#Eleições2014: Debate no SBT tem baixa audiência, mas é o assunto mais comentado nas redes sociais

setembro 01, 2014

Foto: Lourival Ribeiro / SBT / Reprodução.


No início da noite desta segunda-feira (01/09), SBT, Folha de S. Paulo, UOL e Jovem Pan uniram forças para transmitir um debate ao vivo com os candidatos a presidência da República. A apresentação ficou por conta do jornalista Carlos Nascimento que, durante todo o programa, controlou de forma bastante polida o tempo das perguntas e das respostas dos presidenciáveis.

Com uma proposta diferente das outras emissoras, chamou a atenção o horário que o SBT colocou o debate no ar. O programa começou pontualmente às 17h45, o que não deixa de ser uma oportunidade para o eleitor comum – principalmente o trabalhador que acorda cedo, poder acompanhar as principais discussões eleitorais, uma vez que os debates nas outras TV são exibidos depois das 22h.

Se na Televisão o #DebateNoSBT marcou 5 pontos de audiência com pico de 7, segundo dados preliminares do Ibope, nas redes sociais o debate liderou os assuntos mais comentados no Twitter durante todo o tempo, o que mostra que o público quer sim espaços como este para poder ver de perto, sem a maquiagem da publicidade, como os candidatos se saem ao serem questionados sobre os mais diversos assuntos. Além disso, os memes foram o ápice de quem acompanhou o debate via redes sociais. Um melhor que outro!

Neste debate, pôde-se perceber uma polarização das discussões entre Dilma e Marina – candidatas que lideram com 34% cada uma as pesquisas de intenção de voto, segundo o DataFolha. Aécio Neves foi jogado para o segundo plano e se atrapalhou na argumentação dos ataques que tentou fazer ao governo de Dilma e o contraditório plano de governo de Marina que uma hora apoia a causa dos direitos civis dos homossexuais, em outra volta atrás para não perder o voto do eleitor mais conservador.

Um dos pontos mais altos do #DebateNoSBT foi a discussão da pauta econômica do Brasil. O país passa sim por uma inflação, mas o PT insiste em negar isso. Claro, como qualquer Governo tem os seus pontos positivos e negativos. Mas, ao não admitir os erros ou os pontos que precisam ser melhorados, o público enxerga isso como arrogância e colabora para a queda de popularidade de Dilma.
Fotos: Fabio Braga / Eduardo Knapp / Folhapress / Reprodução.

Em 12 anos de administração petista, o Brasil avançou muito na área social, na saúde e na educação. Tem muita coisa a ser melhorada, mas é inegável ver que ações como o Bolsa Família foram decisivos para tirar muita gente da linha da miséria. Que os investimentos na organização da atenção primária da Saúde e da vinda dos Médicos Cubanos foram decisivos para a melhora do atendimento à população.

Que na educação, o brasileiro hoje pode ter acesso ao ensino superior e técnico por meio de vários programas exitosos como o  ProUni, o FIES e o Ciência Sem Fronteiras, por exemplo. Todos eles deixam um legado social importante que terá impacto nas próximas gerações. Mas é preciso reconhecer os erros também, os escândalos de corrupção e a necessidade de diminuir a inflação para fazer o dinheiro do trabalhador render mais.

E são nessas ações de não querer assumir aquilo que precisa ser melhorado e só falar das ações exitosas que os concorrentes deitam e rolam e enfraquecem a candidatura da Dilma. Marina vem nessa corrente dos descontentes com o Governo Petista, das pessoas que foram para as ruas e não se sentem representadas e dos eleitores que não votam no PSDB, mas que teme dar um segundo mandato para Dilma.

Neste sentido, no #DebateNoSBT não houve vencedores, uma vez que a fragilidade das três principais candidaturas expõe um Brasil que ainda não criou uma liderança política suficientemente corajosa de colocar em xeque os debates necessários como a Reforma Política, a Reforma Tributária, o fortalecimento do SUS, além de questões de cunho social-individual como o casamento gay, o estado laico e o aborto, sem parecer xiita ou conservador.

Apesar de estarmos apenas no segundo debate na TV e com quatro semanas do horário eleitoral, o eleitor que foi para as ruas reivindicar por mudança se sente cada vez mais distante das três candidaturas majoritárias (Dilma, Marina e Aécio) e até mesmo dos candidatos dos partidos nanicos que preferem lutar sozinhos do que unir forças para a construção de uma nova liderança política mais articulada, popular e menos amarrada aos velhos hábitos eleitoreiros. Não se engane: de “nova política” não temos nada ainda. Infelizmente.







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Jornalista



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