“Tudo Pela Audiência” faz crítica ao sensacionalismo da TV por meio do humor

julho 17, 2014

Foto: Multishow / Reprodução.


O que dá audiência na TV aberta? Foi a partir deste questionamento que nasceu o programa Tudo Pela Audiência, que estrou nesta terça-feira (15/07), no Multishow (canal 42 na TV Paga). A proposta da atração, completamente diferente do que o canal da Globosat já fez, é satirizar os quadros clássicos dos programas de auditório da TV aberta.

Para apresentar o programa a escolha não poderia ser melhor: Fábio Porchat e Tatá Werneck, dois talentos desta nova geração do humor brasileiro, somados à criatividade de Rosana Hermann que assina a redação final. No palco, os dois não tem medo de ir a fundo a vários elementos de programas tipicamente sensacionalistas para mostrar o quanto a TV aberta se repete na busca eterna por uma boa colocação no Ibope.

Definitivamente, o Tudo Pela Audiência não é só mais um programa de humor, mas sim um espaço de crítica do que é feito na televisão ultimamente. E nada melhor do que humor para criticar. Creio que muitas vezes o fazer rir é mais uma consequência dos absurdos que são colocados no ar em nome de uma “suposta audiência qualificada e emergente” do que uma obrigação.
Foto: Multishow / Reprodução.

Quadros como “Para quem você tira o pastel”, “O Barraco do Dia'', ''Você quer bufunfa?'' e “Chora Brasil”, por exemplo, mostram o quanto a TV aberta se perdeu na sua própria ânsia por audiência, sem levar em conta muitas vezes o conteúdo e a criatividade. Tudo é copiado e repetido à exaustão. O que muda é o apresentador....mas o recheio tem sido mesmo por anos.

O fato de Fábio Porchat e Tatá Werneck serem humoristas completamente tresloucados no palco faz com que o programa fique ainda mais sensacionalista, fazendo muitas vezes que a gente pense que está diante de um programa de auditório real das tardes de domingo. E isso que é o mais interessante: são todos os elementos de sucesso usados na TV aberta.

Até a plateia do Tudo Pela Audiência é uma crítica a forma com que os animadores interagem com o público no estúdio. É de uma criatividade absurda mostrar o quanto a Classe C é decisiva para a TV aberta. E o que podemos perceber hoje que um programa que não consegue dialogar com esse público dificilmente conseguirá ganhar repercussão e, principalmente, audiência.
Foto: Multishow / Reprodução.

Não é à toa que o Multishow já encomendou uma 2ª temporada do Tudo Pela Audiência. A atração é um acerto e tem tudo para crescer ainda mais, uma vez que a TV aberta não tem mais limites para exibir o espetáculo, o drama e o grotesco numa mesma atração. Tenho as minhas dúvidas se o público gosta mesmo disso ou se acostumou com o formato.

O fato é que a TV precisa se reinventar porque a concorrência com a internet, dispositivos móveis e outras mídias está cada vez maior. Quando o público não gosta, ele muda de canal mesmo ou, na pior das hipóteses, desliga a TV. E este é o maior pesadelo para os diretores televisivos atualmente. Por isso, o desespero, o vale tudo por audiência. Mas será que vale tudo mesmo?









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Jornalista

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