Como posso usar as redes sociais durante a campanha eleitoral?
agosto 24, 2014Foto: Blog do Adelmo / Reprodução. |
Na seção Café Convidado desta semana, a analista de mídias sociais da agência
Redsuns, Débora Carvalho, escreveu um artigo bastante esclarecedor
sobre como os profissionais de social media podem utilizar as redes sociais no
período de campanha eleitoral para agregar apoiadores e não violar nenhuma
regra do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE). Abaixo, confira o artigo:
Eleições e redes sociais: o que está
acontecendo em 2014
Por
Débora Carvalho*
Em
outubro deste ano, o Brasil vai às urnas escolher presidente, governador,
deputados e senadores. Com a “concorrência” alta, candidatos já acrescentaram
em suas campanhas a presença nas redes sociais. E como chegar até o eleitor sem
a sensação de invasão do que seria um momento de lazer? Ou sem parecer a
propaganda obrigatória que assistimos na TV?
Muitos
políticos já possuem páginas no Facebook
e contas no Twitter, a fim de se
aproximar do eleitorado, ouvindo críticas e sugestões. Muito continua sendo
feito com base no exemplo de campanha de
Obama, em 2008. Ele criou uma espécie de “rede social”, o MyBarackObama.com apenas para os
eleitores criarem seus blogs de discussão.
Também
fez o YouBama, onde os usuários
podiam subir vídeos dizendo as razões pelas quais votaria ou não nele. Usando
apenas 2% do seu budget (orçamento) para
as redes sociais, Obama conseguiu arrecadar cerca 100 milhões de dólares para
sua campanha, o que corresponde a 87% do total. Dando poder de voz às pessoas,
ele não se tornou invasivo, recebendo apoio espontâneo e comícios lotados.
Mesmo
que no Brasil a campanha dos candidatos não seja tão impactante, é de suma
importância o cuidado em não tornar a propaganda na web um discurso rápido,
daqueles que são veiculados na TV: “Candidato
X, promete melhoria na educação, creches e escolas. Vote 0000”.
Em
São Paulo, por exemplo, os candidatos já apostam em canais interativos, com
rede de blogs, espaço e fórum para sugestões e vídeos. A novidade também está
no uso do WhatsApp: a ideia pode ser
vista como um meio de o eleitor ver o candidato como se fosse a “recomendação”
de um amigo. No Rio de Janeiro, a prática já é comum, com candidatos repassando
propostas por SMS e mensagens.
Foto: Folha de Vitória / Reprodução. |
Vale
ressaltar que estas redes não devem ser esquecidas após as eleições, o que
acontece com frequência. Outro ponto importante é para que o eleitor se
defenda, uma vez que existem algumas restrições sobre o que é permitido nas
eleições. Estão vetados:
- Anúncios pagos como:
Facebook Ads, LinkedIn Ads, Youtube Ads, Twitter Ads e banners em blogs de
terceiros.
- Compra de banco de dados
(comum para quem faz e-mail marketing).
- Divulgação de campanha
em sites de pessoas jurídicas ou órgãos do governo.
- Mídia paga, como o
Google Adwords.
Se
alguns desses tópicos forem violados, o Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) já colocou à disposição da população um canal online
para denúncias. Mais que simplesmente fazer propaganda, a preocupação está em
fazer com que o eleitor veja as mídias sociais como um canal de debate direto,
humanizando a imagem política.
O
que pode ser um desafio que vale a pena ser superado é que a população em geral
deixe de ver a política como algo distante, que acontece lá em Brasília-DF,
para algo que cada um pode opinar e mudar, se for trabalhado em conjunto.
No
entanto, junto a este desafio vem o comodismo dos cidadãos: parece que em
frente ao computador a coisa piora, com os “sofativistas”, termo para
caracterizar os “ativistas de home office”. Eles provavelmente estarão muito
presentes durante as eleições e caberá a cada cidadão tirar proveito dos
debates e das campanhas que aparecerem na sua timeline.
Esse
é o momento para deixar um pouco de lado as “selfies” para pensar no coletivo.
Pois o marketing das campanhas políticas mudou, agora só falta o comportamento
dos eleitores.
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*Perfil: Débora Carvalho é analista de mídias
sociais da Redsuns, agência de comunicação digital com
foco em performance on-line.
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