Remake de "O Rebu" quer envolver o público para descobrir assassino misterioso
julho 13, 2014
Uma festa glamorosa com a nata da
sociedade carioca. Parceiros nos negócios são, na verdade, inimigos íntimos.
Uma mãe que projeta seus desejos na filha adotiva. Em um determinado momento da
festa, um corpo é encontrado na piscina. Quem morreu? Quem é o assassino? Estes
são alguns ingredientes do remake da nova novela das 11 da Rede Globo, O Rebu, que
estreia nesta segunda-feira (14/07), em um capítulo especial após a novela das
9, Em Família.
Escrita por George Moura e Sergio
Goldenberg – mesma dupla de roteiristas que escreveu as minisséries O Canto da Sereia e Amores Roubados, o remake de O Rebu promete
ser tão audacioso quanto a história original escrita por Bráulio Pedroso e exibida
em 1974. A ideia é envolver o público nas redes sociais para que ele tenha acesso
a fotos e vídeos exclusivos dos personagens da história na festa e, dessa
maneira, possa descobrir quem é o assassino da história.
Com direção geral de José Luiz
Villamarim e apenas 37 capítulos – ao contrário dos 112 da primeira versão, O Rebu é uma novela
contemporânea, ambientada no Rio de Janeiro. Toda história da trama se passa em
24 horas, porém com três narrativas diferentes, algo muito usado nos seriados norte-americanos e que se não for bem construído pode detonar toda a trama.
O primeiro deles é a festa, onde os
romances e jogos de interesse acontecem ao redor do dinheiro e do poder. O
segundo é a investigação policial, que mostra o que aconteceu no dia seguinte
da festa. E, para finalizar, o terceiro tempo prioriza o flashback, onde serão
mostrados os possíveis motivos que podem levar os personagens da novela a terem
cometido o assassinato durante a festa.
Mansão em Buenos Aires, na Argentina, serviu de locação para a festa de luxo em "O Rebu". Foto: TV Globo / Reprodução. |
O folhetim conta a história da empreiteira
Angela Mahler (Patrícia Pillar). Após perder os filhos gêmeos, o marido e a
governanta em um acidente de helicóptero, ela assume os negócios da família e
cria Duda (Sophie Charlotte) como sua própria filha.
A novela começa quando Angela
decide promover em sua mansão uma festa de arromba para comemorar o lançamento
de uma nova plataforma de petróleo do pré-sal, que será erguida num consórcio
entre a Mahler e a Braga Engenharia, do mega empresário Carlos Braga (Tony
Ramos).
Apesar de parceiros, Angela e Carlos
são inimigos mortais e tem uma amizade de aparência para a sociedade carioca.
Nos bastidores, Angela prepara um dossiê que pretende provar todos os esquemas
fraudulentos do seu rival. E é na festa que esta “guerra fria” entre os dois
sócios fica cada vez mais declarada. Até que, em um dado momento, um corpo é
encontrado na piscina e muitos outros mistérios são levados à tona pelo
policial Nuno Pedroso (Marcos Palmeira), no dia posterior ao evento social.
“Na verdade, na história original, não era uma festa, era
um jantar com quatro mesas e seis pessoas sentadas em cada uma delas. Era um
negócio muito menor. Essa é uma festa grande, com umas trezentas pessoas
circulando. O ‘quem matou?’, obviamente, foi mudado. Mas diferente da versão
original, já vamos mostrar logo de cara qual o personagem que morreu. O mistério
estará em descobrir qual dos personagens presentes na festa é o assassino”, revela George Moura.
Opinião
Quando a Globo anunciou que ia fazer
o remake de O Rebu fiquei
com o pé atrás. Para contar uma história que se passa em um único dia e com
três passagens distintas seria necessário um roteirista muito habilidoso que
conseguisse criar um arco dramático capaz de envolver o público com uma
história que não soasse distante demais da realidade brasileira.
Elenco de "O Rebu" em cena. Fotos: TV Globo / Reprodução. |
Mas é aí que a escolha de George
Moura, Sergio Goldenberg e José Luiz Villamarim se sobressaí e é capaz de ser o
grande diferencial deste remake. O trio vem de trabalhos vitoriosos como O Canto da Sereia e Amores Roubados, séries que obtiveram
sucesso de público e crítica, não só pelo texto envolvente, mas principalmente
por colocar a fotografia de Walter Carvalho como elemento cênico de relevância
dentro da história.
Em um período em que as telenovelas
não vivem o seu melhor momento, O Rebu, aparentemente, tem grandes chances de
se tornar o destaque da teledramaturgia de 2014 por conta da inovação da
maneira de impor uma narrativa pouco (ou quase nunca) utilizada no mundo das
telenovelas. Se a novela for tão boa quanto as chamadas que estão no ar, já
valerá a pena.
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Jornalista
1 comentários
Já assisti a alguns videos da versão de 1974 (os poucos que sobreviveram, pois grande parte do acervo da novela, se não me engano, foi destruída no incêndio de 1976), e achei a história interessantíssima. Tomara que os roteiristas deem conta do recado, pois estão com um enredo precioso nas mãos e que tem tudo para ser um grande sucesso.
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