#CaféEntrevista: Lívia Itaborahy fala da emoção de participar da 3ª temporada de The Voice Brasil
setembro 21, 2014Foto: Isabella Pinheiro/TV Globo. |
Nada na vida acontece por acaso. E a
cantora Lívia Itaborahy,
25 anos, é a prova viva disso. Esta semana, o Brasil inteiro pôde conhecer de
perto um pouco mais do trabalho desta cantora que ama a Música Popular Brasileira
(MPB), na estreia da 3ª temporada de The Voice Brasil.
Lívia é natural de Volta Redonda, no
Rio de Janeiro, mas vive em Belo Horizonte há muitos anos, trabalhando como educadora
musical e como cantora em barzinhos da capital mineira. Para quem quiser
conhecer o trabalho dela, Lívia possui músicas divulgadas em um canal no Soundcloud
e no YouTube.
Ao contrário da maioria dos
concorrentes dela no reality musical que interpretaram músicas em inglês, Lívia
resolveu apostar numa canção em português, um clássico da MPB, a canção “Vieste”,
de Ivan Lins. O resultado das audições às cegas foi do jeito que a cantora havia
sonhado: Daniel
virou a cadeira e ela entrou no time do sertanejo.
Naquele momento, o sonho só estava
começando. No Facebook, Ivan Lins
declarou torcida à Lívia e muitas outras pessoas também se encantaram com o
trabalho desta mineira “de alma e coração”. Como disse no início, nada na vida
é por acaso. E foi por meio desses “acasos” da vida que consegui o contato de
Lívia para esta entrevista exclusiva que você confere agora no blog Café com Notícias. Acompanhe:
1) Lívia, antes de mais nada, como você foi parar no The
Voice Brasil e qual a emoção de ser escolhida para entrar no reality?
Minha mãe inscreveu um vídeo caseiro
para o programa e fui selecionada na primeira audição. Daí para frente o cerco
foi se fechando cada vez mais. E numa tarde de quarta-feira recebi a ligação
para ir gravar. São muitos vídeos e muita gente boa!
2) No programa, você disse que tinha sonhado com isso, com
o Daniel te escolhendo. Qual é a sensação de ter esse sonho realizado? A ficha
já caiu?
Desde muito nova tenho sonhos que de
uma forma ou outra me conduzem para o que irá acontecer e dessa vez não foi
diferente. Sonhei três vezes consecutivas e falei com várias pessoas sobre
isso. Quando Daniel virou eu tive certeza que era isso. Foi um misto de emoção
com a sensação de estar na hora certa e no lugar certo!
A ficha ainda não caiu...rs. Sou uma
pessoa que pega ônibus, metrô, estuda e trabalha normalmente. Fico em fila de
hospital, perambulo pelo centro por preços mais em conta... rs. E da noite para
o dia, pessoas que convivo dia a dia passam a olhar com aquele olhinho
brilhante...sério, ainda fico com um pouco de vergonha...rsrs.
Fotos: Isabella Pinheiro/TV Globo. |
3) Na sua apresentação, você escolheu a música
"Vieste", do Ivan Lins. Porque está música e o que ela significa para
você? Chegou a ver o apoio que o Ivan Lins te deu nas redes sociais?
Sim. Mandei uma carta explicando para
o Ivan:
Olá Ivan, eu sou a Lívia que interpretou
sua canção no programa.
Estou muito feliz e creio que até
agora, o maior ganho de todos, foi tê-lo na torcida! Admiro seu trabalho e se
pudesse cantaria suas canções em todas as etapas.
Para essa escolha, ouvi todos os seus
discos e também busquei as várias interpretações femininas desta canção. Foi um
bom estudo! E conceitualmente, quando disse ao Torcuato que gostaria de
interpreta-la, não tivemos dúvida que essa foi a melhor escolha desde o inicio!
Como disse na entrevista, a canção
tem uma letra muito marcante, e exige uma interpretação poderosa (rs). Como não
estou vivendo nenhum momento matrimonial ou uma gravidez, busquei no próprio
conceito do programa essa interpretação.
