#Copa2014: Benny Cohen fala sobre a repercussão do vídeo-crônica "Redescobrindo BH"

julho 09, 2014

Pôr do sol em Belo Horizonte. Foto: Blog Eu Quero, Eu Consigo / Reprodução.


A experiência de sediar alguns jogos da Copa do Mundo mudou a rotina de Belo Horizonte. Pela primeira vez, a capital mineira se deparou com turistas estrangeiros dos mais variados tipos. Tinha gringo hospedado na região da Savassi, mas também tinha aqueles que ficaram em lugares mais em conta ou, até mesmo, em área de camping improvisada, como os chilenos, colombianos e os argentinos fizeram.

O olhar do turista estrangeiro diante de coisas cotidianas fez com que o belo-horizontino parasse para pensar sobre os pontos positivos da cidade. Claro, como qualquer outra grande metrópole brasileira tem coisas que precisam melhoradas, mas tem muita coisa boa que, pela correria do dia-dia, esquecemos ou nunca demos o devido valor.

Foi a partir deste gancho que o jornalista Benny Cohen, que atua como editor de Mídias Convergentes do Portal Uai, do Diários Associados (DA), criou o vídeo-crônica “Redescobrindo BH”. O vídeo que tem um pouco mais de cinco minutos de duração foi publicado nesta semana nas redes sociais e está sendo bastante compartilhado na web. Você já assistiu? Então, confira:


Para falar sobre a repercussão e o processo de produção do vídeo-crônica “Redescobrindo BH”, o blog Café com Notícias conversou por e-mail com o jornalista Benny Cohen. Entre a correria de cobrir a chegada das seleções brasileira e alemã na capital mineira e o histórico jogo que culminou com a derrota do Brasil no Mineirão, Benny gentilmente topou contar um pouco mais desta iniciativa que mobilizou as redes esta semana de uma maneira leve e provocativa. Acompanhe a entrevista:

1) Como surgiu a ideia do vídeo-crônica "Redescobrindo BH"?

Foi por acaso. Durante a Copa, saí algumas vezes para registrar algumas cenas da cidade e entrevistas com turistas e fui percebendo essa admiração dos estrangeiros que nos visitavam. Aos poucos, entendi que havia cabimento para a reflexão que está no vídeo.

2) E o processo de produção e edição final do vídeo, como foi?

Uma vez decidido a produzir um vídeo com aquele objetivo, saí a campo de novo pra captar mais imagens e entrevistas, desta vez incluindo também os belo-horizontinos, pra entender se eles estavam tendo essa mesma visão que eu. Isso acabou se confirmando no decorrer da captação. A ótima edição final foi feita pela jornalista Juliana Sodré.

3) Qual tem o sido o feedback que você tem recebido depois que o vídeo-crônica "Redescobrindo BH" foi publicado?

O feedback tem sido muito legal. Na minha página do Facebook, o vídeo recebeu até agora 259 compartilhamentos e 55 comentários. Já na página do Portal Uai, o número de compartilhamentos é recorde, 6013 até agora, com 195 comentários.

A grossa maioria diz que minha visão combina com a dela, muita gente dizendo que chorou, se emocionou ao ver o vídeo, vários belo-horizontinos que moram fora tocados com as imagens e o texto. Um ou outro tentou dar uma conotação política para o vídeo, dizendo que eu deveria ter incluído também as imagens do viaduto que desabou na Pedro I.

Outros dizem que deixei as favelas e as mazelas da cidade de fora. Respeito os comentários, mas, nesse caso, acho inadequados. Porque falar das mazelas de BH, é a nossa rotina, a rotina dos jornalistas. O vídeo vem exatamente mostrar que, por essas circunstâncias, de alguma maneira minha visão sobre o que a cidade tem de bom e de belo ficou embotada pelo dia a dia de denúncias e cobranças. A cidade tem muitos problemas, mas também é bela.

4) Há um projeto ou a vontade lançar mais vídeo-crônicas como esta pelo portal UAI?

Sim, mas na verdade o projeto é maior. A volta da redação da internet dos Diários Associados (DA) para a redação do Impresso é um passo importante que está sendo dado na direção da convergência, da produção de conteúdos multimídia. 

O jornal Estado de Minas está trilhando um caminho de modernização nesse contexto mundial difícil para os produtos impressos e uma das alternativas é usar o talento dos nossos repórteres para produzir não só textos, mas também vídeos.

5) BH viveu uma troca cultural muito interessante com os turistas estrangeiros por conta da Copa do Mundo. Na sua avaliação, qual é o maior legado que esta experiência pode deixar para a cidade que, até então, não é conhecia sua vocação turística?

Acho que todos nós belo-horizontinos tivemos nossa autoestima despertada pela admiração estrangeira pela cidade. Tem esse lado bom e tem um lado melhor ainda, que é de fazer ver a todos que a cidade pode funcionar.

O trânsito funcionou, não foi? A que custo? Alto? Sim, mas funcionou. Então, dá pra fazer. A Segurança Pública funcionou em certa medida, não foi? Foi caro? Foi. Mas dá pra fazer. E assim por diante.

Em certa medida, a gente achava que muitos problemas da capital não tinham solução. Inverdade. A Copa mostrou que, ainda que por um período específico e limitado, BH pode ser melhor. Então, agora é hora de lutar por isso, porque a referência nós já tivemos. Se na Copa funcionou, por que não daqui em diante?








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