#Crônica: E quando a violência bate na nossa porta?

junho 05, 2014



Diariamente, vemos a questão da violência e da segurança nos noticiários. Mas, e quando a violência bate ali na nossa porta? O que fazer? Fiquei pensando nisso, ao me deparar com a notícia do assassinato (e esquartejamento) do zelador Jezi Souza, de 63 anos, após discussão com o publicitário Eduardo Martins, de 47 anos, autor confesso do crime.

Imagina só a cena de filme de terror: o zelador vai de andar em andar entregar a correspondência e, ao chegar no 11º andar, desaparece. Os moradores do prédio ficam incrédulos com o mistério. A família fica desesperada. Até que a esposa e a filha do zelador lembram que tinha um morador que não gostava do pai.

A suspeita é decisiva para que a polícia comece a juntar os fatos e veja as cenas da câmera de segurança para chegar ao autor do crime. Não contente em matar o zelador, o autor desse ato bárbaro esquartejou a vítima e levou o corpo embora do prédio em uma sacola de lixo e uma mala.

Pode uma coisa dessa, gente? Confesso que até agora, ao ler o desenvolvimento da história – os chamados suítes, ainda fico com o estômago embrulhado. Dá asco ver que existe este grau de violência a sangue frio por um motivo tão vazio. Será que isso é o resultado desse momento não acolhedor que vivemos?

De todas as histórias policiais que já vi na minha vida esta é a que mais me assusta. Me assusta pela possibilidade dela não ser exclusiva de São Paulo. Isso é um recorte real. Triste, mas um recorte de pessoas que juram de morte alguém que não gosta, por um motivo banal. Esse caso é o exemplo mais latente de quando a violência bate na nossa porta. E bate de uma maneira monstruosa em meio a inúmeras máscaras sociais.

Creio que nem Alfred Hitchcock teria pensado numa história macabra deste nível para os seus muitos filmes de terror. Infelizmente, temos a falsa sensação de que a violência em si está ligada só a falta de oportunidade, de mazela social, de tráfico de drogas, de exploração e assédio. Não, não está. O buraco é mais embaixo.

O que faz uma pessoa se julgar melhor do que a outra a ponto de mata-la? Como alguém pode sentir prazer com o sofrimento alheio e planejar um ato de crueldade com tanto sangue frio? Isso é tão difícil de entender...de aceitar que existe esse nível de maldade. Como ficar seguro deste tipo de situação?

Nossa compaixão e solidariedade à família desse zelador. Imagina também como deve estar a cabeça dos moradores desse prédio? Tinha um louco, um assassino morando ao lado. Que perigo! Dá uma sensação de incapacidade e vulnerabilidade muito grande. Está faltando paz, respeito e tolerância no mercado, minha gente. E isso é pra ontem. #ChegaDeViolência






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Jornalista


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