A mídia, as eleições e a verdade oculta das redes sociais

julho 25, 2014

Foto: Blog Abra a boca Cidadão / Reprodução.


Oficialmente, a campanha eleitoral no Brasil começou no dia 05 de julho. Mas há quem diga que ela começou muito antes. Nos bastidores, nas articulações políticas e, mais necessariamente, na imprensa. É na imprensa – principalmente na chamada mídia tradicional, que é possível perceber quais os interesses estão por trás de cada candidatura.

Têm coisas que chegam a ser tão escancaradamente afagadas e ludibriadas que dão nojo. Não há quase nenhum espaço para o debate, mas sim uma construção noticiosa que fortaleça uma determinada candidatura. E isso é muito triste. Principalmente porque, se pararmos para pensar, a função da imprensa é fiscalizar e noticiar informações de interesse público. E neste caso, alguns veículos dão a entender que estão defendendo interesses particulares por conta da postura colocada de forma velada na sua linha editorial.

Creio que estamos nas eleições presidenciais mais emblemáticas da história do Brasil contemporâneo pós-ditadura militar e democrático. O jogo político desenhado está da seguinte maneira: há toda uma máquina midiática trabalhando para a construção de uma candidatura que, historicamente, tem um dos “telhados de vidro” mais frágeis que já se viu nas redondezas. De outro, há a manutenção de um poder que nasceu sob a luta do trabalhador, mas quando chegou aonde chegou, lutou com as mesmas armas de corrupção e politicagem para se manter.

É aquela velha e triste história: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Estamos sem alternativa. Ou melhor, temos sim uma alternativa. Nas redes sociais, nos blogs e em alguns sites, as pessoas já estão sacando que não existem mocinhos, nem vilões. É tudo “farinha do mesmo saco” lutando pelo poder e usando as armas que tem. Uns usam a mídia tradicional, outros a mídias sociais. Alguns, quem sabe, até os dois.
Ilustração: Eugene Delacroix / Reprodução.

Mas o mais importante é o eleitor ficar atento e não acreditar em tudo que o jornal escreve, o rádio fala e a TV mostra (ou omite). Todo momento, o jogo do poder sensualiza para conseguir mais adeptos mercenários a este esquema eleitoral que impregnou a política brasileira. Você acredita em pesquisas? Marketeiros utilizam este instrumento encomendado para manobrar a opinião pública a respeito de determinada situação que, qualquer um que acompanhar o cenário político atual, sabe que é tendencioso.

Como jornalista, é decepcionante abrir os principais jornais de grande circulação ou acompanhar o trabalho de determinadas emissoras de mídia eletrônica e ver o quanto as eleições se transformaram em um grande blefe. Não importa os projetos políticos, mas sim quem conta a melhor história para conquistar (ou seduzir) o público. 

Graças a Deus que ainda existem alguns poucos, mas bons políticos que, no meio de tanta sem-vergonhice, conseguem dar dignidade ao voto do eleitor depositado nas urnas. São por esses que a gente deve gastar nem que seja meia hora de pesquisa e monitorar o trabalho para que eles não sejam corrompidos. 

Se o eleitor não mudar a sua própria postura, a política brasileira vai continuar como está: comprada e comprável. Também somos responsáveis pela coisa ter chegado neste ponto que chegou. Nos deixamos seduzir pelo status e pelas histórias bem contadas. O Brasil é nosso. Se a gente não mudar, quem vai mudar?







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Jornalista


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