com dor de cotovelos. As #eleições2014 já acabaram. O povo decidiu quem vai comandar o país pelos próximos quatro anos. Faz parte do processo democrático.

Mas isso não quer dizer que somos passivos ou que estamos cegos. O Brasil tem vários problemas para serem resolvidos. E lutar por um Brasil melhor e mais justo é papel de todos os brasileiros, independente do partido ou da visão política.

Chega de #mimimi! O Brasil precisa valorizar mais o Brasil e parar com esse complexo de vira-lata. Crescemos em pesquisas científicas nos últimos oitos anos e saímos da linha de pobreza, segundo a ONU. Temos destinos turísticos maravilhosos que deixam os gringos loucos, mas porque valorizamos mais Miami, Nova York ou Boston?

Porque ir para Bariloche ou Paris é melhor do que conhecer os Lençóis Maranhenses ou as cidades da Estrada Real em Minas Gerais? Porque culpamos a Câmara de Vereadores, o Congresso e o Senado por terem políticos corruptos se quem os elege somos nós?

É muito fácil falar mediocridades nas redes sociais se não fazemos nada para mudar. O barato da Democracia é que o voto é apenas um dos instrumentos que temos de transformação social, não é o único. Precisamos acreditar mais em nós mesmos. De entender que juntos somos mais fortes.

Precisamos pesquisar mais sobre as políticas públicas e de participação social. Nos empoderar do Sistema Único de Saúde (SUS), do Ensino Público e de qualquer outra política de inclusão e participação social.

Nos mobilizar a favor do todo, e não só em causa própria. Sabe aquele menino birrento que perdeu o jogo e acha que vai ganhar alguma coisa no choro? Não vamos cair nessa. Ao invés de chorar, é hora de levantar a cabeça e entrar novamente no jogo com garra e perseverança.
Foto: Gabriel Wickbold / Reprodução.

Chega a ser patético ler nos jornais famílias de classe média alta que estão se mudando para Miami, nos Estados Unidos, porque acreditam que mais quatro anos de PT no poder o Brasil vai ficar um lugar pior para se morar. Menos, Brasil...menos! Estamos longe de ser um paraíso sem problema, mas sair do país não é a solução.

Precisamos acreditar mais no Brasil. De entender que viver em sociedade também é um ato político. E lutar para que aqui seja um lugar melhor não é defender nenhuma questão partidária. Me irrita profundamente compactuar com a falsa ilusão de que os Estados Unidos é um país melhor para se viver.

A Terra do Tio Sam tem sérios problemas de corrupção. O mercado de lá dá as regras do jogo (social, econômico e político), além de ter pouquíssimas políticas de inclusão social e um dos piores sistemas de saúde do mundo (basta ver o documentário Sicko). Sair do Brasil não é a saída. Só mudam os problemas.

Não critico quem quer mudar de país. Critico quem quer mudar por que o candidato tucano neoliberal não ganhou as eleições deste ano. Sair do Brasil por causa disso é a prova concreta de egoísmo, que só fico no meu país se o meu grupo ideológico/partidário/econômico estiver no comando. Será que a direita se perdeu de vez e esqueceu como se faz oposição? Está difícil.

Prefiro ser “socialista, comunista, bolivariano, uruguaio e cubano”, como diz uma grande amiga. Se esses forem os adjetivos de quem vai continuar no Brasil e defender a distribuição de renda, um país mais justo e menos desigual, sim “prefiro ser essa metamorfose ambulante” natural da democracia do que compactuar com práticas neoliberalistas caducas que só beneficiam os mais ricos.

“Volta para Cuba!”. Não tem como. Nunca fui. Adoraria conhecer Havana, principalmente o sistema de saúde pública e de atenção primária elogiado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Sou brasileiro. Nasci no Brasil e, mesmo que um dia, quem sabe, mude de país, não será porque o partido X ou Y chegou ao poder.

Ah...e pelo menos de onde vim, ser socialista e/ou comunista não é ofensa. Aliás, um dos preceitos cristãos é “amar o próximo e dividir o que se tem com o outro”. Quer saber, eu acredito no Brasil. E tenho orgulho de ser brasileiro. Orgulho de fazer parte da revolução! Mais amor e menos rancor, gente. O Brasil precisa valorizar mais o Brasil.






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Jornalista



MAIS CAFÉ, POR FAVOR!

1 comentários

  1. Concordo plenamente com você, Wander!

    Chega de #mimimi!

    Abraço,

    Zilda de Assis
    www.porquegenteeassim.com.br

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