#Eleições2014: Dilma vai para o 2º turno com Aécio, enquanto Pimentel vence em 1º turno em Minas
outubro 06, 2014 |
| Foto: Agência Reuters / Arte: Bruno Melgacio / Reprodução. |
Maior colégio eleitoral do Brasil, São Paulo foi decisivo para
forçar um 2º turno entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). Enquanto a
candidata petista conquistou 41,59% dos votos, o tucano alcançou 33,54%,
contrariando as pesquisas de intenção de voto e de boca de urna. O bom
desempenho de Aécio tem um motivo: o movimento anti PT que se instalou em São
Paulo e ganhou desdobramentos em outros Estados.
Eleitores descontentes com Dilma – por conta dos avanços da
distribuição de renda no Brasil e dos últimos escândalos do Governo Federal,
conseguiram fazer uma ligação direta entre PT e corrupção. Estes eleitores não
são pró-Aécio. Pelo contrário: muitos deles desconhecem a história política do
neto de Tancredo Neves e não estão nem aí para o Plano de Governo dele. Querem
tirar o PT do poder a qualquer custo. Mesmo que a conta seja um retrocesso
político sem igual, principalmente na área social e na liberdade de expressão.
Minas deu um recado para São Paulo: por birra, o Estado com a
maior concentração de renda do país está comprando seis por meia-dúzia. Se para
Aécio a vitória em São Paulo é significativa, o possível apoio de Marina Silva
pode ser ainda mais decisivo. Para o PT, a hora é, mais do que nunca,
destrinchar os últimos 12 anos da gestão tucana do Governo de Minas e mostrar
para o eleitorado o “telhado de vidro” de Aécio.
Praticamente, o povo vai acompanhar a construção de uma nova
campanha, tanto de Dilma, quanto de Aécio. As armas agora são outras. Aécio sai
derrotado no seu berço eleitoral. Não conseguiu fazer o seu segundo sucessor,
Pimenta da Veiga, um ilustre desconhecido da vida pública atual e que teria
sido uma indicação pessoal do próprio senador.
A vitória de Fernando Pimentel no Governo de Minas com 52,98% dos votos
pode ser lida como um recado do eleitor: queremos algo novo na política e na
distribuição de renda. Pimentel foi um ótimo prefeito de Belo Horizonte. O
maior erro dele foi ter se aliado a Aécio para construir a candidatura de
Márcio Lacerda (PSB). Mas, ao que parece, o eleitor mais atento o perdoou.
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| Foto: Jornal O Tempo / Reprodução. |
Nos bastidores, a conversa é que o PT quer fazer um governo modelo
em Minas Gerais. Por isso, Pimentel
já teria escolhido nomes para compor o secretariado estadual que já
trabalharam com ele na Prefeitura de Belo Horizonte. Entre os nomes mais cotados,
estão o Murilo Valadares, que deve ficar com a Secretaria de Transportes e
Obras Públicas e Helvécio Magalhães que deverá assumir a Secretaria de Estado
de Saúde.
Nos últimos 12 anos, a gestão tucana do Governo de Minas aplicou
uma censura sem igual nos meios de comunicação por meio da verba publicitária.
Jornalistas foram demitidos das redações por não concordarem com as novas
diretrizes editoriais.
Fora a acusação de improbidade administrativa feita pelo
Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) pelo desvio
de R$ 4,3 bilhões da área da saúde em Minas. Na época, o ex-governador
utilizou a verba da saúde para obras de saneamento básico. O caso acabou anulado por uma
promotora do estado.
Por mais que o PSDB goste de cutucar o Governo Federal com
escândalos, Aécio precisa agora no 2º turno tomar cuidado com o que colheu na
vida pública. Depois de passar a última semana cutucando Dilma por conta do
suposto escândalo dos Correios – no qual a empresa teria sido acusada por favorecer a entrega de material da campanha petista, os Correios ingressaram
nesta segunda-feira (06/10) com medidas, na Justiça Comum, contra o candidato tucano
e a coligação de partidos políticos que o apoiam.
Ou seja, vem mais munição por aí! Agora, é esperar o 2º turno e
ver como se dará o desenho político dos apoios e da retomada da campanha que
precisará encontrar um novo fôlego dos dois lados. Na corrida presidencial,
ninguém saiu vitorioso neste 1º turno.
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