Esse programa "Veio" em um
momento muito especial para minha carreira. Estudo licenciatura em educação
musical e canto em bares no final de semana. A escolha da música na minha vida
foi plena e decisiva para trilhar meu caminho. E a própria dinâmica do
programa, com jurados "vindo de olhos fechados" em um dia que marcou
minha vida faz todo sentido! Além de agora eu ter que viajar mais...levar
malas. E haja cara e coragem para enfrentar esse mundo televisivo...novamente,
obrigada por existir!
4) Lívia, além de se apresentar profissionalmente como
artista, você também é professora. Como pretende conciliar o reality com o seu
trabalho? Os alunos vão ter que esperar?
Tive uma conversa séria e ao mesmo
tempo franca com eles. Pretendo continuar normalmente as aulas (dentro do
possível) até onde a demanda pela Lívia cantora for maior que a Lívia
Professora. Amo lecionar música e sou eternamente grata a todos meus
professores. Essa questão é muito delicada.
Quando ingressei na universidade e
nas salas de aula, tive que deixar, num cantinho bem pequeno, a minha porção
intérprete e compositora para sonhar o sonho dos meus alunos com eles. Mas é um
exercício de compartilhar, assim como cantar para um publico! Vamos balanceando
as duas paixões, cada uma em seu momento.
5) Queria que você falasse um pouco da sua trajetória
musical para o público que não te conhece. Quem é a Livia Itaborahy?
Sou uma menina que cresceu ouvindo
discos de novelas, trilhas sonoras de filmes e com uma mãe que adorava cantar e
tocar violão nos churrascos. Lia as letras com muito cuidado e aos 13 anos
aprendi a tocar violão com as antigas "revistinhas cifradas".
Daí surgiu um amor também pelos sons,
pela sonoridade invisível que me arrepiava e a busca por novos timbres, novos
compositores. Me atrevi a compor e me apaixonei pelo mundo dos festivais de
canções. Cada vez mais a música foi se aconchegando em mim e eu nela. Até que
percebi que precisava escolher um caminho mais concreto: aos 18 anos me
inscrevi num curso de canto erudito e com os saberes adquiridos prestei
vestibular para música. Desde os 15 anos, toco em bares e restaurantes.
Foto: Naty Torres / Reprodução. |
6) Na estreia do The Voice 3, muitos artistas cantaram em
inglês e você foi a única que se anunciou ser defensora da MPB. Na sua opinião,
os artistas atuais estão esquecendo das nossas raízes musicais?
Na visão de uma educadora musical,
não classifico a música como boa ou ruim, ou certo e errado e sim no despertar
sonoro que está ligado com aspectos sociais e antropológicos individuais. A
minha trajetória musical passa por esse lugar da canção brasileira, da ligação
direta entre o que sinto e vejo ao que canto. Por isso gosto de dar vida as
palavras, pronunciar a força que cada palavra carrega.
A música brasileira me toca
profundamente. Acredito que hoje os jovens estão conectados num tempo e espaço
que carrega impressões muito fortes da música estrangeira: através da mídia,
filmes, internet. E esse momento é contemporâneo a eles, e claro também tem sua
carga de identificação e significados. Mas tenho sim a intenção de trazer pro
hoje, e num espaço midiático, pérolas da canção brasileira.
7) Agora que você passou para a próxima fase do The Voice
3, o que o público pode esperar da sua apresentação. Já escolheu a sua próxima
música? Quando você volta a gravar o reality?
Ainda não fomos contatados para próxima
fase, pois os times terão que ser formados para as batalhas, mas garanto que
será algo brasileiro e forte!
8) Para terminar, deixe um recado para o seu público e
para as pessoas que passaram a conhecer o seu trabalho agora e já te admiram.
Gostaria de agradecer imensamente o
carinho das pessoas que se casaram ao som da canção que interpretei e gravaram
depoimentos emocionados depois que viram o programa, dizendo o quanto aquilo
foi importante naquele momento. Também quero agradecer aos amigos de infância
que me encontraram nas redes sociais cheios de boas lembranças e a família se
unindo, conversando mais. Esse é o maior ganho de todos! A música existe para
aproximar, cativar, criar laços e unir pessoas.
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Jornalista
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